25 fevereiro 2017

Ouvir Custóias

O ditado popular segundo o qual “não há duas sem três” confirmou-se ontem à noite em Custóias. O Salão Nobre da Junta de Freguesia voltou a encher-se para a terceira sessão “Ouvir Matosinhos”, ontem dedicada a Custóias.

As sessões repetem-se e repetem-se também a manifestações de apoio a uma candidatura, expressas através de intervenções em que são abordados os problemas que preocupam as populações locais e para os quais são pedidas respostas. Se não pode atribuir-se ao “Ouvir Matosinhos” o mérito de ter despertado o espírito reivindicativo, pode e deve assinalar-se a novidade de as reivindicações serem muitas vezes acompanhadas com propostas concretas de solução. As pessoas participam, envolvem-se e mostram sem margem para dúvidas que querem fazer parte de um projeto que continue a desenvolver o concelho e as suas freguesias.

Ontem a plateia discutiu a descentralização de competências para as autarquias e as políticas de saúde e de envelhecimento ativo, temas que se tornaram recorrentes nestes encontros. Mas houve também lugar para discutir a mobilidade no Largo do Souto e na Rua Cândido dos Reis, a utilização do Lugar das Docas, em Esposade, ou das Pedreiras de S. Gens. Debateu-se a rede de transportes públicos e a política de ambiente relacionada com a limpeza urbana.

Como sempre, ouvi com muito interesse e atenção todas as intervenções, que vão contribuir para enriquecer o programa com que a candidatura se apresentará às próximas eleições autárquicas. Este é um projeto de muita gente, socialistas e independentes que querem continuar a construir o futuro.

No próximo dia 6 de março, segunda-feira, haverá outro “Ouvir Matosinhos”. Será em Santa Cruz do Bispo, na Casa da Juventude. É tempo de ouvir a população local e todos quantos quiserem participar.

Quero ouvir o que cada um tem a dizer sobre o futuro de Santa Cruz do Bispo e de Matosinhos.

Até lá!

23 fevereiro 2017

O investimento no turismo

Matosinhos já não é apenas um concelho voltado para o mar. Durante muitos anos, a economia concelhia viveu essencialmente do que ia buscar ao oceano. As pescas e a indústria conserveira, sobretudo, mas também o Porto de Leixões eram o ganha-pão de muitas famílias. Mas, sempre com o mar como pano de fundo, Matosinhos abriu horizontes e é hoje um dos concelhos mais importantes de toda a região em várias áreas, como o Turismo, por exemplo.

Os números são reveladores do trabalho que tem sido feito para atrair pessoas a Matosinhos: em 2016, o turismo cresceu 53 por cento no concelho. Segundo dados revelados pela autarquia, o aumento foi potenciado pelo incremento de visitas relacionadas com os Caminhos de Santiago. Mas há outras razões, que têm mais a ver com Matosinhos, que explicam este aumento. O Terminal de Cruzeiros, a proximidade do aeroporto Sá Carneiro, a Capital da Cultura do Eixo Atlântico e os grandes eventos culturais, como a EDP Beach Party, por exemplo, deram um forte contributo para melhorar a atratividade turística do concelho. A gastronomia (que também conta agora com um restaurante estrelado pela Michelin), o surf, a arquitetura e o design são outros fatores que permitiram o aumento do número de turistas no concelho.

A reabilitação urbana, estradas, passeios, ciclovias e praças novas ou em curso tornam também a cidade mais atrativa para os seus moradores e para quem nos visita. A verdade é que temos de ser capazes de fazer com que Matosinhos não seja apenas um local de passagem para quem desembarca no Terminal de Cruzeiros ou no Sá Carneiro. O aumento previsto do número de passageiros do aeroporto, que este ano ultrapassará a fasquia mítica dos dez milhões de passageiros, com novas rotas e o regresso de companhias de bandeira, tem de fazer-se sentir na economia local.

