10 junho 2017

Próximo ano letivo já está a ser preparado

A garantia de que o próximo ano letivo vai arrancar com turma mais pequenas, dando-se prioridade aos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária, com mais três mil professores vinculados e com reforço de assistentes operacionais é uma excelente notícia. O Agrupamento de Escolas de Matosinhos, o Agrupamento de Escolas Matosinhos Sul e o Agrupamento de Escolas de Perafita, que o Ministério da Educação considerou territórios de intervenção prioritária poderão beneficiar diretamente destas medidas.

A Educação e a qualificação profissional é um dos eixos em que assenta o programa que a candidatura socialista vai apresentar ao eleitorado de Matosinhos porque investir nesta área é garantir o futuro. É fundamental combater o insucesso e o abandono escolar precoce, adaptar curriculas para cativar os jovens e dar-lhes qualificações em função das necessidades do mercado de trabalho.

As medidas anunciadas por António Costa dão confiança às famílias e aos professores de que no próximo ano letivo continuarão a ser dados passos decisivos para garantir a todos o direito à Educação, que é um dos direitos fundamentais, consagrados na Constituição da República. Haverá mais investimento nas escolas, mais vagas no ensino profissional de nível secundário, maior estabilidade para os professores, mais medidas de apoio ao sucesso escolar, mais crianças no pré-escolar e continuam os manuais gratuitos para o primeiro ciclo.

A Educação é fundamental como forma de combater a exclusão. Nesse sentido, subscrevo aqueles que defendem que a sociedade atual exige uma escola inteligente, capaz de assegurar a igualdade de oportunidades e a qualidade das aprendizagens.

Hoje, que é dia de Portugal, de Camões e da Comunidades Portuguesas, poderia publicar aqui um texto sobre este tema. Mas… haverá tema mais importante do que a Educação e o futuro das novas gerações?

07 junho 2017

Solidariedade para com os bombeiros

O incêndio numa loja de produtos chineses que funcionava num prédio da Ponte da Pedra e que demorou treze horas a ser dominado, trouxe novamente à ribalta o importantíssimo papel dos bombeiros, um dos pilares mais importantes da proteção civil. Os soldados da paz são sempre os primeiros a chegar, quando se trata de incêndios, florestais ou urbanos, acidentes rodoviários ou quando são chamados para socorrer doentes ou outro tipo de urgências ou ainda quando prestam apoio domiciliário. 

Os bombeiros não se limitam a executar o seu trabalho: também dão apoio moral e psicológico às vítimas e às famílias com um humanismo que extravasa o profissionalismo e dedicação com que desempenham as suas tarefas.

Ontem, na Ponte da Pedra, isso voltou a acontecer e sublinho-o aqui com uma palavra de grande solidariedade, apreço e agradecimento às corporações de Leça do Balio, de S. Mamede de Infesta, de Leixões e de Leça da Palmeira, que foram apoiadas por operacionais de Pedrouços, Paços de Ferreira e da Trofa. É tranquilizador que uma parte, importante, da proteção civil esteja nas mãos destas corporações. Deixo também uma palavra de carinho e solidariedade para as pessoas que foram desalojadas. São pessoas que estão agora a viver em condições muito precárias enquanto não podem regressar aos seus lares ou ser acolhidos em casa de familiares.

Por tudo isto, e pelo muito que fica por dizer, é importantíssimo garantir que as diferentes corporações do concelho tenham todas as condições para continuarem a prestar um excelente serviço à população.

05 junho 2017

Investir nas competências digitais

A meta é sem dúvida ambiciosa: 70 mil. Segundo o primeiro-ministro, este é o número de cidadãos que será preciso dotar de competências para que Portugal possa alcançar os países nórdicos no domínio da economia digital. António Costa afirmou esta manhã que é preciso investir na formação e reconverter para as competências digitais cerca de 15 mil licenciados em áreas que têm baixos níveis de empregabilidade.

As declarações de António Costa vêm confirmar e dão peso à reflexão que a candidatura socialista promoveu recentemente no âmbito do “Ouvir Matosinhos”. Na sessão dedicada à Educação, ficou claro que é crucial continuarmos a investir na formação e na qualificação profissional, sobretudo nos setores em que o mercado de trabalho tem escassa mão-de-obra disponível. Esta é portanto uma área estratégica para que o concelho e o País se desenvolvam, ganhem competitividade e possam enfrentar, com sucesso, os desafios de uma sociedade cada vez mais exigente.

No âmbito do Portugal 2020, a Estratégia para a Indústria 4.0, contempla sessenta medidas que terão um impacto previsto em mais de 50 mil empresas e permitirão formar mais de 20 mil trabalhadores em competências digitais. O CEiiA, de Matosinhos, é um dos parceiros do projeto, catapultando a cidade e o concelho para um protagonismo que é importante manter e reforçar.

É que, para além do mais, dotar a população de competências é também combater a exclusão. 

Trump e o Dia Mundial do Ambiente

É muito grave que Donald Trump renuncie ao esforço mundial de salvar o planeta. Sem meias palavras, é mesmo disso que se trata: salvar a Terra. Ao anunciar que os Estado Unidos abandonarão o Acordo de Paris, o presidente norte-americano ameaça infligir um duro revés ao compromisso, assumido por 195 países, de reduzir as emissões de gazes com efeitos de estufa (GEE) de forma a conter o aquecimento global.

É essencial que os Estado Unidos mantenham o seu compromisso, eles que são a primeira economia do mundo e o segundo país com emissões de GEE mais elevadas. Ou seja: basta que os EUA não cumpram a sua parte para que fiquem perigosamente hipotecadas todas as metas e se torne inglório o esforço do resto do mundo. Por isso,a decisão de Donald Trump é muito perigosa.

O Acordo de Paris é, provavelmente, a última hipótese de salvarmos a Terra. Muitos dizem até que já vamos tarde, mas não podemos desistir de defender o meio ambiente na tentativa de deixarmos às próximas gerações um planeta sustentável. Hoje, que se celebra o Dia Mundial do Ambiente, é importante pensar nisto.

04 junho 2017

Bandeira azul para as praias de Matosinhos

No ano passado eram dez, agora são onze: a praia de Angeiras Sul juntou-se às de Pedras do Corgo, Funtão, Agudela, Quebrada, Marreco, Memória, Cabo do Mundo, Aterro, Leça da Palmeira e Fuzelhas. O lote faz de Matosinhos o concelho com mais praias com bandeira azul a norte do Douro. Em todo o País, apenas o concelho de Vila Nova de Gaia tem mais, o que revela a excelente qualidade das nossas praias.

O Programa Bandeira Azul é desenvolvido uma organização não-governamental e sem fins lucrativos, a Fundação para a Educação Ambiental e teve início em França. Desenvolveu-se depois noutros países da Europa e alargou-se a outros continentes. Através deste programa, pretende-se promover o desenvolvimento sustentável nas áreas costeiras, em rios e lagos a partir de critérios que incluem a educação ambiental, a qualidade da água balnear, a gestão da praia e serviços e segurança, entre outros. O Programa Bandeira Azul assume que “o objetivo é tornar possível a coexistência do desenvolvimento do turismo a par do respeito pelo ambiente local, regional e nacional”.

