Foi ontem inaugurado o i3S – Instituto de Investigação e
Inovação em Saúde, o superlaboratório que resulta da união do Instituto de
Biologia Molecular e Celular (IBMC), com o Instituto Nacional de Engenharia Biomédica
(INEB) e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do
Porto (IPATIMUP). É um sonho que torna realidade a maior estrutura na área das
Ciências da Saúde em Portugal. A nova valência alberga mais de mil
colaboradores, 800 dos quais são cientistas.
O iS3 é vanguardista a nível tecnológico, utilizando
tecnologia emergente nos domínios da genética, imunologia, bio-imagem,
bio-materiais, oncobiologia, entre outras. As doenças neurodegenerativas,
oncológicas e infecciosas estão na mira dos investigadores que ficam agora com
condições excecionais para desenvolver os seus trabalhos de investigação e
encontrar respostas que permitam combater eficazmente aquelas patologias.
Para desenvolver o i3S, seu diretor, Mário Barbosa, tem um
plano assente em três bases: ter um centro de investigação útil em termos de
Saúde Pública; aumentar a literacia médica da população; e demonstrar que há um
impacto económico.
Apesar de a primeira pedra do novo edifício ter sido lançada
em 2013, a criação do i3S transformou-se em realidade em 2008, quando os
directores do IBMC, do INEB e do IPATIMUP assinaram o protocolo de
estabelecimento do consórcio. A assinatura foi feita na presença do então primeiro-ministro
José Sócrates e do ministro da Ciência Mariano Gago, que foi homenageado na
passada segunda-feira, como aqui
dei nota.
Ontem, na cerimónia de inauguração, o primeiro-ministro António
Costa recordou Mariano Gago e destacou o seu papel de grande impulsionar da
Ciência em Portugal. O primeiro-ministro lembrou que o Governo está a negociar
com os sindicatos para acabar com as bolsas nas ciências, que é a forma como os
investigadores são pagos, e substitui-las por verdadeiros contratos de trabalho
para cimentar o emprego público.
O i3S é importante para Portugal e para a região. Com a sua
inauguração, o Porto reforça o estatuto de capital da Ciência e do Conhecimento
que atingiu graças ao trabalho de investigadores que estão entre os melhores do
Mundo. Manuel Sobrinho Simões (fundador do IPATIMUP), que a revista britânica The Pathologist considerou no final do
ano passado “o patologista mais influente do Mundo” é um caso paradigmático.
Tal como Alexandre Quintanilha, meu colega no Grupo Parlamentar do Partido
Socialista na Assembleia da República e físico de renome internacional. De uma geração
mais recente, Hélder Maiato é a garantia da continuidade da linhagem de
grandes investigadores portuenses. O jovem cientista venceu, no ano passado, o
prémio que distingue o melhor entre os melhores da investigação europeia, o Louis-Jeantet Young Investigator Career
Award. A fundação que instituiu o prémio está sediada em Genebra e criou o
galardão para encorajar e apoiar os melhores talentos jovens a trabalhar em
investigação biomédica na Europa.
Com a inauguração do i3S, é o Porto e o País que saem a
ganhar.
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