Foi finalmente inaugurada a segunda fase do Centro Materno-Infantil
do Norte (CMIN), que permite concentrar as consultas externas no antigo
edifício da Maternidade Júlio Dinis. A cerimónia contou com a presença do Primeiro-Ministro,
António Costa, e do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes. O ambiente festivo
contrastou com o que se viveu há dois anos, quando o então Primeiro-Ministro,
Passos Coelho, foi recebido com apupos de manifestantes que pediam a sua demissão.
Como as coisas mudaram! Hoje existe uma política de Saúde
que, ao contrário do anterior Governo, pensa nas pessoas. Foi o ministro da
Saúde quem o disse: “não podemos construir o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em
cima de um “power point”, mas em cima de uma realidade concreta, de pessoas”.
António Costa afirmou que investir na Saúde e nas pessoas é o melhor que algum
Estado pode fazer. E acrescentou que "há poucas áreas como a saúde materno
infantil onde o SNS tenha dado tantas provas da sua capacidade".
Não foi fácil o caminho do CMIN. Foi preciso travar muitas
lutas e fazer muitos sacrifícios, como disse o Presidente do Centro Hospitalar
do Porto, Sollari Allegro, que recordou um longo processo de avanços e recuos
em que teve de vencer as resistências do anterior Governo e da Câmara do Porto (quando
Rui Rio era presidente) que chegaram a mandar parar a obra. Felizmente, Sollari
Allegro resistiu e persistiu.
Nesse processo quero salientar o papel de Manuel Pizarro. Foi
o presidente da Distrital do Porto do Partido Socialista, na altura em que era
secretário de Estado da Saúde, e o então Presidente da Administração Regional
de Saúde, Fernando Araújo, atual titular de idêntica pasta no Governo, que lançaram
a primeira pedra da obra. Depois de cessar funções governativas, já como
vereador da Câmara do Porto, Pizarro continuou a apoiar o projeto. Foi
amplamente merecida a homenagem que Sollari Allegro lhes fez, simbolizado pela
entrega de uma medalha alusiva ao 50º aniversário da Maternidade Júlio Dinis.
A nova valência é de extrema importância porque reúne a
prestação de cuidados materno infantis que eram garantidos pelo Hospital Maria
Pia (que foi encerrado), pelo Santo António e pela Maternidade Júlio Dinis. A
obra foi orçada em cerca de 60 milhões de euros, metade dos quais eram
incentivos comunitários. No ano passado, o estabelecimento realizou 3.202
nascimentos, 5.700 cirurgias e 173 mil consultas.
O CMIN é um marco para a região, para o País e para o Serviço
Nacional de Saúde.
(Artigo publicado no Jornal de Matosinhos, 29.abr.2016)
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