Que ninguém tenha dúvidas: Sim! Vou a jogo.
Vou vestir a camisola e, quando a nossa Seleção entrar em
campo, eu estarei em campo também. Será o primeiro passo de uma longa caminhada
que pretendo seja marcada pela conquista. O apelo existe, foi crescendo no
decurso dos últimos meses e agora está prestes a atingir o seu auge. Impossível
dizer que não.
Sim, vou a jogo. Conheço bem a equipa com que entro em campo.
Foram escolhidos os melhores – a opinião é consensual, quase unânime. Conheço-os
bem, sei as competências que cada um pode por ao serviço do coletivo. Talento, capacidade, inteligência,
perseverança, dedicação, empenho, espírito de sacrifício, entrega. Temos tudo
para ganhar.
Na defesa, estarei atenta às investidas do adversário. Tenho
a lição bem estudada: sei que normalmente atacam pela direita, mas estou pronta
para o caso de haver variações. E estarei atenta àqueles jogadores que parecem
estar muito tempo alheados do jogo para, de repente, quererem dar um safanão na
partida.
O meio-campo é a zona nevrálgica do terreno. Muitas vezes é
no centro que os jogos se decidem.
E depois é preciso atacar com acutilância, estar no sítio
certo no momento certo, explorar as debilidades das outras equipas. Alguns
chegam aqui já cansados, desgastados por uma corrida que iniciaram há muito
tempo para verem se chegavam a algum lado. Mas nós, nós sabemos que a parte
mais importante da época é esta e estamos prontos para todas as contingências:
temos uma estratégia montada para os jogos de parada-resposta; outra para os
jogos de ataque continuado; outra ainda quando for necessária a contenção.
Temos várias estratégias mas uma personalidade própria.
Sim, vou a jogo! Quando se trata da minha terra e das gentes
da minha terra, entro em campo, não fico nas bancadas e muito menos em casa, a
acompanhar pela televisão ou pela rádio. Vou voar com a agilidade do Rui
Patrício, do Anthony Lopes e do Eduardo; saltar como o Pepe ou o Bruno Alves,
ter a segurança do Ricardo Carvalho, a voluntariedade do Cédric e do Eliseu, a
velocidade do Vieirinha e do Raphael Guerreiro, e a confiança do José Fonte; vou
ser o pulmão do João Moutinho, do Danilo, a irreverência do Renato Sanches, a
criatividade do João Mário, a sobriedade do André Gomes e do William Carvalho e
a garra do Adrien Silva; vou ser o talento do Cristiano Ronaldo, o virtuosismo
do Ricardo Quaresma, a acutilância do Nani e o coração do Éder.
Sim, vou a jogo! Durante o Europeu, eu sou cada um deles e
cada um deles tem muito de mim. Quando a seleção entrar em campo, eu vou a jogo
e entro em campo com eles. Estarei bem visível na camisola dos jogadores, do
lado esquerdo do peito.
(Artigo publicado no Jornal de Matosinhos de 17.jun.2016)
(Artigo publicado no Jornal de Matosinhos de 17.jun.2016)
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