A história do Dia do Trabalhador, que hoje se comemora,
remonta ao final o século XIX e tem por palco os Estados Unidos. Foi em
Chicago, decorria o ano de 1886, que os trabalhadores organizaram uma
manifestação com o objetivo de reivindicar a redução da jornada de trabalho para
oito horas.
A manifestação foi muito participada e reuniu milhares de
pessoas, marcando o início de uma greve geral em todo o país. Dois dias depois,
confrontos com as chamadas forças da ordem provocaram a morte de três
manifestantes. Uma nova manifestação, no dia seguinte, organizada em protesto
pelos acontecimentos dos dias anteriores, terminou de novo em tragédia, com a
morte de dezenas de pessoas. No processo judicial que se seguiu, houve cinco
sindicalistas que foram condenados à morte e outros três a prisão perpétua.
Três anos depois, a Internacional Socialista decidiu passar
a convocar, todos os anos, uma manifestação de luta pelas oito horas de
trabalho. Em homenagem às vítimas de Chicago, foi escolhida a data de 1 de
maio. Em 1891, em França, uma manifestação operária é dispersada pela polícia
que provoca dez mortos entre os manifestantes. Este acontecimento reforça o
Primeiro de Maio como dia de luta e de reivindicação. Meses depois, a
Internacional Socialista, reunida em Bruxelas, decidiu proclamar a data como dia
internacional de reivindicação de condições laborais.
Em 1919 o senado francês proclama o dia 1 de maio desse ano
dia feriado. Em 1920 a União Soviética adota o dia como feriado nacional,
exemplo que é seguido por muitos outros países. Em Portugal, só depois 25 de
Abril é que o Primeiro de Maio passou a ser feriado e a data pôde ser
comemorada em liberdade. Até aí, a comemoração do Dia do Trabalhador era proibida
e severamente reprimida pela polícia.
A 1 de Maio de 1974, todas as cidades do país viveram
manifestações carregadas de um simbolismo próprio de serem as primeiras em
quase cinco décadas de ditadura. Em Lisboa, foram mais de um milhão de
portugueses a sair à rua e a concentrarem-se para vitoriar os Capitães de Abril
e reivindicar melhores condições de trabalho.
Os direitos dos trabalhadores sofreram nos anos seguintes,
sobretudo com a aprovação da Constituição da República, em 1976, grandes
avanços. Muitos desses progressos foram depois postos em causa. Nos últimos
quatro anos, com o Passos Coelho e Paulo Portas, no poder, algumas conquistas
foram claramente hipotecadas mas a chegada ao Governo de uma nova maioria, pela
mão do Partido Socialista, correspondeu uma nova valorização dos direitos dos
trabalhadores.
Uma vez empossado, o novo governo de esquerda começou
imediatamente a tomar uma série de medidas que devolveram aos trabalhadores
muitos dos direitos que o anterior governo tinha tirado. A reposição dos
salários na Função Pública, a semana das 35 horas de trabalho e o aumento do
Salário Mínimo Nacional (outra conquista de abril) foram as medidas mais
emblemáticas tomadas por este Governo, a que se juntam políticas, importantes,
de valorização das mulheres em meio laboral.
É verdade – ainda há muito a fazer, mas estamos em princípio
de mandato. E, neste 1ª de Maio, assumo o compromisso de continuar ao lado dos
trabalhadores pelo direito a um trabalho digno e a uma remuneração justa e
contra a precariedade. Neste campo, como em muitos outros, tenho a firme convicção
de que a “geringonça” vai continuar a dar-nos razões para sorrir. É que apesar
da consciência das dificuldades financeiras que o país atravessa, o Governo não
questiona o primado da defesa dos direitos dos trabalhadores.
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