30 abril 2017

Matosinhos em Nova Deli

Foi a pedido e convite das Nações Unidas que o Centro para a Excelência e Inovação da Indústria Automóvel (CEiiA), de Matosinhos, participou, esta semana, numa conferência sobre tecnologia sustentável realizada em Nova Deli, na Índia. A participação no “Fórum do Global Compact” pode representar a abertura do mercado indiano para a instituição matosinhense que já conta no currículo com projetos de sucesso no Brasil, onde gere a plataforma tecnológica que gere e monitoriza a frota de carros elétricos da gigantesca central hidroelétrica de Itaipu.

Mais importante ainda do que a participação na conferência propriamente dita, é que o CEiiA vai passar a integrar a “Breaktrough Inovation”, uma plataforma utilizada pela Organização das Nações Unidas para criar tecnologias disruptivas, nomeadamente ao nível da inteligência artificial. Abrem-se assim novos horizontes à empresa matosinhense que poderá em breve estender a sua atividade a outras geografias.

A área aeroespacial é outra em que o CEiiA vai ter intervenção. Também esta semana, foi assinado um contrato com a Fundação da Ciência e Tecnologia e a Universidade de Évora, para a criação de uma cátedra dedicada a esta área. Em Évora, onde o cluster aeronáutico está “a ganhar asas”, pretende-se suscitar a investigação e o desenvolvimento de materiais e de sistemas inovadores para a indústria aeronáutica, para a robotização e automação, assim como a certificação de processos e integração de sistemas.

Naturalmente, não fico indiferente ao êxito alcançado pelas e pelos matosinhenses, quer a nível individual quer coletivo. E hoje volto a chamar aqui a atenção para trabalho desenvolvido pelo CEiiA porque me parece ser o paradigma que todos devemos seguir: competência, ambição, investigação, desenvolvimento. Quando reunidas, estas caraterísticas só podem resultar no sucesso, com as consequências económicas e sociais que daí decorrem.

O CEiiA dá um contributo decisivo para que Matosinhos seja um concelho financeira e ambientalmente sustentável, onde os cidadãos tenham qualidade de vida e todas as condições para serem felizes.

Sá Carneiro é o melhor aeroporto da Europa

Um estudo realizado por seis associações internacionais de defesa do consumidor, entre as quais a portuguesa DECO, revela que o aeroporto Sá Carneiro é o melhor aeroporto da Europa e o terceiro do Mundo. Entre os 178 aeroportos avaliados, o “nosso” vem logo atrás da infra-estrutura aeroportuária de Singapura e o aeroporto de Tóquio, no Japão. A segurança, a sinalética, os ecrãs de informação e as casas de banho foram os critérios mais apreciados.

É mais um prémio – um lugar no pódio mundial é sempre um prémio – que vem acentuar a veia turística de Matosinhos. Mesmo que não esteja completamente no concelho (uma parte está no concelho da Maia), o Aeroporto Sá Carneiro é uma das valências mais importes para a economia de Matosinhos, líder incontestável de toda a região e verdadeira placa giratória de pessoas e de bens complementada com o Terminal de Cruzeiros e o Terminal de Contentores. O aumento do número de rotas e o regresso de companhias de bandeira faz com que este ano se ultrapasse a fasquia mítica dos dez milhões de passageiros. Os efeitos têm de fazer-se sentir na economia local…

A muito curto prazo, melhor dizendo, imediatamente, o desafio de Matosinhos passa por cativar esses milhões de pessoas que chegam por terra, mar e ar e fazê-los descobrir Matosinhos. Decididamente, a nossa terra não pode ser apenas local de passagem – temos de promover as nossas riquezas locais e a nossa secular hospitalidade para que o concelho seja procurado pelas nossas praias, pelos monumentos, pela Arquitetura, pelo atividades desportivas ligadas ao mar, pela gastronomia, enfim, um conjunto de caraterísticas que fazem de Matosinhos um concelho único.

O desenvolvimento de Matosinhos passa também pelo desenvolvimento do turismo, visto como um todo. Temos motivos de sobra para encarar esse desafio com todo o otimismo.