Que Matosinhos seja líder regional também nesta área enche-me de orgulho. Significa que a Câmara Municipal, em articulação com as Juntas de Freguesia e os agentes económicos ligados ao turismo, têm desenvolvido um trabalho de qualidade de que todo o concelho tira vantagens. Ganha a população residente, que beneficia de praias de qualidade reconhecida, ganham os operadores turísticos, ganham os turistas, ganhamos todos.

03 junho 2017

Leixões joga o futuro do futebol profissional

A equipa do Leixões joga esta tarde, contra o Praiense, o seu futuro nos campeonatos profissionais. A partir das 15h00, o Estádio do Mar vai por certo registar uma boa casa para a segunda mão do play-off de manutenção da II Liga. O Leixões parte em vantagem, conquistada através da vitória nos Açores, por 1-0, na semana passada.

Naturalmente, espero que a equipa matosinhense consiga o objetivo da manutenção. O Leixões é o clube mais representativo do concelho e um dos seus principais embaixadores, desde há muitos anos. Desse ponto de vista é importante para Matosinhos continuar a ter uma equipa a disputar um campeonato profissional. Mas é importante também pelas emoções que a equipa provoca nos seus adeptos. Não tenho dúvidas: quando o Leixões vence, as pessoas ficam mais felizes e eu não fico indiferente a isso, muito pelo contrário. Mesmo não podendo assistir ao jogo, estarei a torcer por uma vitória leixonense.

Dito isto, e sem beliscar ao de leve que seja o trabalho da equipa profissional do Leixões (dirigentes, equipa técnica, jogadores) e a forma apaixonada como os adeptos vivem os jogos, para mim é claro que o desporto não se esgota no futebol nem na alta competição. As modalidades amadoras do Leixões e de todos os outros clubes do concelho merecem ser apoiadas porque proporcionam a prática desportiva e o exercício físico a milhares de jovens atletas. Isso é importantíssimo porque combate a sedentariedade e cria hábitos de vida saudável. Por isso, a promoção do desporto amador e informal como forma de atingir melhores níveis de saúde física e mental, será uma das pedras basilares da candidatura autárquica do Partido Socialista.

01 junho 2017

Dia Mundial da Criança

O Dia Mundial da Criança, que hoje se comemora, é mais uma oportunidade para recordar os direitos fundamentais dos mais novos, entre os quais se conta, antes de tudo o resto, o direito a crescerem e desenvolverem-se de forma harmoniosa. Isso inclui, entre outros, o direito a uma família, à educação e a cuidados de saúde. Como estipula a Declaração dos Direitos da Criança, aprovada em 1959 pelas Nações Unidas, “todas as crianças, absolutamente sem qualquer exceção, serão credoras destes direitos, sem distinção ou discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou da sua família”.

Não haja dúvidas: a garantia dos direitos é uma responsabilidade exclusiva dos adultos a que nenhum de nós pode escusar-se. Em Portugal, o Governo do Partido Socialista tem adotado medidas nesse sentido fazendo do combate às desigualdades uma prioridade, por exemplo com a atualização do abono de família e os respetivos aumentos. Recordo que este ano o Governo repôs o quarto escalão do abono, para crianças até três anos de idade, fazendo com que a prestação possa chegar a famílias que até agora estavam excluídas. A gratuitidade dos anuais escolares para alunos do primeiro ciclo vem também concretizar o direito à Educação. Mas há muito ainda a fazer: por exemplo ao nível do recrutamento de famílias de acolhimento para crianças vítimas de violência, abandonadas pelos pais ou a eles retiradas pela Segurança Social.

Ainda no que respeita à Educação, é necessário combater o insucesso e o abandono escolar precoce, da mesma forma que é necessário combater a sedentariedade, hoje por hoje uma das principais questões com que se debate a geração mais nova, mais propensa, por isso, a ter problemas de obesidade.

Que o Dia Mundial da Criança sirva pelo menos para que os adultos reflitam sobre estes assuntos. Quanto às crianças, o mais importante, é que festejem… e sejam felizes.

27 maio 2017

É preciso combater a Obesidade

Portugal é o país da União Europeia com a mais alta taxa de prevalência de pessoas obesas: as estatísticas apontam para 1,4 milhões de casos no nosso país e a tendência, no cômputo geral, é para piorar: estima-se que daqui por menos de dez anos, em 2025, metade da população mundial seja obesa. Ainda em Portugal, a doença afeta sobretudo as mulheres (são 57 por cento dos casos) e confirma-se uma relação entre a Obesidade e a pobreza. Muito preocupantes são também os dados relativos a crianças e jovens: mais de um terço tem excesso de peso.

Estes números reforçam a necessidade de implementar políticas de combate á Obesidade. Recentemente, o Governo impôs uma taxa sobre o consumo de alimentos nocivos como as gorduras, os produtos com excesso de açúcar ou sal. O objetivo é que os cidadãos adotem práticas alimentares mais saudáveis.

Mas não basta para combater esta verdadeira epidemia do século XXI. É necessário investir na prevenção e na educação, sobretudo das crianças, o que tem de ser feito em meio escolar. Há que ponderar, por exemplo, incluir no currículo aulas sobre nutrição e hábitos alimentares, associando-os ao deporto e ao exercício físico. Nesta matéria, há que recorrer a médicos, nutricionistas e professores, nomeadamente de Educação Física para a realização de um trabalho em rede que poderá ter extensão fora da Escola, através de protocolos com clubes e associações desportivas que poderão desenvolver algumas atividades extracurricular.

A promoção de atividades desportivas informais deve ser assumida pelas autarquias como um serviço público de primeira necessidade. Além da Obesidade, estão também em causa doenças como a Diabetes e a Hipertensão, que têm uma muito elevada prevalência em Matosinhos e para as quais a prática do exercício físico é altamente recomendada.

Matosinhos, terra de horizonte e de mar, de pesca e de gastronomia, de arquitetura e de design, tem também de ser um concelho de Saúde e de Desporto.

14 maio 2017

Um dia em cheio

Ontem foi um dia cheio de emoções para Portugal, de novo nos ecrãs de televisão de todo o mundo e sempre pelos bons motivos. Sai reforçada a imagem do País e dos portugueses, o que deve ser motivo de satisfação e de orgulho para todos.

A visita papal a Fátima, onde cem anos depois da visão dos pastorinhos foram canonizados Francisco e Jacinta Marto, decorreu sem qualquer incidente e foi marcada por uma enorme participação de fiéis, provenientes de todo o país e do estrangeiro. Os dois pastorinhos, que haviam sido beatificados por João Paulo II, em 2000, tornaram-se agora os mais jovens santos da igreja católica.

A forma como Portugal acolheu o papa Francisco faz jus à tradição: Portugal e os portugueses sabem receber, são acolhedores e hospitaleiros. No caso do papa Francisco, além da questão religiosa, creio que é determinante a empatia que cria com todos, alertando para as injustiças e desigualdades que sofrem os mais desprotegidos. Isso contribui para que muita gente o admire, mesmo fora da igreja católica.

À noite, em Kiev, na Ucrânia, Salvador Sobral trouxe para Portugal um título inédito. Ao interpretar “Amar Pelos Dois”, o cantor venceu o Festival Eurovisão da Canção, o mais importante festival musical do género na Europa. A vitória do jovem cantor pôs fim a décadas de participações portuguesas geralmente marcadas pela modéstia das classificações atingidas. É verdade que passaram pelos palcos europeus grandes nomes da música portuguesa, que interpretaram canções de elevadíssima qualidade, mas nunca Portugal obteve o reconhecimento que agora chegou através de Salvador Sobral.

