Decorreu em Lisboa, no passado fim-de-semana, o XXI Congresso
do Partido Socialista. A família socialista voltou a encontrar-se e, desta vez,
contou também com a presença de convidados independentes e de outros partidos,
que participaram em debates temáticos que decorreram paralelamente aos
trabalhos habituais.
Naquele que foi o primeiro congresso de António Costa como
Primeiro-ministro, e depois da coligação criada no parlamento para suportar o
Governo, o Secretário-geral do PS colheu um claro e inequívoco apoio à sua
liderança. Após ter sido reeleito quinze dias antes com cerca de 95 por cento
dos votos, viu a sua moção estratégica ser votada favoravelmente também por
larga maioria dos delegados.
Embora a esmagadora maioria dos congressistas apoiasse António
Costa, houve também espaço para vozes divergentes, o que é de saudar, num
partido aberto e plural, como o PS. O próprio António Costa aplaudiu intervenções
críticas das quais se destaca a de Francisco Assis.
Após seis meses de Governo, os socialistas reconhecem o
mérito deste Executivo porque, até ao momento, conseguiu repor medidas que
defendem o estado social e esbatem iniquidades criadas nos últimos quatro anos.
Sem querer ser exaustiva, o Governo de António Costa e do Partido Socialista:
- Aumentou o Salário Mínimo Nacional;
- Diminuiu as taxas moderadoras na prestação de cuidados de
saúde;
- Alargou a procriação medicamente assistida a mais
beneficiárias;
- Reverteu os cortes nas pensões de reforma;
- Reverteu a taxa extraordinária do IRS;
- Repôs os feriados abusivamente cortados pelo anterior
governo;
- Garantiu manuais escolares gratuitos para os alunos do 1º
ano do ensino básico;
- Alargou a Taxa Social de Energia a mais beneficiários;
- Fez aprovar uma lei que permite a adoção de crianças por
pais do mesmo sexo;
- Implementou o programa Simplex, que contribui para a
reforma do Estado através da simplificação administrativa;
- Reabriu tribunais que tinham sido cegamente encerrados, obrigando
as pessoas a percorrerem dezenas de quilómetros para terem acesso à Justiça;
- Negociou um acordo com a TAP para manter 50 por cento do
capital da transportadora aérea nas mãos do Estado;
- Colocou nas 35 horas a semana de trabalho na Função
Pública.
O PS pôs a “geringonça” a funcionar, o que permitiu uma
governação à esquerda, com um Governo e um Primeiro-ministro que defendem o
estado social, o ensino público, o Serviço Nacional de Saúde. Entre alcançar acordos parlamentares que viabilizem
políticas de esquerda e o isolacionismo que permitiria a continuação da
política de destruição da direita, o PS escolheu um caminho que começa agora a
mostrar as suas vantagens e a conquistar os socialistas e os portugueses.
A Aximage, divulgou no sábado passado, os dados da sua
sondagem de junho sobre as intenções de voto dos portugueses. Se as eleições
fossem agora, o PS subiria para 38,5 por cento, enquanto o PSD teria 32,1 e o
CDS 4,2 por cento. É a maior diferença percentual entre PS e PSD desde que
António Costa é primeiro-ministro. Já esta semana, a mesmo empresa de sondagens
revelava que 73 por cento dos portugueses acredita que o Governo vai manter-se
em funções até às Autárquicas, ao passo que apenas cinco por cento prevê o
contrário… O PS fez bem, como dizem as sondagens e dizem as pessoas, que reconquistaram
a esperança.
As Autárquicas são mesmo o que se segue no calendário
eleitoral. Em termos nacionais, o PS saiu reforçado e pacificado, tal como é
necessário que esteja a nível local. Falando em termos gerais, o presidente da
Associação Nacional dos Autarcas Socialistas, Rui Santos, foi muito claro:
“temos de ganhar as autárquicas e para isso não podemos cometer erros como o de
Matosinhos nas últimas eleições”, e apelou à união e à convergência de
esforços.
Pela minha parte, aguardo com natural expetativa os próximos
capítulos, mantendo o compromisso de contribuir, com empenho e dedicação, para
que o Partido Socialista volte a ganhar a Câmara Municipal e as Freguesias do
concelho.
(Artigo publicado no jornal O Matosinhense, 09.jun.2016)
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