O aeroporto, o Terminal de Cruzeiros, o Porto de Leixões, a rede viária que nos aproxima de Vigo e de Zamora, fazem de Matosinhos uma verdadeira placa giratória de pessoas que é fundamental cativar. Ou seja: é necessário criar uma oferta quantitativa e qualitativa que faça com que Matosinhos deixe definitivamente de ser apenas local de passagem para passar a ser, definitivamente também, o local de destino.

Há lacunas que é importante preencher, nomeadamente ao nível do alojamento turístico cuja oferta é insuficiente. A abertura prevista de mais uma unidade hoteleira até ao final deste ano vai atenuar esta dificuldade e Matosinhos posiciona-se cada vez mais como destino turístico por excelência. 

(Artigo publicado no jornal "O Matosinhense", 23.fev.2017)


22 fevereiro 2017

S. Mamede de Infesta fez-se ouvir

Ontem, o Salão Nobre da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta foi pequeno para acolher tanta gente e muitos tiveram de ficar de pé, para a segunda sessão do nosso “Ouvir Matosinhos”, moderado pelo João Pereira da Silva. As intervenções revelaram mais uma vez o interesse com que os matosinhenses olham para as questões políticas locais e a vontade que têm em contribuir na busca de soluções para os problemas que os afetam. Muitas dessas intervenções foram centradas na ampliação da rede de Metro do Porto, nas acessibilidades, na eliminação de barreiras arquitetónicas que ainda existem e na reabilitação ou deslocalização do mercado. Ouvi estas intervenções e tomei nota de assuntos concretos para os quais o próximo executivo municipal terá de encontrar resolução.

Por outro lado, senti também a preocupação dos intervenientes sobre outras problemáticas que exigem uma atenção particular na área da saúde e do emprego. É necessário reforçar as políticas de combate ao desemprego de longa duração, criar condições que proporcionem a fixação de população jovem, nomeadamente dos estudantes, e achar uma solução para os jovens que nem estudam nem trabalham. Paralelamente, há que encontrar novas respostas para o problema do envelhecimento da população e suprir a falta de serviços de cuidados continuados no concelho.

Algumas destas preocupações, que aqui trago apenas a título de exemplo de entre todas as que foram abordadas ontem, não são novas para mim. Sou de S. Mamede de Infesta, conheço o concelho e sei bem as riquezas que encerra e as lacunas que tem. Mas o exercício de reflexão feito ontem ajuda a cimentar ideias e o facto de ter havido intervenções de pessoas de perfis muito diferentes mostra que há temas que são transversais e que devem merecer uma atenção cuidada.

O próximo “Ouvir Matosinhos” está marcado para o Centro Cívico do Souto, em Custóias, esta sexta-feira. Será a terceira de um ciclo de dez sessões que terão lugar por todo o concelho com o objetivo de recolher contributos para o próximo programa eleitoral. Conto consigo!

21 fevereiro 2017

“Ouvir Matosinhos” em S. Mamede de Infesta

Espero que o Salão Nobre da Junta de Freguesia se encha esta noite para a segunda sessão de “Ouvir Matosinhos”, desta vez em S. Mamede de Infesta. Na semana passada, na Biblioteca Florbela Espanca, foram muitos e de grande interesse os assuntos abordados e a minha expetativa é que isso se repita hoje. Como tenho dito e não me canso de repetir, quando se trata do futuro do concelho, todos temos uma palavra a dizer.

Muitas das preocupações dos munícipes são comuns a todas as freguesias, mas sabemos que cada uma tem também as suas especificidades. Logo à noite teremos ocasião para debater S. Mamede de Infesta, sem prejuízo de poderem ser tratados temas de caráter geral. Não serei eu, no entanto, a impor a agenda da reunião: pelo contrário, a minha intenção é ouvir e, dentro do possível, responder às questões que me forem colocadas, tal como aconteceu na semana passada.