No caso da vitória de “Amar Pelos Dois”, uma coisa que me parece relevante sublinhar é o facto de este triunfo ser também uma vitória da língua portuguesa, por vezes tão ameaçada por uma globalização que impõe o Inglês como língua dominante. Parabéns pois, Salvador Sobral.

Parabéns igualmente para os benfiquistas que também viram a sua equipa conseguir algo de inédito, com a conquista de quatro campeonatos seguidos. Nunca escondi – pelo contrário – que não sou benfiquista, o que não me impede de felicitar todos os adeptos encarnados. Parabens!

13 maio 2017

A boa governação do Partido Socialista

Contra a lógica daqueles que consideravam improvável e de outros que julgavam impossível: o governo do PS continua a repor direitos, continua a melhorar a vida das pessoas e continua a ter uma excelente execução do ponto de vista da despesa pública. A notícia de que o défice público em contabilidade de caixa caiu no primeiro trimestre deste ano para quase metade face ao período homólogo de 2016 é mais uma prova de que a reposição de direitos não invalida uma rigorosa gestão financeira.

Segundo o Ministério das Finanças, o défice das Administrações Públicas melhorou 290 milhões de euros face a igual período do ano anterior, fixando-se agora em 358 milhões. Como a despesa está praticamente estável e a receita acompanha a economia abrem-se perspetivas muito animadoras para que seja alcançada a meta do défice prevista para este ano, que foi fixada em 1,5 por cento do PIB, meio ponto percentual a menos do que o registado em 2016.

Estes números ganham maior significado porque confirmam a tese socialista de que o rigor financeiro que permite ao país honrar todos os seus compromissos europeus e a reposição de direitos é conciliável, é possível e é desejável. O bom desempenho do governo justifica o aumento continuado das intenções de voto no Partido Socialista que as sondagens demonstram e que revelam um fosso crescente relativamente aos partidos à direita.

A queda do desemprego para valores muito próximos dos dez por cento e o crescimento do emprego contribuem para que o índice de confiança dos consumidores continue a melhorar. A criação de emprego, sobretudo para os mais jovens, associada à formação e qualificação profissional, assim como o combate à precariedade continuam a estar na mira do Governo. Passo a passo, gradualmente e com segurança, o PS cumpre os seus desígnios de melhorar a vida das pessoas.

Para nós, palavra dada é palavra honrada.

(Artigo publicado no "Notícias Matosinhos", maio 2017)

12 maio 2017

A visita do Papa Francisco

O Papa Francisco chega esta tarde a Portugal para uma curta visita destinada a comemorar o centenário da visão dos pastorinhos.

Tenho, como muita gente, uma grande simpatia pelo Papa Francisco, que tem exercido o seu pontificado numa relação de grande proximidade com as pessoas, com palavras e gestos simples que falam ao coração dos Homens e alertado para as injustiças e para as desigualdades que grassam por esse mundo fora. Revejo-me por inteiro em Francisco quando diz que “o pensamento liberal, que retira o Homem do centro e ali coloca o dinheiro, não é o nosso”. Do mesmo modo, faço minhas as suas palavras quando diz que devemos dar “particular atenção aos mais marginalizados, à defesa dos que têm mais necessidade de ser protegidos”.

É por esta convergência de ideias que saúdo a visita de Francisco a Portugal, com o desejo de que a sua curta estada entre nós lhe permita continuar a luta que deveria ser de todos nós: combater a exclusão e fomentar a justiça e a igualdade de oportunidades para todos.

11 maio 2017

Henrique Calisto regressa ao PS

O número de militantes que regressam ao PS aumenta a bom ritmo, entre aqueles que já formalizaram a (re)adesão e aqueles outros que já a anunciaram e que a formalizarão nos próximos dias. Está pois em curso a reunificação do PS, na qual estou muito empenhada.

Neste regresso, todos são importantes, porque todos contam e porque conto com todos. Henrique Calisto, o histórico socialista que presidiu durante vários anos à Junta de Freguesia de Matosinhos, onde deixou obra feita, é um dos militantes cujo regresso saúdo efusivamente. Pelo currículo que ostenta e também pela influência que pode exercer junto de outros ex-militantes cujo regresso se deseja, a decisão de Henrique Calisto voltar ao seio da família socialista é muitíssimo importante. Aliás, o antigo autarca, participou já em ações promovidas pela candidatura socialista às próximas eleições acompanhando-me, nomeadamente, numa reunião que tive com a direção do Leixões.

A experiência e competência de Henrique Calisto vão muito para além da vertente desportiva, onde o treinador tem um percurso de sucesso, e são uma mais-valia relevante para o PS. Calisto dá o exemplo de que é no seio do PS e sob a bandeira do partido que os verdadeiros socialistas devem estar, contribuindo com a sua militância para a dinâmica que conduzirá à vitória nas próximas eleições.

Bem-vindo a casa, camarada Henrique Calisto!

Jovem matosinhense é campeão da Europa

O Campeonato da Europa de Kickboxing, que terminou há dias na Grécia, foi particularmente positivo para Portugal que arrecadou vinte medalhas, dez delas de ouro. Duas dessas medalhas foram conquistadas por Vítor Santos, um matosinhense de 13 anos que frequenta a Escola EB 2/3 de Perafita e que se sagrou campeão europeu nas versões light contact e light kick na categoria de sub-13, - 40 kg. Um desempenho extraordinário para o jovem atleta que faz antever voos ainda mais altos em próximas competições.

Quero felicitar o Vítor de uma maneira muito especial. E, também, felicitar a família. É sempre bom ver atletas portugueses nas grandes provas internacionais, mesmo nas modalidades menos mediáticas, como é o caso do Kickboxing. É bom e é, também, motivo de orgulho, até porque muitas vezes o desempenho dos atletas não tem correspondência em termos de apoios recebidos – são normalmente as famílias e os amigos que financiam a prática desportiva e as deslocações, quer para competições domésticas quer internacionais. Os clubes debatem-se também com grandes problemas de financiamento e, muitas vezes, só a “carolice” dos dirigentes permite a milhares de jovens a prática desportiva de forma continuada.

Preocupa-me o financiamento das coletividades desportivas, sobretudo daquelas que se dedicam ao desporto amador e cujo papel é fundamental na criação de uma sociedade com hábitos de vida saudáveis que passam pelo exercício físico. Aliás, a questão do Desporto, principalmente o Desporto informal e amador, merecerá uma atenção muito particular no programa que apresentarei proximamente aos matosinhenses. Quero potenciar as condições já existentes, nomeadamente em termos de equipamentos e de recursos humanos, para por Matosinhos a praticar desporto. 

07 maio 2017

Manuel Pizarro

Participei ontem, em Lisboa, na Convenção Nacional Autárquica do PS que ficou marcada pela grande união em torno de todos os candidatos do partido às próximas eleições e, sobretudo, pela grande coragem política de Manuel Pizarro. O presidente da Federação Distrital do Porto  decidiu assumir a candidatura à Câmara da Invicta depois de Rui Moreira ter posto em causa o apoio que o Partido Socialista estava na disponibilidade de lhe dar.

