16 agosto 2016

Fruta em vez de doces e de salgados


Seis meses. Os centros de saúde, hospitais e unidades locais de saúde têm meio ano para rever os contratos com as empresas exploradoras de máquinas automáticas de venda de produtos prejudiciais à saúde. Os artigos com elevado teor de sal e de açúcar vão ser banidos de todas as máquinas existentes nos serviços do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Trata-se de uma medida que dá corpo à vontade do Governo de defender o SNS e promover a saúde dos portugueses salientando como fundamental a política de promoção de uma alimentação saudável. Os alimentos com excesso de calorias, sobretudo aqueles com altos teores de sal, de açúcar e de gorduras, representam os maiores riscos para a saúde da população portuguesa. Para o Ministério da Saúde é essencial desenvolver uma política alimentar que crie condições para que os cidadãos possam, de forma responsável, viver em saúde. Foi nesse sentido que foi criado, em março passado, o Programa Nacional de Educação para a Saúde, Literacia e Autocuidados, destinado a promover a capacitação dos cidadãos para tomar decisões informadas sobre a saúde.

E que tem isto a ver com as máquinas de venda automática em estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde? Tudo. Porque o Governo entende, e muito bem, que a literacia em saúde não se esgota na disponibilização de informação aos cidadãos - deve traduzir-se também na adoção de políticas e práticas condizentes com a promoção de escolhas saudáveis.

A implementação desta medida, tomada depois de ouvidas a Ordem dos Médicos e a Ordem dos Nutricionistas, exige uma alteração de comportamento por parte dos consumidores e das próprias empresas que exploram as máquinas. Teve-se em conta que os produtos comercializados não se destinam apenas a doentes, mas também aos seus acompanhantes que por vezes têm de esperar que os primeiros seja atendidos. Nesse sentido, o Ministério da Saúde propõe que os produtos agora banidos sejam substituídos pelos seguintes alimentos: leite, iogurtes, de preferência sem adição de açúcar, sumos de frutas e néctares, pão adicionado de queijo meio-gordo ou magro, fiambre com baixo teor de gordura e sal, carne, atum ou outros peixes de conserva e fruta fresca.

Com esta medida, o Ministério da Saúde prova que é possível cuidar melhor da saúde dos portugueses sem despender de mais recursos financeiros. São pequenos passos que produzem grandes efeitos.

(Artigo publicado no "Jornal de Notícias", de 16.ago.2016. Pode lê-lo diretamente na página do jornal clicando aqui)

6 comentários:

  1. Bom dia, sra deputada Luisa Salgueiro, não é acabar com as maquinas que fará com que os portugueses deixem de comer mal de facto será mais um problema que um PNE Saúde e Literacia, para educar as novas gerações! Em 1960 existia um livro dum autor que contava como era alimentação dos portugueses, hoje em dia passamos para o 88 (definição dos extremos "8 ou 80 "), e almejados pelo novo riquismo, e estragamos os miúdos com as americanices "junk food"! É preciso voltar a repor uma dieta mediterrânica, sem perder o valor dos alimentos ibéricos! Bem haja! Parabéns.

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    1. De acordo, estas regras são apenas um sinal , dado pelos próprios serviços do SNS, relativamente ao muito que ainda há para ser feito.
      Um abraço,
      Luísa

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    2. Finalmente uma medida que tardava. Qualquer pessoa minimamente informada, que lê e frequenta os estabelecimentos dietéticos, sabe que existem alimentos altamente nocivos,para a saúde, como por exemplo o açúcar branco, os fast food, etc. Existindo uma prevenção e educação, para uma alimentação, mais racional, o SNS irá poupar milhões em medicação.

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  2. A cronista pretende defender a Saúde Pública!
    Louvável, portanto.
    JL

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  3. Não tenho conhecimento concreto do que na escola se diz sobre esta matéria, em termos de aprendizagem. Era bom que fosse conteúdo capaz e equilibrado. Entretanto, muito perto das escolas é costume existirem lojas de tudo o que contraria uma boa dieta, desde o fast-food às guloseimas. E máquinas dessas estão muitas vezes bem perto. A pressão do fast-food é imensa. Os próprios pais e avós têm dificuldade em dizer não às crianças que, por exemplo nos centros comerciais, de cada vez que lá vão só querem porcarias tipo MaDonalds e outras. Como sair disto? Ou pelo menos atenuar? Não vejo que seja fácil e de facto algo tem que ser feito.

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  4. Sei, sabemos que é importante mudar hábitos alimentares. Sei, sabemos que é importante produtos que dão prazer sem açúcar e sem gordura, sou dos que os procuro nos super-mercados, mas a dificuldade é muita e a confusão ainda é maior, se as televisões falam de produtos com baixas calorias á venda ao publico raras vezes se encontram disponiveis e depois também há o paradoxo dos protudos integtrais serem mais caros que os normais. Concordo com todos os esforços para recolocarem a alimentação mediterrânica em detrimento da americana, a sopa e outros produtos em vez da dita alimentação plástica, mas também não se pode esquecer que os pais dos jovens de hoje já pouco querem saber com hábitos alimentares saudáveis, quer pelo seu preço, quer pelo tempo que consomem, o que torna esta tarefa numa tarefa ardua de gerações, porque exige mudança de hábitos alimentares, totalmente associados a estilos de vida e imposições da vida: menos dinheiro disponível, mais horas de trabalho de mães e pais etc etc. Mas é importante travar esta luta e disponibilizar mais informação, por exemplo, quanto à alimentação para prevenir a diabetes II etc. etc.

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