Mariano Gago, que mudou o paradigma da ciência em Portugal e
faleceu em abril do ano passado, “reuniu” esta tarde a comunidade científica
para um ciclo de conferências sob o tema “Caminhos do Conhecimento”. Foi em
homenagem ao brilhante cientista e político que centenas de pessoas
participaram nas diversas conferências que contaram também com a presença de
destacados membros do Governo, nomeadamente o primeiro-ministro, António Costa,
e o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor. Mariano
Gago completaria hoje 68 anos.
No discurso de encerramento, António Costa afirmou que o
Governo assume “como meta até 2020 o aumento para 40 por cento de diplomados do
Ensino Superior (ou equivalente) na faixa etária entre os 30 e os 34 anos”. O
reforço da investigação e desenvolvimento em percentagem do PIB entre 2,7 e 3,3
por cento é outra meta assumida. Trata-se de dois objetivos fundamentais com vista
à promoção da inovação e à construção de uma economia mais competitiva.
Mas o elogio de António Costa a Mariano Gago foi a nota
merecidamente dominante do discurso do primeiro-ministro. Merecidamente porque
deve-se ao antigo professor universitário, cientista e político (foi ministro em
quatro governos) o facto de Portugal ter multiplicado por 17 o número de investigadores
e por 15 o Produto Interno Bruto (PIB) em conhecimento científico e inovação.
A homenagem a José Mariano Gago é justíssima porque poucos
como ele promoveram o conhecimento e apelaram à mobilização coletiva para a
construção de uma sociedade com mais conhecimento. “Investir na Ciência é
investir no Futuro”, escreveu, sabendo que o debate sobre cultura científica
era, sobretudo, um debate político. Ainda hoje não é evidente que a educação
científica seja uma condição essencial para empregabilidade futura.
É também a Mariano Gago que se deve a criação dos programas
como o “Ciência Viva”, que leva a Ciência para o universo concreto dos jovens, sobretudo
do ensino básico e secundário. É graças ao sucesso do “Ciência Viva” que se
explica o aumento dos jovens do ensino secundário que optaram, desde 1996,
pelas áreas científicas.
O legado de Mariano Gago obriga-nos a estimular a divulgação
da cultura científica e envolver as escolas, de todos os níveis de ensino, com
as instituições científicas. Por isso apoio a política do ministro Manuel
Heitor de promover a aprendizagem e estimular formas modernas de cidadania
global.
A Jam Session que
encerrou o programa, com a JazzUP Band de Manuel Mota, da Universidade de Évora,
e estudantes da Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo, do Porto,
interpretou fielmente a fusão de conhecimentos por que Mariano Gago se bateu.
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