Sejamos claros: o apoio do PS à candidatura do independente Manuel Moreira era natural em função do trabalho realizado durante os últimos três anos e meio. Depois das eleições de 2013, o acordo com Rui Moreira permitiu concretizar quase 90 por cento dos compromissos eleitorais do PS. Ou seja: o partido preservou a sua identidade e contribuiu de forma decisiva para um mandato globalmente positivo do executivo camarário.

Sendo ainda mais clara: uma grande parte desse trabalho foi da responsabilidade de Manuel Pizarro. O próprio Rui Moreira o reconheceu quando admitiu convidar Pizarro “que tem sido de uma enorme lealdade e competência”. Por isso, foi surpreendente e inesperada a decisão do atual presidente da Câmara não aceitar o apoio que o PS se preparava para dar à sua recandidatura.

Como disse o secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, “o PS não se impõe onde não é desejado”. Rui Moreira não quer o apoio do PS e, sendo assim, não o terá. Em nome da dignidade do partido, o PS vai avançar para uma candidatura própria protagonizada por Manuel Pizarro.

Como partido de grande implantação popular, a candidatura do PS no Porto será uma candidatura forte, que vai dificultar muito a caminhada triunfal que se adivinhava para Rui Moreira. Conhecendo Manuel Pizarro como conheço, com a sua elevadíssima competência e capacidade de trabalho, a campanha socialista no Porto vai ser forte e mobilizadora. Não tenho dúvidas de que Manuel Pizarro, a quem dou o meu apoio total e incondicional, vai apresentar as melhores soluções para resolver os problemas que afetam a cidade do Porto. E também não tenho dúvidas de que o Porto vai reconhecer e valorizar o trabalho de Manuel Pizarro.

05 maio 2017

Viva o Senhor de Matosinhos

Estão a chegar as festas em honra do Senhor de Matosinhos que como habitualmente incluem um vasto programa de iniciativas de caráter religioso e atividades lúdicas e culturais. A Festa do Senhor de Matosinhos (Bom Jesus de Bouças, como era inicialmente conhecido) é o momento maior entre as romarias do concelho, um acontecimento importante para Matosinhos e para toda a região pelos muitos milhares de pessoas que acorrem à cidade e pela animação que provocam do primeiro ao último dia.

Durante cerca de três semanas, temos encontro marcado com a festa, com o fogo-de-artifício, com a feira de artesanato e da louça e com os carrosséis, sem esquecer a parte da gastronomia com a doçaria conventual, o pão com chouriço e o cheiro a sardinha assada e a farturas. É tempo de festa, de receber amigos, de atrair visitantes e turistas e de os cativar para que voltem mais vezes e contribuam, com a sua presença, para movimentar o comércio e a economia locais.

O Senhor de Matosinhos é também, claro, um momento de fé para milhares de fiéis que homenageiam o patrono e padroeiro da cidade. Para mim, é também voltar os meus anos de catraia, em que não dispensava o brinquedo de madeira, ou da corda de saltar, do algodão doce, das senhas da tômbola da Obra do Padre Grilo. Mais tarde, já adolescente, o que mais queria era experimentar o twister e outras novidades plenas de adrenalina, locais em que me encontrava com os meus escola de escola, a Augusto Gomes, que eu então frequentava.

Olho para trás e vejo que o Senhor de Matosinhos continua, hoje como antes, a juntar as famílias, jovens e adultos, perpetuando uma tradição já antiga. Isso é algo que devemos valorizar, porque é um traço da nossa identidade coletiva.

Termino com o desejo de que todos os matosinhenses encontrem no Senhor de Matosinhos motivos de alegria, de divertimento e, também, claro, de recolhimento espiritual para aqueles que o procurarem. Que a alegria seja para todos, dos mais jovens aos mais idosos.

(Artigo publicado no "Jornal de Matosinhos", 05.mai.2017)

04 maio 2017

Almoço em Angeiras

A Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, e o Secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, estiveram ontem em Lavra, onde se deu início à construção do porto de abrigo de Angeiras. Depois de terminada a visita oficial, ambos participaram enquanto simples cidadãos, como fizeram questão de dizer, num convívio com a comunidade piscatória local, entre os quais havia vários militantes socialistas e outros apoiantes da candidatura do PS às próximas eleições autárquicas.

Foi aí, na presença de perto de meia centena de pescadores e do presidente da Associação Mútua dos Armadores de Pesca de Angeiras, Joaquim Pereira, que Ana Paula Vitorino exprimiu o seu “apoio total” à candidatura socialista, no que foi muito aplaudida. Senti aí um apoio claro e inequívoco quer da ministra quer do conjunto dos pescadores, que reconhecem que o Partido Socialista foi determinante para resolver a questão do portinho de Angeiras, que se arrastava há anos, e outros problemas que afetam a comunidade local.

O clima de fraternidade que se viveu ontem dá lastro à nossa candidatura, que continua a recolher apoios do interior do PS e de mulheres e homens de outras sensibilidades políticas e de independentes que integraram o Grupo de Guilherme Pinto. Alegro-me com isso e continuo determinada a pacificar e unir todos os matosinhenses dispostos a contribuir para que o conselho prossiga na senda do desenvolvimento e do progresso.

03 maio 2017

Obras do Portinho de Angeiras arrancaram hoje


Dia 03 de maio de 2017. A data vai ficar na história porque arrancou hoje – finalmente! - a construção do Portinho de Angeiras, obra há muito reclamada pela comunidade piscatória local. Após vários anos de espera, ei-la finalmente em marcha, porque chega sempre o dia em que o dia chega. Chegou hoje, pela mão de Ana Paula Vitorino, ministra do Mar do governo socialista, o partido que mais se bateu para que este anseio dos pescadores de Angeiras se tornasse realidade.

A obra representa um investimento de 4,2 milhões de euros e incluiu a construção de um molhe de abrigo, a requalificação do posto de controlo e transferência de pescado e ainda a construção de um canal e rampa de acesso à zona piscatória.

Hoje, Ana Paula Vitorino recordou Guilherme Pinto, ao lembrar que o antigo presidente da Câmara lhe escrevera uma carta pedindo que não se esquecesse de Angeiras. Mas o PS não esquece os seus compromissos – connosco, palavra dada, é palavra honrada.

Tenho a profunda convicção de que a pesca e as atividades ligadas ao mar constituem uma saída para a economia local e mesmo nacional. O futuro de Matosinhos e de Portugal passa também pela exploração de todas as áreas de atividade associadas ao mar. Tenho a certeza de que será possível definir estratégias comuns entre poder central, autarquia e comunidade científica que permitam capitalizar aquele recurso natural.

02 maio 2017

Abriu a pesca à sardinha

À noite, o mar esperava-os e eles estavam ansiosos. Começou a época efetiva da pesca da sardinha, em que muitos pescadores têm o seu ganha-pão. Até 31 de julho, grande parte deles viverá com os olhos postos nas redes, na esperança de poderem apanhar as 6.800 toneladas que foram definidas como quotas.

Acompanhei, ontem à noite, a saída dos pescadores para a faina. Quis demonstrar-lhes o meu respeito e apreço pelo trabalho que fazem e pelos perigos que enfrentam e desejar que a sorte os acompanhe e que tenham uma boa safra.

A melhoria das condições de segurança dos pescadores deve ser uma prioridade para todos: autoridades, armadores e, claro, os próprios pescadores. É preciso fazer tudo para que cada saída não seja motivo de angústia para as famílias que ficam em terra e o regresso seja sempre motivo de festa.

