20 maio 2016

Inauguração do i3S, o superlaboratório


Foi ontem inaugurado o i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, o superlaboratório que resulta da união do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), com o Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB) e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP). É um sonho que torna realidade a maior estrutura na área das Ciências da Saúde em Portugal. A nova valência alberga mais de mil colaboradores, 800 dos quais são cientistas.

O iS3 é vanguardista a nível tecnológico, utilizando tecnologia emergente nos domínios da genética, imunologia, bio-imagem, bio-materiais, oncobiologia, entre outras. As doenças neurodegenerativas, oncológicas e infecciosas estão na mira dos investigadores que ficam agora com condições excecionais para desenvolver os seus trabalhos de investigação e encontrar respostas que permitam combater eficazmente aquelas patologias.

Para desenvolver o i3S, seu diretor, Mário Barbosa, tem um plano assente em três bases: ter um centro de investigação útil em termos de Saúde Pública; aumentar a literacia médica da população; e demonstrar que há um impacto económico.

Apesar de a primeira pedra do novo edifício ter sido lançada em 2013, a criação do i3S transformou-se em realidade em 2008, quando os directores do IBMC, do INEB e do IPATIMUP assinaram o protocolo de estabelecimento do consórcio. A assinatura foi feita na presença do então primeiro-ministro José Sócrates e do ministro da Ciência Mariano Gago, que foi homenageado na passada segunda-feira, como aqui dei nota.

Ontem, na cerimónia de inauguração, o primeiro-ministro António Costa recordou Mariano Gago e destacou o seu papel de grande impulsionar da Ciência em Portugal. O primeiro-ministro lembrou que o Governo está a negociar com os sindicatos para acabar com as bolsas nas ciências, que é a forma como os investigadores são pagos, e substitui-las por verdadeiros contratos de trabalho para cimentar o emprego público.

O i3S é importante para Portugal e para a região. Com a sua inauguração, o Porto reforça o estatuto de capital da Ciência e do Conhecimento que atingiu graças ao trabalho de investigadores que estão entre os melhores do Mundo. Manuel Sobrinho Simões (fundador do IPATIMUP), que a revista britânica The Pathologist considerou no final do ano passado “o patologista mais influente do Mundo” é um caso paradigmático. Tal como Alexandre Quintanilha, meu colega no Grupo Parlamentar do Partido Socialista na Assembleia da República e físico de renome internacional. De uma geração mais recente, Hélder Maiato é a garantia da continuidade da linhagem de grandes investigadores portuenses. O jovem cientista venceu, no ano passado, o prémio que distingue o melhor entre os melhores da investigação europeia, o Louis-Jeantet Young Investigator Career Award. A fundação que instituiu o prémio está sediada em Genebra e criou o galardão para encorajar e apoiar os melhores talentos jovens a trabalhar em investigação biomédica na Europa.

Com a inauguração do i3S, é o Porto e o País que saem a ganhar.

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