Insisto no que já tenho dito várias vezes: o seu contributo é muito importante, fundamental, mesmo. A criação de melhores condições de vida para a população do concelho diz respeito a todos e todos podemos ajudar a construir um concelho mais justo e equilibrado. Deste ciclo de encontros de reflexão sairão algumas das diretrizes do próximo plano eleitoral. Esta é pois uma excelente oportunidade para apresentar as suas ideias e sugestões sobre o que fazer para continuar a construir o futuro de Matosinhos.

Até ao final do próximo mês haverá ainda sessões em Custóias, Santa Cruz Bispo, Senhora da Hora, Perafita, Lavra, Guifões, Leça do Balio e Leça da Palmeira. Quero ouvir o máximo de pessoas possível, recolher o máximo de contributos para poder ir ao encontro das preocupações das pessoas.

Para mim, a política de proximidade tem de ser uma constante. A começar já.

15 fevereiro 2017

Em nome da transparência

Apresentei esta semana a renúncia a todos os cargos sociais que desempenhava em várias instituições sociais de Matosinhos. Fi-lo por uma questão de ética, porque quero preservar toda a transparência quando estou a abraçar o desafio de uma candidatura autárquica em que disputo a presidência da Câmara Municipal.

Na MAIS – Matosinhos Apoia a Inclusão Social, que gere creches e atividades de tempos livres em Matosinhos, Leça da Palmeira, Custóias e no Seixo e acompanha dezenas de crianças desde os primeiros meses, fui presidente da direção desde  2004. Na ADEIMA - Associação para o Desenvolvimento Integrado de Matosinhos era presidente da Assembleia Geral enquanto na Associação Mamedense de Apoio Social – AMAS era também membro da Assembleia Geral.

Para trás ficam muitos anos de dedicação e envolvimento nestas instituições particulares de solidariedade social (IPSS). Foram tempos extremamente enriquecedores do ponto de vista social e humano, de um trabalho voluntário e não remunerado que foi sempre muito gratificante. Guardarei para sempre a memória desses tempos e agradeço a todos quantos contribuíram para o desenvolvimento das associações a que estive ligada.

Apesar deste autoafastamento, continuarei solidária com estas as instituições que, tal como muitas outras, desempenham um papel fundamental para garantir a coesão social das populações. Que seja a esse nível ou no campo cultural, desportivo ou religioso, as coletividades do concelho desenvolvem um trabalho de proximidade para o qual as entidades oficiais não estão vocacionadas. Continuo a identificar-me por inteiro com esse trabalho e vou manter-me sócia, agora sem quaisquer funções diretivas. 

Por isso, não posso deixar de desejar os maiores sucessos a todas as instituições do concelho. Elas fazem parte do património de Matosinhos.

LGBT têm centro de apoio em Matosinhos

Aqui está outro motivo para ter orgulho na minha terra: abriu em Matosinhos o primeiro centro de apoio à população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais) do distrito do Porto. A inauguração foi ontem e coloca Matosinhos na vanguarda do respeito e do apoio a uma comunidade tradicionalmente vulnerável e marginalizada. O centro funcionará na rua Brito Capelo, no antigo edifício da Câmara Municipal.

O Centro Gis (em memória de Gisberta, a transexual brasileira que foi violada e assassinada no Porto por um grupo de adolescentes, em 2006) vai trazer respostas aos problemas sociais, psicológicos e jurídicos da população LGBT. Além dessa função principal, o Centro pretende igualmente contribuir para apoiar a implementação dos planos nacionais de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género e para a Igualdade de Género, Cidadania e Não-Discriminação.

O projeto do centro de apoio resulta de um memorando de entendimento entre a Câmara de Matosinhos e a Associação Plano I, uma organização sem fins lucrativos que visa dar resposta a situações relacionadas com desigualdade, discriminação, violência, exclusão e pobreza. O protocolo, apadrinhado pela secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino, prevê que o Estado financie este centro de apoio. A autarquia equipou e cedeu as instalações.

Sempre defendi a prática de políticas de promoção da igualdade e da inclusão social. A ameaça que pesa sobre os atuais valores civilizacionais torna essa opção política ainda mais premente. Que Matosinhos se destaque também nesta área é motivo de indisfarçável orgulho.