27 abril 2017

O indicador de confiança continua em alta

Já todos o pressentíamos, mas agora é oficial e a confirmação é feita pelo Instituto Nacional de Estatística: o indicador de confiança dos consumidores voltou a aumentar em abril fixando-se no valor mais elevado dos últimos 20 anos. Mais do que uma subida episódica, os dados revelam uma tendência continuada, porque foi o oitavo mês consecutivo a registar aumentos de confiança. Ainda de acordo com o INE, também o indicador de clima económico manteve a trajetória de crescimento. É mais uma prova da boa governança do Partido Socialista e da excelência dos resultados alcançados por António Costa, Mário Centeno e restantes membros do Governo.

Desde outubro de 1997 que o indicador de confiança dos consumidores não era tão alto. Os dados resultam sobretudo das expectativas relativas à evolução do desemprego e da situação económica do país. Entretanto, o indicador de clima económico mantém igualmente uma trajetória ascendente desde janeiro.

É inegável: a vida das pessoas melhorou com o governo do PS que lhes devolveu a esperança e a confiança. Enquanto o principal partido da Oposição continua à espera que o Diabo apareça, o Partido Socialista mostra as suas credenciais, que se fazem sentir em todas as áreas, nomeadamente ao nível do desemprego que está prestes a descer a mítica fasquia dos dez por cento.

O clima económico que se vive no País reforça a expetativa de possamos sair do Procedimento por Défice excessivo cujo primeiro passo foi dado com a confirmação do défice histórico de dois por cento, o melhor das últimas décadas. Reforça também os argumentos do Governo para que as agências de notação financeira retirem a dívida portuguesa do nível “lixo” que algumas delas ainda mantêm. Portugal está claramente numa trajetória credível e quando as agências de rating confirmarem isso mesmo poderemos sair do círculo vicioso que impede a nossa economia de crescer mais.

Estes resultados positivos obtidos pelo governo do Partido Socialista dão também alento para o que falta fazer: criar mais emprego, sobretudo para os jovens, é uma prioridade. Portugal tem de evitar perder milhares de jovens em cuja formação investiu e que partem para contribuir para o crescimento de outras economias. A maior riqueza de um país são as pessoas e elas têm de estar, sempre, no centro das preocupações da classe política.

26 abril 2017

Um ano de blogue

Passou ontem um ano desde a publicação do meu primeiro post neste blogue, criado pela necessidade de manter uma relação de proximidade com a população, sobretudo com as e os matosinhenses. Na nota de abertura que então publiquei, escrevi que “um dos maiores desafios para quem se dedica à causa pública é manter o contacto, constante, com quem o elegeu. Só esse laço de permanente comunicação permite ao político exercer a sua função: defender o eleitor, todos os eleitores, mesmo aqueles que não lhe deram o seu voto”. De facto, é assim que que vejo o exercício da função – virada para as pessoas, ouvindo as suas preocupações e anseios para poder dar-lhes resposta”.

As funções partidárias que me foram atribuídas no primeiro semestre do ano passado, – tanto ao nível da Distrital do Porto como em Lisboa, no seio do Grupo Parlamentar do Partido Socialista e por ter passado a integrar a Comissão Permanente – obrigaram-me a uma gestão muito rigorosa da minha agenda pública e criei este blogue como um novo canal de comunicação para complementar a minha presença na Comunidade.

Justificando a criação do blogue, escrevia eu, há um ano, que “não quero deixar ninguém para trás” e lançava o convite para aqui lerem a minha opinião sobre os mais variados temas de atualidade, sobretudo aqueles que têm a ver com Matosinhos.

Num ano de atividade publiquei quase duzentos artigos de opinião que ultrapassam, regularmente, vários milhares de visualizações. Fiz deste local uma tribuna para promover a inclusão social, os direitos das mulheres e dos jovens, a dignidade dos mais idosos. Para defender o Serviço Nacional de Saúde, as políticas de emprego, de inovação, a justiça e a igualdade de oportunidades.

O número de visualizações registado revela que o Horizonte e Mar se tornou uma via de diálogo, de debate de ideias, de discussão e de reflexão. Agora, que no âmbito da corrida autárquica me apresento às e aos matosinhenses como candidata à presidência da Câmara, mais se justifica que utilize esta via para, também por aqui, fomentar a troca de ideias e apresentar as minhas propostas para o futuro de Matosinhos.

