O meu artigo na próxima edição de O Matosinhense será sobre
o Congresso do Partido Socialista, que decorreu este fim-de-semana em Lisboa.
Aguardarei, como faço sempre, a saída do jornal para só então publicar aqui o
artigo. No entanto, guardei para este blogue um assunto que quero destacar e
que, por compreensíveis limitações de espaço, não pude incluir no artigo que
sairá em O Matosinhense – a eleição de António Arnaut para presidente honorário
do Partido Socialista.
António Arnaut não é apenas uma das pessoas que, em abril de
1973, se reuniram na cidade alemã de Bad Münstereifel, para aprovarem a
transformação da Acção Socialista Portuguesa e Partido Socialista. Na altura
com 37 anos, Arnaut já tinha um currículo de luta pela justiça social. Muito
novo envolveu-se na oposição ao Estado Novo e, um ano antes de se formar em
Direito pela Universidade de Coimbra, participou na comissão distrital da
candidatura presidencial de Humberto Delgado, em Coimbra, em 1958.
Em eleições legislativas de 1969, António Arnaut foi
candidato da Comissão Democrática Eleitoral, no Círculo de Coimbra, à então
Assembleia Nacional. Nessa altura já era militante da Acção Socialista
Portuguesa, que integrou em 1965.
Depois do 25 de Abril, Arnaut foi presidente da Comissão
Administrativa da Câmara Municipal de Penela, de onde é natural, e deputado do
Partido Socialista à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República, de
que foi vice-presidente. Em 1978, fez parte do II Governo constitucional, que
teve um curto mandato de sete meses, entre 30 de janeiro e 27 de agosto.
Curto? Sim, mas importante. Foi esse governo que criou o
Serviço Nacional de Saúde, de que António Arnaut é considerado “o pai” e que é
uma das mais importantes conquistas do Portugal democrático.
António Costa convidou António Arnaut para suceder a António
Almeida Santos como presidente honorário do Partido Socialista e o anúncio da
decisão foi coroado com uma enormíssima salva de palmas, talvez a maior de todo
o Congresso. Orgulho-me de pertencer a um partido que tem uma visão de futuro,
mas que não esquece os maiores vultos da sua história.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Quer comentar? Faça-o! Este espaço é seu, é meu, é nosso.