01 maio 2017

1º de Maio

Só depois da Revolução dos Cravos é que o 1º de Maio se tornou feriado em Portugal, mas a data é assinalada há mais de cem anos. Foi ainda no final do século XIX que a Internacional Socialista começou a convocar, todos os anos nesta data, uma jornada de luta e reivindicação pelos direitos dos trabalhadores. Em Portugal, durante o Estado Novo, a celebração era proibida e severamente reprimida.

O 1º de Maio tem pois uma longa tradição de luta e de reivindicações. Se há muito que os trabalhadores conquistaram ao longo dos tempos – jornada de oito horas de trabalho, salários mínimo, direito à sindicalização e à greve, etc – há muito ainda por conquistar e o Dia Internacional do Trabalhador é a data indicada para o relembrar.

Este ano, o 1º de Maio deve ser celebrado lembrando que o combate à precariedade é uma prioridade, a par da criação de apoios aos jovens que procuram o primeiro emprego e cuja taxa de desemprego é elevadíssima e de condições para que a geração acima dos 50 anos que se encontra desempregada possa reintegrar o mercado de trabalho.

No triângulo cujos vértices são o combate à precariedade, ao desemprego jovem e ao desemprego de longa duração assentam as questões mais preocupantes e que só poderão ser resolvidas com um continuado investimento na formação e da qualificação profissionais. Sim, porque o direito ao trabalho e a uma remuneração justa deve ser o primado da defesa dos trabalhadores. 

30 abril 2017

Matosinhos em Nova Deli

Foi a pedido e convite das Nações Unidas que o Centro para a Excelência e Inovação da Indústria Automóvel (CEiiA), de Matosinhos, participou, esta semana, numa conferência sobre tecnologia sustentável realizada em Nova Deli, na Índia. A participação no “Fórum do Global Compact” pode representar a abertura do mercado indiano para a instituição matosinhense que já conta no currículo com projetos de sucesso no Brasil, onde gere a plataforma tecnológica que gere e monitoriza a frota de carros elétricos da gigantesca central hidroelétrica de Itaipu.

Mais importante ainda do que a participação na conferência propriamente dita, é que o CEiiA vai passar a integrar a “Breaktrough Inovation”, uma plataforma utilizada pela Organização das Nações Unidas para criar tecnologias disruptivas, nomeadamente ao nível da inteligência artificial. Abrem-se assim novos horizontes à empresa matosinhense que poderá em breve estender a sua atividade a outras geografias.

A área aeroespacial é outra em que o CEiiA vai ter intervenção. Também esta semana, foi assinado um contrato com a Fundação da Ciência e Tecnologia e a Universidade de Évora, para a criação de uma cátedra dedicada a esta área. Em Évora, onde o cluster aeronáutico está “a ganhar asas”, pretende-se suscitar a investigação e o desenvolvimento de materiais e de sistemas inovadores para a indústria aeronáutica, para a robotização e automação, assim como a certificação de processos e integração de sistemas.

Naturalmente, não fico indiferente ao êxito alcançado pelas e pelos matosinhenses, quer a nível individual quer coletivo. E hoje volto a chamar aqui a atenção para trabalho desenvolvido pelo CEiiA porque me parece ser o paradigma que todos devemos seguir: competência, ambição, investigação, desenvolvimento. Quando reunidas, estas caraterísticas só podem resultar no sucesso, com as consequências económicas e sociais que daí decorrem.

O CEiiA dá um contributo decisivo para que Matosinhos seja um concelho financeira e ambientalmente sustentável, onde os cidadãos tenham qualidade de vida e todas as condições para serem felizes.

Sá Carneiro é o melhor aeroporto da Europa

Um estudo realizado por seis associações internacionais de defesa do consumidor, entre as quais a portuguesa DECO, revela que o aeroporto Sá Carneiro é o melhor aeroporto da Europa e o terceiro do Mundo. Entre os 178 aeroportos avaliados, o “nosso” vem logo atrás da infra-estrutura aeroportuária de Singapura e o aeroporto de Tóquio, no Japão. A segurança, a sinalética, os ecrãs de informação e as casas de banho foram os critérios mais apreciados.

É mais um prémio – um lugar no pódio mundial é sempre um prémio – que vem acentuar a veia turística de Matosinhos. Mesmo que não esteja completamente no concelho (uma parte está no concelho da Maia), o Aeroporto Sá Carneiro é uma das valências mais importes para a economia de Matosinhos, líder incontestável de toda a região e verdadeira placa giratória de pessoas e de bens complementada com o Terminal de Cruzeiros e o Terminal de Contentores. O aumento do número de rotas e o regresso de companhias de bandeira faz com que este ano se ultrapasse a fasquia mítica dos dez milhões de passageiros. Os efeitos têm de fazer-se sentir na economia local…

A muito curto prazo, melhor dizendo, imediatamente, o desafio de Matosinhos passa por cativar esses milhões de pessoas que chegam por terra, mar e ar e fazê-los descobrir Matosinhos. Decididamente, a nossa terra não pode ser apenas local de passagem – temos de promover as nossas riquezas locais e a nossa secular hospitalidade para que o concelho seja procurado pelas nossas praias, pelos monumentos, pela Arquitetura, pelo atividades desportivas ligadas ao mar, pela gastronomia, enfim, um conjunto de caraterísticas que fazem de Matosinhos um concelho único.

O desenvolvimento de Matosinhos passa também pelo desenvolvimento do turismo, visto como um todo. Temos motivos de sobra para encarar esse desafio com todo o otimismo.

27 abril 2017

O indicador de confiança continua em alta

Já todos o pressentíamos, mas agora é oficial e a confirmação é feita pelo Instituto Nacional de Estatística: o indicador de confiança dos consumidores voltou a aumentar em abril fixando-se no valor mais elevado dos últimos 20 anos. Mais do que uma subida episódica, os dados revelam uma tendência continuada, porque foi o oitavo mês consecutivo a registar aumentos de confiança. Ainda de acordo com o INE, também o indicador de clima económico manteve a trajetória de crescimento. É mais uma prova da boa governança do Partido Socialista e da excelência dos resultados alcançados por António Costa, Mário Centeno e restantes membros do Governo.

Desde outubro de 1997 que o indicador de confiança dos consumidores não era tão alto. Os dados resultam sobretudo das expectativas relativas à evolução do desemprego e da situação económica do país. Entretanto, o indicador de clima económico mantém igualmente uma trajetória ascendente desde janeiro.

É inegável: a vida das pessoas melhorou com o governo do PS que lhes devolveu a esperança e a confiança. Enquanto o principal partido da Oposição continua à espera que o Diabo apareça, o Partido Socialista mostra as suas credenciais, que se fazem sentir em todas as áreas, nomeadamente ao nível do desemprego que está prestes a descer a mítica fasquia dos dez por cento.

O clima económico que se vive no País reforça a expetativa de possamos sair do Procedimento por Défice excessivo cujo primeiro passo foi dado com a confirmação do défice histórico de dois por cento, o melhor das últimas décadas. Reforça também os argumentos do Governo para que as agências de notação financeira retirem a dívida portuguesa do nível “lixo” que algumas delas ainda mantêm. Portugal está claramente numa trajetória credível e quando as agências de rating confirmarem isso mesmo poderemos sair do círculo vicioso que impede a nossa economia de crescer mais.