14 fevereiro 2017

Sala cheia na Biblioteca Florbela Espanca

Prometer e cumprir – tinha-me comprometido a ouvir os matosinhenses e comecei ontem a fazê-lo de uma maneira mais formal, através da primeira de dez sessões do ciclo “Ouvir Matosinhos”. A Biblioteca Florbela Espanca encheu-se de pessoas que discutiram o futuro do concelho e contribuíram com as suas próprias ideias e propostas para a reflexão sobre que futuro queremos para a nossa terra.

Foi muito importante e enriquecedora esta primeira sessão, quer pelo número de participantes, que ultrapassou as minhas expetativas, ao ponto de muita gente ter ficado à porta sem poder entrar, quer, sobretudo, pela qualidade das intervenções e pelo interesse dos temas abordados.

Ontem, foram debatidos temas como as novas competências para as autarquias, a ocorrer em breve, o turismo e de como potenciar a presença de passageiros chegados ao Novo Terminal de Cruzeiros, as novas plataformas digitais das smart cities, a aposta no plano social e da saúde, com especial enfoque para a prevenção das doenças como a hipertensão e a diabetes. As obras de revitalização urbana e o legado cultural, e não só, do Presidente Guilherme Pinto foram outros assuntos abordados e discutidos pelos participantes e pela candidata socialista.

O ciclo de sessões “Ouvir Matosinhos” prossegue até final de março. A próxima sessão será de hoje a uma semana, dia 21 de fevereiro, em S. Mamede de Infesta (Salão Nobre da Junta de Freguesia). Quando se trata do futuro do concelho, todos temos uma palavra a dizer e eu quero ouvir o máximo de pessoas possível. O seu contributo é fundamental.

Conto consigo! 

13 fevereiro 2017

Ouvir Matosinhos

Vamos ouvir Matosinhos – é este o desafio que gostaria de lançar a todos os matosinhenses. 

Todos nós, matosinhenses, independentemente da cor partidária, podemos e devemos refletir sobre o futuro que queremos para o nosso concelho. Não podemos deixar que se perca o dinamismo económico, ambiental, social e cultural que nos destacou a norte do país. 

Vivemos tempos novos. Teremos de dar continuidade aos nossos valores sociais e abraçar os desafios que se aproximam. Por isso é tão importante refletir sobre Matosinhos. Por isso é tão importante prepararmo-nos para o futuro. E ouvir os diferentes pontos de vista e opiniões de cada um de nós.
Esta noite, a partir das 21h30, o grupo Ouvir Matosinhos reúne-se para o primeiro de uma série de encontros de reflexão e diálogo que irão decorrer por todo o concelho. Desta vez, será na Biblioteca Florbela Espanca (ao lado da Câmara Municipal), com moderação do jornalista Júlio Magalhães, diretor-geral do Porto Canal. Quero ouvir as pessoas, as suas ideias e as suas propostas sobre o futuro do concelho.

Até final de março haverá outras nove sessões em Custóias, Santa Cruz Bispo, Senhora da Hora, Perafita, Lavra, Guifões, Leça do Balio e Leça da Palmeira. Depois de Matosinhos, a sessão seguinte será em S. Mamede de Infesta, no Salão Nobre da Junta de Freguesia.

A sua participação é fundamental. É o seu concelho, é a sua vida. Todos e todas têm uma palavra a dizer – e eu quero ouvir a sua. Não vou deixar ninguém de fora. A criação de melhores condições de vida para a população do concelho diz respeito a todos e todos podemos ajudar a construir um concelho mais justo e equilibrado.

O seu contributo é fundamental.

Conto consigo.

