O Dia Internacional da Juventude celebra-se a 12 de agosto,
por resolução da Assembleia Geral da ONU em 1999. Foi a resposta das Nações
Unidas à recomendação da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela
Juventude, reunida em Lisboa no ano anterior. Os ODS são a nova agenda de ação da
ONU até 2030, que se baseia nos progressos e lições aprendidas com os 8
Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, entre 2000 e 2015. Esta agenda é resultado
do trabalho de governos e cidadãos de todo o mundo para criar um novo modelo que
acabe com a pobreza, promova a prosperidade e o bem-estar de todos, proteja o
ambiente e combata as alterações climáticas.
A ONU incentiva a celebração através da organização de atividades
que mostrem os contributos dos jovens para o desenvolvimento, que promovam a
compreensão mútua e façam ressaltar os benefícios e a importância da
participação dos jovens em todos os aspetos da sociedade.
A cada ano, não fico indiferente à celebração do Dia
Internacional da Juventude, por várias razões. Não esqueço que foi através do
Conselho Consultivo da Juventude que comecei a minha atividade pública, em
1993. Nos meus primeiros anos de autarca, na Câmara de Matosinhos, fui também
vereadora da Juventude. Desse período ficam, entre outras marcas, a abertura
das Casas da Juventude de Santa Cruz do Bispo e de S. Mamede de Infesta que
juntamente com a Casa da Juventude de Matosinhos (que foi inaugurada quando eu
ainda era membro do Conselho Consultivo), são equipamentos que ainda hoje
servem a população do concelho.
Apesar dos anos que, entretanto, passaram, continuo muito
atenta às questões que dizem respeito aos jovens. Eles são, afinal, o futuro do
País.
Os jovens portugueses – e não só portugueses, mas
centremos-nos nestes – estão hoje confrontados com desafios que nos convocam a
todos. O maior e mais importante, é o problema do desemprego.
Ontem, a imprensa
indicava que um em cada seis jovens portugueses não estudava nem trabalhava em
2015. Segundo dados do Eurostat, os jovens entre os 20 e os 24 anos estão cada
vez mais a usufruir do estatuto de trabalhador-estudante e estudante. Ou seja:
há cada vez menos jovens exclusivamente a trabalhar. Entre 2006 e 2015 verificou-se
uma queda acentuada (de 49 por cento para 31,7 por cento) dos jovens que apenas
trabalham.
A opção pelo prosseguimento dos estudos é compreensível
devido à dificuldade em encontrar trabalho. Face a esse obstáculo, os jovens
continuam a estudar e a adquirir cada vez mais competências, adiando a entrada
no mercado de trabalho. E essa entrada faz-se, muitas vezes, no estrangeiro,
com custos sociais e financeiros importantes: Portugal não só não beneficia das
competências que os jovens adquiriram, como está a pagar a formação de jovens
que vão colocar as suas competências ao serviço de outros países, contribuindo
para o desenvolvimento dessas nações.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Quer comentar? Faça-o! Este espaço é seu, é meu, é nosso.