Estes resultados positivos obtidos pelo governo do Partido Socialista dão também alento para o que falta fazer: criar mais emprego, sobretudo para os jovens, é uma prioridade. Portugal tem de evitar perder milhares de jovens em cuja formação investiu e que partem para contribuir para o crescimento de outras economias. A maior riqueza de um país são as pessoas e elas têm de estar, sempre, no centro das preocupações da classe política.

26 abril 2017

Um ano de blogue

Passou ontem um ano desde a publicação do meu primeiro post neste blogue, criado pela necessidade de manter uma relação de proximidade com a população, sobretudo com as e os matosinhenses. Na nota de abertura que então publiquei, escrevi que “um dos maiores desafios para quem se dedica à causa pública é manter o contacto, constante, com quem o elegeu. Só esse laço de permanente comunicação permite ao político exercer a sua função: defender o eleitor, todos os eleitores, mesmo aqueles que não lhe deram o seu voto”. De facto, é assim que que vejo o exercício da função – virada para as pessoas, ouvindo as suas preocupações e anseios para poder dar-lhes resposta”.

As funções partidárias que me foram atribuídas no primeiro semestre do ano passado, – tanto ao nível da Distrital do Porto como em Lisboa, no seio do Grupo Parlamentar do Partido Socialista e por ter passado a integrar a Comissão Permanente – obrigaram-me a uma gestão muito rigorosa da minha agenda pública e criei este blogue como um novo canal de comunicação para complementar a minha presença na Comunidade.

Justificando a criação do blogue, escrevia eu, há um ano, que “não quero deixar ninguém para trás” e lançava o convite para aqui lerem a minha opinião sobre os mais variados temas de atualidade, sobretudo aqueles que têm a ver com Matosinhos.

Num ano de atividade publiquei quase duzentos artigos de opinião que ultrapassam, regularmente, vários milhares de visualizações. Fiz deste local uma tribuna para promover a inclusão social, os direitos das mulheres e dos jovens, a dignidade dos mais idosos. Para defender o Serviço Nacional de Saúde, as políticas de emprego, de inovação, a justiça e a igualdade de oportunidades.

O número de visualizações registado revela que o Horizonte e Mar se tornou uma via de diálogo, de debate de ideias, de discussão e de reflexão. Agora, que no âmbito da corrida autárquica me apresento às e aos matosinhenses como candidata à presidência da Câmara, mais se justifica que utilize esta via para, também por aqui, fomentar a troca de ideias e apresentar as minhas propostas para o futuro de Matosinhos.

E repito o que disse há um ano: todas e todos são bem-vindos, porque este espaço, tal como Matosinhos, é seu, é meu, é nosso.

19 abril 2017

Parabéns, PS!

Completam-se hoje 44 anos sobre a fundação do Partido Socialista, sucessor da Acção Socialista Portuguesa. A transformação em partido fez-se na Alemanha – muitos dos fundadores viviam então em exílio forçado por um regime que só cairia um ano depois, com a Revolução dos Cravos. A democracia e a liberdade não existiam em Portugal e eram ainda apenas uma miragem para muitos dos vinte e sete militantes que se deslocaram a Bad Münstereifel e daqueles que se fizeram representar. Nomes como Mário Soares, António Macedo, Tito de Morais, Salgado Zenha, Raul Rego, Mário Cal Brandão, Fernando Valle, António Arnaut ou Maria Barroso são apenas alguns dos nomes que me ocorrem e a quem tanto ficamos a dever.

É incontestável o papel histórico que o PS desempenhou para a implantação da Democracia em Portugal. Fê-lo nos tempos da clandestinidade e continuou a fazê-lo depois, quando se tornou um verdadeiro partido de massas, tão grande que nele cabem várias correntes políticas. Sim, o PS é uno e indivisível e também plural, porque acolhe no seu seio militantes e simpatizantes de origem diversa que têm em comum os valores do socialismo democrático e da social-democracia.

São esses valores humanistas, dos quais o PS nunca abdicou, que o tornaram um grande partido. A promoção e defesa do estado social, da escola pública, da justiça, da igualdade de direitos, enfim, da Democracia e da Liberdade estiveram sempre na agenda do Partido Socialista e são batalhas para continuar a travar – até ao fim.

Os socialistas, militantes ou simples simpatizantes, estão hoje de parabéns por tudo o que o PS tem feito no sentido de Portugal se tornar cada vez mais justo e solidário. Com 44 anos de vida, o partido goza de uma invejável pujança que é a garantia de que continuará a ser o grande protagonista do desenvolvimento do País. 

07 abril 2017

A Administração Trump e o os cortes cegos


Os Estados Unidos anunciaram no início desta semana a decisão de cortar o financiamento ao Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) que ao longo dos anos tem desenvolvido um trabalho fundamental na promoção do planeamento familiar. A ação da UNFPA faz-se sentir em mais de centena e meia de países que representam cerca de 80 por cento da população mundial e tem permitido salvar milhares de vidas de raparigas e jovens mulheres durante a gravidez ou o parto, tal como milhares de bebés.

O corte de 32,5 milhões de dólares anunciado pela administração Trump não é uma surpresa para quem tem acompanhado as intenções do presidente norte-americano. Mas as consequências são de tal forma dramáticas e hipotecam de tal maneira o trabalho da UNFPA que a decisão vai custar a vida a muitas mulheres, que, sem o apoio da agência das Nações Unidas, dificilmente escaparão a uma morte que a partir de agora está como que anunciada – e é quase certa.

Enquanto deputada e membro do Grupo Parlamentar Português para a População e o Desenvolvimento, que trabalha com o UNFPA, não posso deixar de condenar a decisão norte-americana e dei o meu apoio a uma mensagem de solidariedade enviada aos responsáveis da agência. Entretanto, na próxima quarta-feira, o Grupo Parlamentar vai reunir e poderá tomar outras medidas de condenação e repúdio face ao corte de financiamento.

Com esta decisão, Trump coloca em causa os próprios Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela ONU. Sem meios, como poderemos assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva? E recordo que também foi definido como meta reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100.000 nados-vivos e acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de cinco anos. Deixar de financiar o trabalho do UNFPA é fechar os olhos a esta realidade e hipotecar estas metas.

Não, não nos podemos calar face a uma decisão como esta. Uma morte é sempre qualquer coisa de dramático – sobretudo quando ela é evitável. Talvez ainda estejamos a tempo de inverter esta decisão e manter e quiçá reforçar todos os programas do UNFPA em matéria de saúde materna, sexual e reprodutiva. No fundo, essa é uma responsabilidade de todos os membros da ONU, uma responsabilidade a que os Estados Unidos, enquanto maior economia do Mundo, não podem furtar-se.

28 março 2017

Sucesso também em Perafita

Também em Perafita, ontem, o “Ouvir Matosinhos” foi um enorme sucesso de participação. A Casa da Pedra encheu-se de pessoas desejosas de debater, de maneira franca e aberta, o futuro de Perafita e do concelho.

Desta vez, repetiram-se alguns dos temas já abordados em anteriores encontros de reflexão, mas falou-se também da valorização e do papel da Mulher na vida política, assunto para o qual estou particularmente sensibilizada desde há muito tempo. Estiveram outros assuntos em cima da mesa, trazidos e discutidos pela plateia, como a rede de transportes públicos e o estado do pavimento e o congestionamento do tráfego, muitas vezes provocado pelo excesso de veículos pesados. O apoio ao desporto amador e o meio ambiente foram também alvo de intervenções.