08 fevereiro 2017

Mais um prémio para o Terminal de Cruzeiros

Um caso sério como vencedor de prémios – agora foi o Arch Daily, o sítio de internet mais visitado do Mundo, a escolher o Terminal de Cruzeiros de Matosinhos como edifício do ano 2017. Está novamente de parabéns o arquiteto Luís Pedro Silva, autor do projeto, e está de parabéns Matosinhos que volta a ver seu nome associado à melhor arquitetura do Mundo. O novo ex-libris do concelho de Matosinhos já tinha sido alvo de outras distinções, nomeadamente com o prémio internacional de arquitetura e design da "AZAwards", quando foi selecionado entre 826 projetos de mais de cinquenta países, em junho passado.

No caso do Arch Daily, o vencedor de cada categoria é definido pelo público. “Não acreditamos que seja necessário um júri formado por peritos para determinar o que é arquitetura de qualidade. Nós acreditamos nos nossos leitores para selecionar edifícios que pela sua beleza, inteligência, criatividade ou por estarem ao serviço da comunidade representam a melhor arquitetura do ano”, afirma o sítio. Os leitores reduziram a lista de centenas de edifícios candidatos para apenas cinco em cada categoria. O Terminal de Cruzeiros venceu na categoria de “Arquitetura Pública”.

Os prémios ganhos são importantes porque promovem a notoriedade do Terminal de Cruzeiros junto das maiores companhias internacionais de cruzeiros, mas também a própria notoriedade de Matosinhos através do Mundo. Mais do que isso, associam Matosinhos à Arquitetura o que é de extraordinária importância quando se sabe que a Autarquia tem investido nesta área.

Daqui por uns meses, quando for inaugurada a Casa da Arquitetura, Matosinhos ganha mais uma valência importante para promover a Arquitetura. A Casa, que assumirá também o nome de Centro Português de Arquitetura, vai funcionar na avenida Menéres, na antiga Real Vinícola, um edifício que resistiu à progressiva transformação daquela zona da cidade, tendo sido preservado devido ao seu elevado valor patrimonial e cultural. Além do papel importante que desempenhará ao nível da Arquitetura propriamente dita, o projeto reforça e complementa a oferta já existente como fator de atração turística.

Todas estas ações, aliadas aos prémios internacionais conquistados pelo Terminal de Cruzeiros dão peso e reforçam a possibilidade de Matosinhos apresentar uma candidatura para passar a integrar a Rede de Cidades Criativas da UNESCO o que enriqueceria ainda mais o património do concelho.

07 fevereiro 2017

Matosinhos e a 4ª Revolução Industrial

25 Mil milhões de euros. É este o montante que Portugal irá receber até 2020 para estimular o crescimento e a criação de Emprego e promover as intervenções necessárias para concretizar esses objetivos. No âmbito do Portugal 2020, pretende-se incentivar a produção de bens e serviços transacionáveis, o Incremento das exportações e a transferência de resultados do sistema científico para o tecido produtivo. O programa prevê também o cumprimento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos, a redução dos níveis de abandono escolar precoce e a integração das pessoas em risco de pobreza e combate à exclusão social. A promoção do desenvolvimento sustentável, o reforço da coesão territorial, particularmente nas regiões de baixa densidade e a racionalização, modernização e capacitação da Administração Pública, são outros dos objetivos.

É no quadro do Portugal 2020 (que está em vigor desde 2014) que foi há dias anunciada a Estratégia para a Indústria 4.0, um conjunto de sessenta medidas de iniciativa pública e privada que deverão ter impacto em mais de 50 mil empresas e permitirão formar mais de 20 mil trabalhadores em competências digitais. Haverá 4,5 mil milhões de euros que serão injetados na economia, valor que representa o investimento em recursos relevantes para a transformação digital da economia.

O CEiiA, de Matosinhos, é um dos parceiros do projeto. Através da parceria com a Startup Portugal, a empresa matosinhense vai possibilitar a incubação e aceleração de startups ligadas à digitalização da indústria. O CEiia é um centro de engenharia e desenvolvimento de produtos para a indústria aeronáutica, automóvel e de mobilidade. Até 2020, a empresa será um espaço de produtização e prototipagem integrado na estratégia nacional para a Indústria 4.0, desenvolvida em paralelo com a Startup Portugal, a estratégia nacional para o empreendedorismo, lançada em 2016.

