A natalidade está a crescer em Portugal. A subida confirma a
tendência já verificada em 2015 e que inverte a descida constante que se
verificava desde 2010. Ainda é cedo para festejar, mas a notícia é boa e deseja-se
que o movimento continue em crescendo nos próximos anos. No primeiro semestre
de 2016, só nos distritos da Guarda e de Portalegre nasceram menos bebés do que
no período homólogo do ano passado. Beja, Bragança, Faro, Leiria e Viseu
tiveram variações positivas na casa dos dois dígitos. No distrito do Porto, a
subida foi de 5,7 por cento, um pouco menos do que em Lisboa, com 6,4.
Há analistas que justificam o aumento dos nascimentos pelo
adiamento da maternidade. Ou seja, mulheres que adiaram o projeto de ter
filhos, chegaram a uma idade em que não podiam adiar mais e começaram a
engravidar. Por outro lado, sabendo-se que muitas mulheres emigraram nos
últimos anos, a maioria delas em idade fértil, poderia pensar-se que a taxa de
natalidade continuaria em queda acentuada. Mas não foi isso que se passou e, na
minha opinião, o crescimento significa, antes de tudo, que os portugueses (e,
naturalmente, as portuguesas) têm agora mais confiança no futuro.
Porém, os nascimentos são ainda muito pouco numerosos em
alguns distritos (Bragança, Guarda e Portalegre ficaram aquém dos 500) para
contrariar o envelhecimento da população e compensar a emigração registada nos
últimos anos. As estatísticas mostram os desequilíbrios geográficos e as
assimetrias que se notam também ao nível da natalidade, com o interior a
desertificar e com uma população envelhecida.
A população de Portugal tem diminuído nos últimos anos mais
recentes. Além da relação natalidade / mortalidade, o que tem contribuído para
isso é o saldo migratório negativo: saem mais pessoas do país do que aquelas
que entram. Para crescer, Portugal está cada vez mais dependente da imigração,
como aliás acontece com a quase totalidade dos países europeus.
Comparativamente aos restantes países da União Europeia,
Portugal é onde se têm menos filhos. Cada portuguesa tem, em média, 1,23
filhos, quando a média europeia é de 1,58. França, com uma taxa de fecundidade
de 2,01, é o único país em que as mulheres têm, em média, mais de dois filhos.
Irlanda (1,94), Suécia (1,88) e Reino Unido (1,81), vêm logo a seguir. Nos
últimos lugares, além de Portugal, aparecem a Grécia (1,30), Chipre (1,31) e
Espanha (1,32). A taxa desejada, que assegura a renovação das gerações, é 2,1,
o número médio de nascimentos por mulher necessário para manter constante o tamanho
da população, sem contar com os movimentos migratórios. Mas nenhum país da
União Europeia consegue chegar a esta meta.
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