24 agosto 2016

Festa (?) do Pontal


A Festa do Pontal, iniciativa com que o PSD marca politicamente cada verão, saldou-se este ano por um não-acontecimento e mais um exemplo da errática oposição protagonizada por Passos Coelho. Aquilo que é habitualmente um evento de lançamento da rentrée social-democrata, foi uma cena patética de alguém que teima em mostrar-se ressabiado por os portugueses lhe terem retirado a confiança política.

O ex-primeiro-ministro, principal responsável por uma austeridade que quase atirou Portugal para a miséria, confunde a realidade de um país que está a crescer em vários indicadores, com um cenário catastrófico de que fala tanto que parece desejá-lo. Passos não reconhece a descida da taxa de desemprego, que atingiu recentemente os valores mais baixos desde 2009. Não reconhece que as empresas vão investir este ano mais do que nunca desde 2007. Que todos os indicadores de confiança estão em níveis mais elevados do que no final do ano passado. Custa-lhe admitir que os portugueses têm confiança na recuperação económica.

O líder do PSD adotou uma postura de quem vive num mundo que é só dele, negro e deprimente. Mas o Governo está gradualmente a devolver direitos às pessoas. Em Bruxelas, onde a Direita se mostrou subserviente, Portugal bate-se agora pelo verdadeiro interesse nacional que é praticar políticas mais justas e que combatam as desigualdades sociais.

Tenho curiosidade em saber que maneira se comportará Passos Coelho quando começar a ser definido o próximo Orçamento de Estado. Veremos se assume a atitude responsável que é lícito esperar do chefe do principal partido da Oposição ou se prefere continuar a mostrar que não consegue lidar com a realidade. Até os seus pares se mostram incomodados com a atitude e exigem-lhe que mude. 

(Artigo publicado no jornal "O Matosinhense", 25.ago.2016)


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