No arranque desta incubadora e aceleradora de produtização e prototipagem vão estar startups tecnológicas que poderão trabalhar diretamente com multinacionais como a Mitsubishi, a Siemens ou a Autoeuropa, por exemplo. A ideia é que a partilha do espaço possa contribuir para ajudar a transformar ideias em produtos de forma sistemática.

Há quase um ano que o Governo tem vindo a desenvolver a estratégia nacional para Indústria 4.0, em parceria com mais de 200 empresas que foram ouvidas sobre as formas que consideram mais eficazes de apoio para aquela a chamada 4ª Revolução Industrial.

Que Matosinhos, através do CEiiA, tenha um papel preponderante na estratégia nacional para Indústria 4.0 é uma prova evidente de que o concelho soube evoluir acolhendo também atividades não tradicionais onde começa a dar cartas. Como tenho dito e escrito noutras ocasiões, o investimento em Educação e em Investigação e Desenvolvimento é um investimento que frutifica. 

04 fevereiro 2017

Naufrágio nas Astúrias

Fico sempre emocionada quando ouço notícias de que um barco de pesca naufragou. Esta tarde voltou a acontecer, quando soube do acidente que envolveu um barco espanhol e os seus doze tripulantes, entre os quais havia portugueses. Não fujo à regra de pensar que entre as vítimas pode estar alguém conhecida – com o número de pessoas de Matosinhos que está ligada à pesca e ao mar, a probabilidade é sempre elevada…

Desta vez, felizmente, não há vítimas mortais a lamentar. Portugueses (das Caxinas, ao que parece) e restante tripulação foram resgatados a tempo. Mas este naufrágio – mais um – reforça em mim a convicção de que é necessário continuar a trabalhar para melhorar as condições de trabalho dos pescadores, sobretudo as que têm a ver especificamente com a segurança.

O Governo de Portugal tem feito um trabalho extraordinário ao nível das pescas e de toda a atividade marítima. Negociaram-se quotas de pesca mais favoráveis, está a ser feito um grande investimento na recolha e tratamento de informação de caráter científico e na formação.

E quanto à segurança? No final do ano passado, a ministra do Mar, Ana Paulo Vitorino, inaugurou a Estação Leça/Leixões do Sistema ‘Costa Segura’, projeto promovido pela Autoridade Marítima Nacional. Trata-se de um contributo muito importante para a segurança porque faz o seguimento da navegação numa área restrita e acompanha navios que poderão estar em dificuldade (com avarias ou arribadas forçadas). Este equipamento tem uma importância vital também nas ações de busca e salvamento.

Chega? Não – tudo o que se fizer é pouco para garantir a segurança de quem faz do mar o seu ganha-pão. E por isso insisto em que é preciso dar seguimento a um trabalho que melhore as condições de trabalho dos pescadores. Essa deve ser uma preocupação do Governo central, dos armadores, das associações de pescadores e, claro, também das autarquias que têm comunidades piscatórias como é o caso de Matosinhos.

A minha emoção não é comparável – não poderá ser nunca – à que sentirão as pessoas que têm familiares a trabalhar no mar quando ouvem notícias como a de hoje. Mas, em qualquer circunstância, a minha solidariedade é total. 

02 fevereiro 2017

Assembleia da República – Pedido de esclarecimento

Ontem à tarde, durante a sessão plenária da Assembleia da República, fiz um pedido de esclarecimento no seguimento de uma intervenção feita pela deputada do CDS Isabel Galriça Neto que defendeu o reforço dos cuidados paliativos.