Estamos prestes a concluir este primeiro ciclo de debates, que tem a sua próxima sessão agendada para Leça do Balio, onde continuarei a recolher contributos, essenciais para enriquecer o programa que apresentarei às e aos matosinhenses nas próximas eleições autárquicas. A sessão está marcada para o próximo dia 30 de março, às 21.30, no Centro Paroquial Araújo, com moderação de Florisa Pereira. Nesse sentido, apelo à participação de toda a população, independentemente da sua simpatia partidária.

O futuro de Matosinhos deve mobilizar todos e todas. Todas as opiniões são válidas e são importantes. Conto consigo. A sua participação é fundamental para continuar a desenvolver Matosinhos de uma forma harmoniosa e sustentável.



22 março 2017

Lavra disse presente

Socialistas, independentes e demais lavrenses acorreram em grande número à sessão “Ouvir Matosinhos” que ontem encheu o Salão Nobre da Junta de Freguesia de Lavra. Mais uma vez, e tal como já tinha acontecido nas outras sessões, o número e a qualidade das intervenções permitiu-me recolher dados que vão dar corpo ao programa eleitoral que apresentaremos a escrutínio em outubro.

Entre os muitos assuntos discutidos, destaco o Portinho de Angeiras, uma antiga preocupação da comunidade local, sobretudo dos pescadores, que ontem também estiveram presentes. A questão das acessibilidades e o problema da rede de transportes públicos, que em Lavra é muito sentido, 
estiveram também entre os temas mais debatidos e que suscitaram maior participação da plateia. É legítimo que as pessoas queiram ver resolvidas estas matérias que têm influência direta na sua vida e na economia local, e desejem “aproximar” Lavra do resto do concelho quer através da requalificação das acessibilidades quer com a redefinição da rede de transportes.

O valor do IMI, que este ano foi reduzido pela Câmara Municipal, e a reforma das freguesias são exemplo de assuntos que também foram trazidos à minha atenção, tal como o apoio às coletividades locais, nomeadamente o Rancho das Sargaceiras. Sempre dei muita atenção às coletividades por cujo trabalho tenho um grande respeito e a quem reconheço um papel social de muita importância para a coesão social.

A próxima sessão do “Ouvir Matosinhos” é esta sexta-feira, em Guifões, onde continuarei a recolher contributos para enriquecer o programa com que o Partido Socialista se apresentará às próximas eleições autárquicas. Este ciclo de sessões é destinado a todos – socialistas, independentes e demais população, interessada em debater o futuro de Matosinhos.



21 março 2017

Mulheres sub-representadas na política autárquica

Os números dão que pensar: nas últimas eleições autárquicas, em 2013, o conjunto dos 308 concelhos de Portugal elegeu 23 mulheres presidentes de câmara. O número representa um pouco mais de sete por cento do total de presidentes eleitos. Se pensarmos no país apenas a norte do Mondego, o panorama é ainda mais desolador: cinco eleitas em 142 concelhos, ou seja, apenas 3,5 por cento. Nos distritos de Viana do Castelo, Vila Real, Braga, Guarda e Viseu não foram eleitas presidentes do sexo feminino. Nem uma. No distrito do Porto, por exemplo, há apenas uma mulher entre os dezoito presidentes camarários. Aveiro e Coimbra também só elegerem uma, Bragança, duas.

É caso para reflexão sobretudo quando se sabe que as mulheres representam, segundo o Census de 2011, mais de 52 por cento da população portuguesa. E sabe-se também que elas estão tão qualificadas quanto os homens: ainda segundo o último Census, 16,9 por cento das mulheres portuguesas com mais de vinte anos completou o ensino superior; a percentagem de homens é de 12,4 por cento.

O caso da representação das mulheres na política autárquica é muito interessante, porque a paridade entre géneros parece mais difícil de atingir do que na política nacional, onde as mulheres têm vindo gradualmente a percorrer o caminho que conduz à igualdade. Nas últimas eleições para a Presidência da República houve pela primeira vez duas candidatas (Maria de Lurdes Pintassilgo, em 1986, foi pioneira nessa matéria e era até 2016 a única mulher a ter-se apresentado a votos). O facto não resulta de uma casualidade, mas da tomada de consciência de que as mulheres estão igualmente capacitadas para exercer o mais alto cargo da nação. Também na Assembleia da República as mulheres representam já cerca de um terço dos deputados, embora aqui esteja muito presente a questão das quotas que impõem que as listas tenham um mínimo de um terço de candidatos de cada um dos géneros.

Ora se a questão das quotas resulta nas eleições legislativas, porque não resultará nas Autárquicas? 

Confesso que aguardo com muita curiosidade e interesse as próximas eleições para ver como serão compostas as listas de candidatos. Espero que eu e outras candidatas de diferentes partidos possamos contribuir em outubro para alterar os números com que abri este artigo. Eles devem passar rapidamente à História e escrever-se uma nova página com mais presidentes de câmara do sexo feminino.

A afirmação de uma sociedade mais equilibrada e justa também passa pela presença de mais mulheres na cena política local.


(Artigo publicado no Jornal de Notícias, de 21.mar.2017. Pode ler o artigo diretamente na página do JN clicando AQUI)

16 março 2017

Obras no Centro Hospitalar Gaia / Espinho vão continuar

Ontem de manhã, obtive do ministro da Saúde a garantia de que a segunda fase de investimentos no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho vai mesmo arrancar. A notícia vem dar tranquilidade quer aos profissionais do centro hospitalar quer à região que, como sabemos, é muito populosa. A confirmação foi dada na resposta que o ministro me deu quando o interroguei nesse sentido durante a audição realizada pela Comissão de Saúde.

Como se sabe, aquele Centro Hospitalar precisava de obras há muito e a primeira fase de investimentos decorreu já neste mandato. Face a notícias recentes que davam conta do clima de insatisfação dos diretores de serviços, que viam com preocupação a ausência de decisão do Governo relativamente à nova fase, pedi ao Ministro que esclarecesse definitivamente se vai ou não continuar o plano de investimentos. E sim, vai continuar, respondeu Adalberto Campos Fernandes, o que, na minha opinião, é uma excelente notícia para todos: profissionais e população utente.

Por outro lado, na primeira parte da minha intervenção, recordei que foi apresentado anteontem o relatório do Observatório Nacional da Diabetes, uma das doenças com maior prevalência em Portugal. Os dados não são novidade, mas são preocupantes e merecem uma particular atenção: cerca de 51 por cento da população portuguesa está em situação de diabetes ou pré-diabetes. Face ao envelhecimento da população e à redução da natalidade, a faixa etária mais elevada é cada vez mais significativa e isso reflete-se também na prevalência da diabetes na população portuguesa.

Segundo o relatório, em 2015 a diabetes foi responsável por doze mortes por dia e houve 168 novos casos identificados desta doença em Portugal. Quis saber, junto do ministro, quais as orientações do Ministério para tentar diminuir ou infletir esta tendência em Portugal. A imposição da taxa sobre as bebidas açucaradas (a chamada “fat tax”), que entrou em vigor no passado dia 1 de fevereiro, é uma das medidas com que o Governo conta para diminuir o consumo deste tipo de refrigerantes com forte impacto na saúde.

