A criação de oito mil camas, duplicando a oferta atualmente
existente na Rede de Cuidados Continuados Integrados, é um objetivo que o atual
governo se propõe atingir até ao final da legislatura. A medida inscreve-se na
política desenhada pelo Executivo de António Costa, que pretende reforçar e
desenvolver o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Paralelamente, o governo
socialista mantém a intenção de dotar todos os cidadãos de médicos de família.
Até outubro, serão admitidos mais 300 novos médicos de família, passo
importante para que o objetivo seja atingido rapidamente.
O reforço de camas na área dos cuidados continuados
destina-se a corrigir a paragem que a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados
(RNCCI) sofreu nos últimos anos. A disponibilização de serviços de cuidados
continuados ao domicílio ou em ambulatório, que garantam o apoio aos cidadãos
idosos ou em estado de dependência, está igualmente prevista.
A RNCCI foi criada conjuntamente pelos Ministérios da Saúde
e do Trabalho e da Solidariedade Social. É formada por instituições públicas e
privadas que prestam cuidados continuados de saúde e de apoio social. O
objetivo fundamental é a prestação de cuidados de saúde e de apoio social de
forma continuada e integrada a pessoas, de qualquer idade, que estejam em
situação de dependência.
Quando o reforço da Rede foi anunciado, o primeiro-ministro
recordou que o “compromisso de dar nova vida às questões sociais está no centro
da agenda do Governo desde o primeiro dia”. António Costa acrescentou que é
preciso “redesenhar as políticas sociais públicas”. As áreas metropolitanas do
Porto e de Lisboa são as regiões com maior carência de camas de cuidados continuados.
No seu programa de Governo, o Partido Socialista define
"como prioridades expandir a resposta em cuidados continuados a todos os
grupos etários”. No passado fim-de-semana foi dado mais um passo nesse sentido,
com a entrada em funcionamento da Unidade de Cuidados Continuados Integrados de
Melgaço. A inauguração significa também que o atual Governo continua a
privilegiar o SNS e os cuidados de proximidade para servir as populações mais
carenciadas.
Desenvolver a rede de cuidados continuados é fazer uma reforma
estrutural no sector da saúde. Mas não se trata de fechar serviços ou privar as
pessoas dos cuidados a que têm direito. “Pelo contrário, é uma reforma que
permite à população aceder a melhores cuidados e a todos os contribuintes
poderem gastar menos naquilo que é a defesa do SNS", garantiu o
primeiro-ministro.
Isto significa que é necessário investir a montante, nos
cuidados primários, em unidades de saúde familiar e em médicos de família;
simultaneamente, a jusante, é preciso investir na rede de cuidados continuados
para que as pessoas possam viver com doenças crónicas ou envelhecer com toda a
dignidade.
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