20 junho 2016

António Guterres e a ONU


António Guterres é candidato a Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, uma candidatura que honra Portugal e da qual todos os portugueses se devem orgulhar. É também uma candidatura que recolhe um amplo consenso interno.

A ONU foi fundada em 1945, após o final da segunda guerra mundial, para promover a paz e a cooperação internacional e impedir um novo conflito militar. Os seus objetivos são manter a segurança e a paz mundial, promover os direitos humanos, auxiliar no desenvolvimento económico e no progresso social, proteger o meio ambiente e prover ajuda humanitária em casos de fome, desastres naturais e conflitos armados. Nas décadas que se seguiram, à fundação, a ONU tornou-se numa organização forte e poderosa. Aos 51 estados membros iniciais muitos outros se juntaram, sobretudo depois do processo de descolonização verificado em África, na Ásia e na Oceânia. Após o fim da guerra fria, a ONU protagonizou as principais missões militares e de paz um pouco por todo o Mundo. A organização recebeu o Nobel da Paz em 2001, galardão que também foi ganho por alguns de seus oficiais e agências.

É ao cargo de secretário-geral desta organização que António Guterres se candidata, para suceder ao sul-coreano Ban Ki-moon. O português terminou no final do ano passado o seu segundo mandato como Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), cargo que desempenhou de forma exemplar, merecendo rasgados elogios de vários quadrantes. O trabalho de António Guterres, reconheça-se, foi feito num contexto extraordinariamente difícil: o seu mandato ficou marcado pelas maiores crises de refugiados e deslocados na história das Nações Unidas, nomeadamente as que resultaram de conflitos no Médio Oriente e em África.

A coordenação de cerca de 10 mil funcionários espalhados por cerca de 125 países é certamente um desafio enorme, ma Guterres conseguiu aumentar e eficácia e a capacidade de resposta da Organização em situações de emergência. Durante os dez anos em que desempenhou o cargo de ACNUR, o volume de atividades da Organização triplicou.

Quando chegou à ACNUR já Guterres tinha um currículo de primeira linha resultado de mais de vinte anos de serviço púbico. Foi Primeiro-ministro de Portugal, presidente do Conselho Europeu e copresidiu à primeira cimeira Europa-África. Foi também membro da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, tendo sido presidente da Comissão de Demografia, Migrações e Refugiados.

Agora, naturalmente, o patamar é mais elevado. Mas, como já afirmou o próprio presidente da República, trata-se de “uma candidatura a favor de todos, congregadora, baseada no extraordinário mérito do candidato e assente na certeza de que, caso seja eleito, António Guterres será um brilhante secretário-geral das Nações Unidos”. Marcelo Rebelo de Sousa, considera que Guterres “valorizará a ONU e fará com a inteligência e capacidade que todos lhe reconhecerem a ponte entre as nações”. E o presidente da República vai mais longe, admitindo que o antigo Alto-Comissário para os Refugiados “é certamente o vulto mais brilhante” da sua geração.

O primeiro-ministro, António Costa, endossa igualmente a candidatura e afirma que Guterres é “um candidato excecionalmente qualificado” para o desempenho do lugar. O primeiro-ministro chama a atenção para o facto de o candidato ter dado “provas do seu compromisso com os ideais humanistas consagrados nos objetivos e nos princípios da Carta das Nações Unidas, bem como da sua capacidade de liderança e gestão ao mais alto nível.”

De facto, António Guterres é um excelente candidato. São-lhe amplamente reconhecidas as competências diplomáticas necessária. Acresce que é um profundo conhecedor do sistema das Nações Unidas, possui uma enorme experiência internacional e demonstrou sempre, nos cargos que ocupou, forte capacidade reformista e permanente empenho na promoção da igualdade de género, obtendo resultados concretos e duradouros.

Para o Governo português, a candidatura de António Guterres é um imperativo, num tempo em que, mais do que nunca, é urgente mobilizar o mundo em prol da paz e da segurança, dos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável.

Eleger António Guterres para Secretário-geral das Nações Unidas é um verdadeiro desígnio nacional.

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