29 abril 2016

Centro Materno Infantil, uma conquista socialista


Foi finalmente inaugurada a segunda fase do Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN), que permite concentrar as consultas externas no antigo edifício da Maternidade Júlio Dinis. A cerimónia contou com a presença do Primeiro-Ministro, António Costa, e do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes. O ambiente festivo contrastou com o que se viveu há dois anos, quando o então Primeiro-Ministro, Passos Coelho, foi recebido com apupos de manifestantes que pediam a sua demissão.

Como as coisas mudaram! Hoje existe uma política de Saúde que, ao contrário do anterior Governo, pensa nas pessoas. Foi o ministro da Saúde quem o disse: “não podemos construir o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em cima de um “power point”, mas em cima de uma realidade concreta, de pessoas”. António Costa afirmou que investir na Saúde e nas pessoas é o melhor que algum Estado pode fazer. E acrescentou que "há poucas áreas como a saúde materno infantil onde o SNS tenha dado tantas provas da sua capacidade".

Não foi fácil o caminho do CMIN. Foi preciso travar muitas lutas e fazer muitos sacrifícios, como disse o Presidente do Centro Hospitalar do Porto, Sollari Allegro, que recordou um longo processo de avanços e recuos em que teve de vencer as resistências do anterior Governo e da Câmara do Porto (quando Rui Rio era presidente) que chegaram a mandar parar a obra. Felizmente, Sollari Allegro resistiu e persistiu.

Nesse processo quero salientar o papel de Manuel Pizarro. Foi o presidente da Distrital do Porto do Partido Socialista, na altura em que era secretário de Estado da Saúde, e o então Presidente da Administração Regional de Saúde, Fernando Araújo, atual titular de idêntica pasta no Governo, que lançaram a primeira pedra da obra. Depois de cessar funções governativas, já como vereador da Câmara do Porto, Pizarro continuou a apoiar o projeto. Foi amplamente merecida a homenagem que Sollari Allegro lhes fez, simbolizado pela entrega de uma medalha alusiva ao 50º aniversário da Maternidade Júlio Dinis.

A nova valência é de extrema importância porque reúne a prestação de cuidados materno infantis que eram garantidos pelo Hospital Maria Pia (que foi encerrado), pelo Santo António e pela Maternidade Júlio Dinis. A obra foi orçada em cerca de 60 milhões de euros, metade dos quais eram incentivos comunitários. No ano passado, o estabelecimento realizou 3.202 nascimentos, 5.700 cirurgias e 173 mil consultas.

O CMIN é um marco para a região, para o País e para o Serviço Nacional de Saúde.

(Artigo publicado no Jornal de Matosinhos, 29.abr.2016)

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