Dirigindo-me à deputada centrista, afirmei que a bancada do Partido Socialista acha absolutamente pertinente que a questão dos cuidados paliativos seja trazida à discussão na Assembleia. Todos nós sabemos da importância que esses cuidados têm no Serviço Nacional de Saúde e nos cuidados de saúde atualmente, sobretudo devido ao envelhecimento da população. Dizendo que estamos neste momento disponíveis para discutir esse assunto, recordei que, ainda mais importante do que isso, também estivemos muito disponíveis para por em prática as medidas que o Governo anterior defendeu e anunciou mas que, verdadeiramente, não concretizou. Na realidade, o anterior Executivo não criou a Comissão Nacional dos Cuidados Paliativos, nem os coordenadores regionais, nem o Plano Estratégico para o Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos do Biénio 2017/2018, nem fez a abertura da primeira unidade de cuidados paliativos pediátricos (em Matosinhos). Todas estas são marcas do Partido Socialista e deste Governo. Portanto, em matéria de cuidados paliativos o PS está muito à vontade para discutir – não só pelas propostas do futuro, mas também pelo trabalho que já temos realizado nesta área.

Continuando, reconheci que há uma proximidade das nossas posições relativamente à questão dos cuidados paliativos. Porém, acrescentei que queria também deixar claro que não nos parece recomendável que, ao abordar este assunto no dia em que se discutia uma petição que trata de questões distintas, se tente, tal como transpareceu da intervenção da Senhora Deputada, fazer alguma ligação entre o reforço dos cuidados paliativos e as questões da morte assistida. No Partido Socialista, nós defendemos a necessidade de reforçar essa rede, mas não a confundimos com a discussão em torno da despenalização da eutanásia ou da morte assistida.

Independentemente da vontade pessoal de cada um dos deputados da bancada socialista, que terão a possibilidade de fazer a sua própria opção, entendemos que é preciso tornar claros os conceitos que estão em causa. O pior serviço que poderíamos prestar ao país era, através da declaração política do CDS, confundirmos as pessoas e a opinião pública. E conclui pedindo à Deputada Isabel Galriça Neto que nos esclareça se entende que as medidas que enunciei – e que já estão postas em prática – contribuíram ou não para alcançar os objetivos que a Senhora Deputada tinha defendido.

O meu pedido ficou sem resposta.


(Veja e ouça o meu pedido de esclarecimento clicando AQUI)

01 fevereiro 2017

Visita à Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos

Ontem fiz uma visita à Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos, em S. Mamede de Infesta, cuja atividade tenho acompanhado com muito interesse ao longo dos anos. Tive reuniões com professores e alunos e inteirei-me do trabalho que a Escola tem realizado e dos seus objetivos: garantir aos alunos as competências básicas indispensáveis à sua integração social e ocupacional, orientando-os para o desenvolvimento de competências pessoais, sociais e vocacionais.

A Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos dirige-se a jovens dos 16 aos 25 anos que por algum motivo foram excluídos das ofertas formativas disponíveis e para os quais a oferta tradicional existente em matéria de educação e de formação profissional é pouco atrativa. Normalmente, são jovens provenientes de contextos vulneráveis e que abandonaram os estudos ou que estão em risco de o fazer sem terem obtido as qualificações mínimas indispensáveis à sua integração social e ocupacional.

Trata-se de uma escola pioneira em Portugal por ter sido a primeira a integrar a “2nd Chance Schools”, rede europeia que foi presidida pelo ex-presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto. Ali, os jovens têm acesso a uma experiência de formação fortemente motivacional, essencialmente orientada para o desenvolvimento de competências pessoais, sociais e vocacionais a partir dos seus desejos e capacidades.

O trabalho é realizado tendo a formação vocacional e a construção de projetos de vida como papel central e combina a aquisição de competências básicas com a formação prática em contextos de trabalho e as novas tecnologias.

Durante a visita de ontem pude confirmar a excelência do trabalho realizado na formação de jovens que se ganham quando poderiam perder-se nas ruas escuras da vida. Na Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos há jovens que estão a ser formados e que irão em breve integrar o mercado de trabalho colocando ao serviço da sociedade as qualificações que entretanto adquiriram. A qualidade e beleza dos trabalhos de carpintaria e têxteis que me ofereceram, tal como os pratos que o grupo de culinária me preparou, não mentem: Matosinhos e Portugal merecem que se invista na Educação e na Formação Profissional.