Em julho, os desempregados inscritos nos Centros de Emprego não chegavam aos 500 mil, o que aconteceu pela primeira vez desde 2009. Confirmam-se assim as estatísticas dos últimos meses, com a quinta descida mensal consecutiva no número de inscritos. A diminuição foi observada tanto em termos homólogos (menos 35.035 pessoas do que há um ano) como relativamente a junho (menos 13.979). Os dados relativos a julho trazem outra boa notícia: o número de casais em que ambos os elementos estão no desemprego, também desceu, prosseguindo uma queda constante que começou em março.
Segundo o boletim mensal do Instituto do Emprego e Formação
Profissional (IEFP), o país registou uma diminuição de 6,6 por cento no número
de inscritos face ao mês homólogo de 2015 e caiu menos 2,7 por cento
comparativamente ao mês anterior. Quanto ao tempo de inscrição, os
desempregados de curta duração (inscritos há menos de um ano) diminuíram 4,9
por cento em relação a julho do ano passado, enquanto os desempregados
inscritos há mais de um ano diminuíram 8,3 por cento.
Relevante é o facto de também estarem a baixar as novas
inscrições, que é o indicador que melhor espelha o que está a acontecer no
mercado de trabalho. É que esse número não é influenciado pela variação do
número de ocupados (pessoas que deixam de ser consideradas desempregadas quando
são integram programas de emprego ou de formação profissional) nem pelas
anulações provocadas por faltas aos controlos quinzenais ou a convocatórias dos
centros de emprego.
A descida anual do desemprego registou-se em todos os níveis
de instrução e em todas as regiões do país, com o Algarve a registar a maior
diminuição (-19,2 por cento relativamente a 2015). De acordo com o IEFP, as
atividades económicas que tiveram maior expressão nas ofertas de emprego registadas
em julho foram as relacionadas com o imobiliário e serviços de apoio. O comércio,
o alojamento e a restauração vinham logo a seguir.
Os números continuam elevados, mas mostram que Portugal está
a caminhar no bom sentido e de forma consistente. Longe de me satisfazerem, as
estatísticas demonstram que é necessário que o Governo continue a estabelecer
políticas que melhorem o nível de confiança das empresas e que permitam captar
mais e melhores investimentos.
Preocupa-me particularmente as pessoas com mais de cinquenta
anos, vítimas de desemprego prolongado. O desemprego de longa duração afeta
mais de 260 mil pessoas. Entre os jovens, o desemprego é também ainda demasiado
elevado para que os números agora revelados possam ser considerados como uma
vitória. Essa só poderá acontecer quando o conseguirmos acabar com a
precariedade e forem criados postos de trabalho estáveis e duradouros.
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