No meu regresso como colunista deste jornal, quero começar por saudar o
seu diretor, Pinto Soares. É graças à sua dedicação que o Jornal de Matosinhos
se impôs como título de referência da imprensa regional percorrendo um caminho,
longo de 36 anos, em que soube interpretar as preocupações e anseios de
Matosinhos. Bem-haja, senhor Diretor, pelo trabalho desenvolvido e muito
obrigada por este espaço que coloca à minha disposição.
Pretendo abordar aqui assuntos de interesse e relevância para o
concelho sem esquecer a minha atividade parlamentar na Assembleia da República.
Em Lisboa ou em qualquer lado assumo plenamente a minha condição de
matosinhense. Sou-o porque é esta a terra que me viu nascer e que aprendi a
servir desde o tempo em que fui vereadora na Câmara Municipal.
---
Fui aluna da Escola Secundária do Padrão da Légua, no início
dos anos 80, quando abriu as suas portas na sua atual localização, e vejo com
natural preocupação o estado de degradação a que chegou. A escola foi encerrada
no passado dia 13 por razões de segurança, deixando sem aulas cerca de mil
alunos. Uma parte do telhado de alguns pavilhões voou com o mau tempo e chovia
dentro das salas de aula. A situação só pode surpreender quem não conhecia as
condições em que a Escola se encontrava depois de terem sido suspensas as obras
de requalificação a que foi submetida, em maio de 2012. Desde então, ou melhor,
desde o ano anterior, quando as obras começaram, a população escolar esteve a
trabalhar em contentores provisórios e outras instalações degradadas.
A situação agudizou-se quando ao escasso espaço disponível
(em função das obras, paradas) foi associado um aumento substancial do número
de alunos devido à reorganização do mega-agrupamento a que a Escola pertence. A
direção da escola já tinha chamado a atenção para as condições precárias e
pouco dignas que colocam em causa o desempenho dos alunos, a sua integridade
física, dos professores e demais funcionários. Aliás, desde março que está
disponível para assinatura, nas escolas do agrupamento, uma petição dirigida à
Assembleia da República e ao Ministério da Educação em que se manifesta a
necessidade urgente de concluir as obras naquela Secundária.
Este é mais um bom exemplo da política do “deixa andar” e de
desinvestimento em áreas cruciais (Educação, Saúde, Justiça) que caraterizou o
Governo Passos / Portas. É absolutamente inadmissível que a anterior maioria
tenha deixado a situação da Escola do Padrão da Légua arrastar-se todos estes
anos sem que encontrasse uma solução. Uma postura que contrasta com a do atual
Governo cujo Ministério da Educação mobilizou os mecanismos e os recursos
humanos necessários para que os trabalhos de reparação fossem imediatos e a
escola possa retomar rapidamente a sua atividade normal.
Em matéria de Educação, a política do Governo PS é em tudo
diferente daquela que foi preconizada pelo anterior Governo. Estes três meses
de governação demonstram que este é um setor para o qual o Executivo olha com
mais cuidado e atenção. A gratuitidade dos manuais escolares para os alunos do
primeiro ano, já a partir do próximo ano letivo, é uma medida importante de
apoio às famílias. Simultaneamente, o Ministério da Educação chegou a acordo
com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros para garantir que o preço
dos manuais escolares para os outros anos não sofra qualquer aumento.
O ministro Tiago Brandão Rodrigues pretende a redução
progressiva do preço dos manuais escolares até chegar à gratuitidade completa.
O Orçamento de Estado para 2016 prevê um reforço de 9,4 por cento para manuais
destinados a alunos que sejam beneficiários da Ação Social Escolar. A
Confederação Nacional das Associações de Pais elogiou a iniciativa e reconhece
que “não haver um agravamento do preço é positivo e é uma ajuda para as
dificuldades que as famílias sentem na aquisição dos manuais”.
Promover a Educação é cumprir a Constituição. E é,
sobretudo, dar aos jovens a possibilidade de encararem com maior otimismo os
desafios do futuro.
(Artigo publicado no Jornal de Matosinhos, 22.abr.2016)
(Artigo publicado no Jornal de Matosinhos, 22.abr.2016)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Quer comentar? Faça-o! Este espaço é seu, é meu, é nosso.