Portugal é o país da União Europeia com a mais alta taxa de
prevalência de pessoas obesas: as estatísticas apontam para 1,4 milhões de
casos no nosso país e a tendência, no cômputo geral, é para piorar: estima-se
que daqui por menos de dez anos, em 2025, metade da população mundial seja
obesa. Ainda em Portugal, a doença afeta sobretudo as mulheres (são 57 por
cento dos casos) e confirma-se uma relação entre a Obesidade e a pobreza. Muito
preocupantes são também os dados relativos a crianças e jovens: mais de um
terço tem excesso de peso.
Estes números reforçam a necessidade de implementar
políticas de combate á Obesidade. Recentemente, o Governo impôs uma taxa sobre
o consumo de alimentos nocivos como as gorduras, os produtos com excesso de
açúcar ou sal. O objetivo é que os cidadãos adotem práticas alimentares mais
saudáveis.
Mas não basta para combater esta verdadeira epidemia do
século XXI. É necessário investir na prevenção e na educação, sobretudo das
crianças, o que tem de ser feito em meio escolar. Há que ponderar, por exemplo,
incluir no currículo aulas sobre nutrição e hábitos alimentares, associando-os
ao deporto e ao exercício físico. Nesta matéria, há que recorrer a médicos,
nutricionistas e professores, nomeadamente de Educação Física para a realização
de um trabalho em rede que poderá ter extensão fora da Escola, através de
protocolos com clubes e associações desportivas que poderão desenvolver algumas
atividades extracurricular.
A promoção de atividades desportivas informais deve ser
assumida pelas autarquias como um serviço público de primeira necessidade. Além
da Obesidade, estão também em causa doenças como a Diabetes e a Hipertensão,
que têm uma muito elevada prevalência em Matosinhos e para as quais a prática
do exercício físico é altamente recomendada.
Matosinhos, terra de horizonte e de mar, de pesca e de gastronomia,
de arquitetura e de design, tem também de ser um concelho de Saúde e de
Desporto.