António Guterres é candidato a Secretário-Geral da
Organização das Nações Unidas, uma candidatura que honra Portugal e da qual
todos os portugueses se devem orgulhar. É também uma candidatura que recolhe um
amplo consenso interno.
A ONU foi fundada em 1945, após o final da segunda guerra
mundial, para promover a paz e a cooperação internacional e impedir um novo
conflito militar. Os seus objetivos são manter a segurança e a paz mundial,
promover os direitos humanos, auxiliar no desenvolvimento económico e no
progresso social, proteger o meio ambiente e prover ajuda humanitária em casos
de fome, desastres naturais e conflitos armados. Nas décadas que se seguiram, à
fundação, a ONU tornou-se numa organização forte e poderosa. Aos 51 estados
membros iniciais muitos outros se juntaram, sobretudo depois do processo de
descolonização verificado em África, na Ásia e na Oceânia. Após o fim da guerra
fria, a ONU protagonizou as principais missões militares e de paz um pouco por
todo o Mundo. A organização recebeu o Nobel da Paz em 2001, galardão que também
foi ganho por alguns de seus oficiais e agências.
É ao cargo de secretário-geral desta organização que António
Guterres se candidata, para suceder ao sul-coreano Ban Ki-moon. O português
terminou no final do ano passado o seu segundo mandato como Alto-comissário das
Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), cargo que desempenhou de forma
exemplar, merecendo rasgados elogios de vários quadrantes. O trabalho de
António Guterres, reconheça-se, foi feito num contexto extraordinariamente
difícil: o seu mandato ficou marcado pelas maiores crises de refugiados e
deslocados na história das Nações Unidas, nomeadamente as que resultaram de conflitos
no Médio Oriente e em África.
A coordenação de cerca de 10 mil funcionários espalhados por
cerca de 125 países é certamente um desafio enorme, ma Guterres conseguiu
aumentar e eficácia e a capacidade de resposta da Organização em situações de
emergência. Durante os dez anos em que desempenhou o cargo de ACNUR, o volume
de atividades da Organização triplicou.
Quando chegou à ACNUR já Guterres tinha um currículo de
primeira linha resultado de mais de vinte anos de serviço púbico. Foi
Primeiro-ministro de Portugal, presidente do Conselho Europeu e copresidiu à
primeira cimeira Europa-África. Foi também membro da Assembleia Parlamentar do
Conselho da Europa, tendo sido presidente da Comissão de Demografia, Migrações
e Refugiados.
Agora, naturalmente, o patamar é mais elevado. Mas, como já
afirmou o próprio presidente da República, trata-se de “uma candidatura a favor
de todos, congregadora, baseada no extraordinário mérito do candidato e assente
na certeza de que, caso seja eleito, António Guterres será um brilhante
secretário-geral das Nações Unidos”. Marcelo Rebelo de Sousa, considera que Guterres
“valorizará a ONU e fará com a inteligência e capacidade que todos lhe
reconhecerem a ponte entre as nações”. E o presidente da República vai mais
longe, admitindo que o antigo Alto-Comissário para os Refugiados “é certamente
o vulto mais brilhante” da sua geração.
O primeiro-ministro, António Costa, endossa igualmente a
candidatura e afirma que Guterres é “um candidato excecionalmente qualificado”
para o desempenho do lugar. O primeiro-ministro chama a atenção para o facto de
o candidato ter dado “provas do seu compromisso com os ideais humanistas
consagrados nos objetivos e nos princípios da Carta das Nações Unidas, bem como
da sua capacidade de liderança e gestão ao mais alto nível.”
De facto, António Guterres é um excelente candidato. São-lhe
amplamente reconhecidas as competências diplomáticas necessária. Acresce que é
um profundo conhecedor do sistema das Nações Unidas, possui uma enorme
experiência internacional e demonstrou sempre, nos cargos que ocupou, forte
capacidade reformista e permanente empenho na promoção da igualdade de género, obtendo
resultados concretos e duradouros.
Para o Governo português, a candidatura de António Guterres
é um imperativo, num tempo em que, mais do que nunca, é urgente mobilizar o
mundo em prol da paz e da segurança, dos direitos humanos e do desenvolvimento
sustentável.
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