E repito o que disse há um ano: todas e todos são bem-vindos, porque este espaço, tal como Matosinhos, é seu, é meu, é nosso.

19 abril 2017

Parabéns, PS!

Completam-se hoje 44 anos sobre a fundação do Partido Socialista, sucessor da Acção Socialista Portuguesa. A transformação em partido fez-se na Alemanha – muitos dos fundadores viviam então em exílio forçado por um regime que só cairia um ano depois, com a Revolução dos Cravos. A democracia e a liberdade não existiam em Portugal e eram ainda apenas uma miragem para muitos dos vinte e sete militantes que se deslocaram a Bad Münstereifel e daqueles que se fizeram representar. Nomes como Mário Soares, António Macedo, Tito de Morais, Salgado Zenha, Raul Rego, Mário Cal Brandão, Fernando Valle, António Arnaut ou Maria Barroso são apenas alguns dos nomes que me ocorrem e a quem tanto ficamos a dever.

É incontestável o papel histórico que o PS desempenhou para a implantação da Democracia em Portugal. Fê-lo nos tempos da clandestinidade e continuou a fazê-lo depois, quando se tornou um verdadeiro partido de massas, tão grande que nele cabem várias correntes políticas. Sim, o PS é uno e indivisível e também plural, porque acolhe no seu seio militantes e simpatizantes de origem diversa que têm em comum os valores do socialismo democrático e da social-democracia.

São esses valores humanistas, dos quais o PS nunca abdicou, que o tornaram um grande partido. A promoção e defesa do estado social, da escola pública, da justiça, da igualdade de direitos, enfim, da Democracia e da Liberdade estiveram sempre na agenda do Partido Socialista e são batalhas para continuar a travar – até ao fim.

Os socialistas, militantes ou simples simpatizantes, estão hoje de parabéns por tudo o que o PS tem feito no sentido de Portugal se tornar cada vez mais justo e solidário. Com 44 anos de vida, o partido goza de uma invejável pujança que é a garantia de que continuará a ser o grande protagonista do desenvolvimento do País. 

07 abril 2017

A Administração Trump e o os cortes cegos


Os Estados Unidos anunciaram no início desta semana a decisão de cortar o financiamento ao Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) que ao longo dos anos tem desenvolvido um trabalho fundamental na promoção do planeamento familiar. A ação da UNFPA faz-se sentir em mais de centena e meia de países que representam cerca de 80 por cento da população mundial e tem permitido salvar milhares de vidas de raparigas e jovens mulheres durante a gravidez ou o parto, tal como milhares de bebés.

O corte de 32,5 milhões de dólares anunciado pela administração Trump não é uma surpresa para quem tem acompanhado as intenções do presidente norte-americano. Mas as consequências são de tal forma dramáticas e hipotecam de tal maneira o trabalho da UNFPA que a decisão vai custar a vida a muitas mulheres, que, sem o apoio da agência das Nações Unidas, dificilmente escaparão a uma morte que a partir de agora está como que anunciada – e é quase certa.

Enquanto deputada e membro do Grupo Parlamentar Português para a População e o Desenvolvimento, que trabalha com o UNFPA, não posso deixar de condenar a decisão norte-americana e dei o meu apoio a uma mensagem de solidariedade enviada aos responsáveis da agência. Entretanto, na próxima quarta-feira, o Grupo Parlamentar vai reunir e poderá tomar outras medidas de condenação e repúdio face ao corte de financiamento.

Com esta decisão, Trump coloca em causa os próprios Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela ONU. Sem meios, como poderemos assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva? E recordo que também foi definido como meta reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100.000 nados-vivos e acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de cinco anos. Deixar de financiar o trabalho do UNFPA é fechar os olhos a esta realidade e hipotecar estas metas.

Não, não nos podemos calar face a uma decisão como esta. Uma morte é sempre qualquer coisa de dramático – sobretudo quando ela é evitável. Talvez ainda estejamos a tempo de inverter esta decisão e manter e quiçá reforçar todos os programas do UNFPA em matéria de saúde materna, sexual e reprodutiva. No fundo, essa é uma responsabilidade de todos os membros da ONU, uma responsabilidade a que os Estados Unidos, enquanto maior economia do Mundo, não podem furtar-se.