(Veja e ouça a minha intervenção clicando AQUI)

13 março 2017

Para quando a igualdade de género?

Não era novidade, mas a manchete do "Público" de 1 de março alimentou a questão. A notícia de que o Governo quer duas mulheres no Conselho de Administração do Banco de Portugal provocou as mais diversas reações sobretudo plasmadas através das redes sociais. Entre aqueles que se manifestavam a favor da opção do Governo e outros que se lhe opunham, assistiu-se, como se tornou comum no Facebook, a troca de argumentos mais ou menos civilizados mas com um denominador comum: poucas – ou mesmo nenhumas – propostas concretas para contrariar o facto, tão indesmentível como preocupante – de atualmente apenas uma mulher fazer parte do C.A. do Banco de Portugal.

A realidade no BdP não é, infelizmente, diferente da que se vive na esmagadora maioria das grandes empresas. Nas 46 cotadas em bolsa, apenas uma, a Galp Energia, é presidida por uma mulher. De resto, treze das empresas têm apenas homens – e, sublinho, nenhuma mulher – nos seus conselhos de administração. A verdade é que as mulheres representam apenas 12,41 por cento dos conselhos de administração. Estes números dão força à vontade do Governo de estabelecer políticas que promovam a igualdade de género no setor público e nas empresas cotadas em bolsa. É incontestável que a autorregulação falhou e que as mulheres continuam sub-representadas nos órgãos de administração. Resta a imposição de quotas que, noutras áreas, tem dado resultados muito interessantes.

Veja-se, por exemplo, o caso da política. Nas últimas eleições legislativas foram eleitas 76 mulheres, o que representa cerca de um terço dos 230 deputados. Basta pensarmos que nas primeiras eleições para a Assembleia da República, em 1976, foram eleitas 15, num universo de 263 deputados, para chegamos à conclusão de que o caminho da afirmação da Mulher no mundo da política tem estado a ser percorrido com segurança, é certo, mas, também, com uma considerável lentidão.

Essa afirmação não teria sido possível sem a Lei da Paridade, que o Partido Socialista fez aprovar em 2006 e segundo a qual cada um dos sexos deve ter uma representação mínima de 33,3 por cento nas listas de candidatos. Mas se os mínimos foram atingidos nas eleições legislativas, que dizer das Autárquicas? Também aqui o número de mulheres autarcas tem evoluído positivamente mas, nas últimas eleições, foram eleitas apenas 23 mulheres para a presidência de câmaras, mais de metade das quais do PS. A norte, por exemplo, no conjunto dos distritos de Porto, Braga, Viana do Castelo e Vila Real, há apenas um concelho que tem uma mulher como presidente da Câmara: é Elisa Ferraz (PS), em Vila do Conde. É claramente muito pouco e uma situação que tem de ser revista.

Na política, no mundo do trabalho ou em qualquer área que seja, não há motivo que justifique que as mulheres não tenham as mesmas oportunidades que os homens. Não podemos, mulheres e homens, deixar que estes desequilíbrios continuem a minar a nossa sociedade. As qualificações das mulheres não podem continuar a ser desperdiçadas. No caso das grandes empresas, se a autorregulação falhou, devemos avançar imediatamente para a imposição de regras e mecanismos que obriguem as instituições a mudar o seu funcionamento e a terem uma maior abertura à participação das mulheres.

(Artigo no jornal "Público", de 12.mar.2017)


11 março 2017

Ouvir Matosinhos na Senhora da Hora

A sala voltou a encher-se, desta vez na Senhora da Hora, para outra sessão de reflexão do ciclo “Ouvir Matosinhos”. As pessoas sentem-se envolvidas e participam, dão opiniões, avançam com ideias, sugerem soluções. Ao discutir o futuro do concelho, a candidatura socialista está a mobilizar a população e a ganhar apoios dentro e fora do partido. É muito gratificante.

Ontem, numa sessão moderada por Guilherme Vilaverde, debateu-se o papel das cooperativas no lançamento de um novo ciclo de valorização da economia social no concelho. Questões relacionados com a segurança e o policiamento, a agregação de freguesias, a cobertura da estação de metro da Senhora da Hora e o estado do Parque do Carriçal, por exemplo, foram outros temas debatidos por uma plateia que demonstrou uma vez mais que tem uma palavra a dizer sobre o destino da sua terra.

Outro tema abordado, a exemplo aliás do que aconteceu nos encontros anteriores, foi o apoio a idosos e a problemática do envelhecimento da população. Sou muito sensível a esta questão e partilho a opinião daqueles que pensam que o próximo executivo municipal tem de continuar a procurar respostas que melhorem a qualidade de vida das pessoas à medida que envelhecem.

Como disse, este processo de auscultação das populações do concelho está a ser muito gratificante e em todas as sessões tenho encontrado ideias e projetos que gostaria de desenvolver quando for eleita presidente da Câmara. Depois destas primeiras cinco sessões, continuarei, nos próximos dias e sempre, a Ouvir Matosinhos. Participe numa das próximas sessões com as suas ideias e propostas para tornar Matosinhos um concelho mais justo e desenvolvido.

09 março 2017

Igualdade salarial e as calendas gregas

Quase se pode dizer que fica para as calendas gregas. Não é bem assim, mas a igualdade salarial entre mulheres e homens só deverá acontecer dentro de 170 anos, lá para 2187. É o que prevê um estudo divulgado há dias pelo Fórum Económico Mundial que todos os anos analisa fatores como educação, saúde e sobrevivência, oportunidades económicas e participação política. Os dados agora revelados representam um retrocesso relativamente ao ano passado quando se previa que o fosso salarial que separa homens e mulheres deixaria de existir dentro de “apenas” 118 anos.

A diferença é abissal e merece reflexão. Fazendo fé no estudo, em média as mulheres ganham pouco mais de metade do que os homens – apesar de trabalharem mais horas. De acordo com um outro estudo, da Comissão Europeia (2014), a disparidade reflete três tipos de desvantagens para as mulheres: auferem uma remuneração inferior à hora; têm menos horas de trabalho em atividades remuneradas; e têm taxas de emprego inferiores, por exemplo, quando interrompem a carreira para se dedicarem aos filhos ou a familiares. A Comissão Europeia acrescenta que “os homens que trabalham despendem em média nove horas por semana na prestação de cuidados não remunerados e na realização de tarefas domésticas, enquanto as mulheres que trabalham dedicam 26 horas ao mesmo, ou seja, praticamente quatro horas diárias”.

A situação é ainda mais grave quando se sabe que em 95 países do Mundo as mulheres são tão ou mais escolarizadas do que os homens. Ou seja: não é por terem menos qualificações que as mulheres são pior remuneradas. A situação deve-se a questões culturais ou de tradição embora em muito países, como é caso de toda a União Europeia, a discriminação sexual seja proibida.

Na verdade, seria vantajoso para a economia e a para a sociedade em geral que houvesse maior igualdade entre a retribuição de homens e de mulheres. É a própria Comissão Europeia que diz que “a eliminação das disparidades salariais com base no sexo pode ajudar a reduzir os níveis de pobreza e a aumentar os rendimentos das mulheres ao longo da vida. Assim se evita que as mulheres caiam na pobreza apesar de profissionalmente ativas e que vivam a reforma na pobreza.” Pois: é que se as mulheres recebem menos durante a sua vida ativa, também descontam menos, ficando depois com reformas mais baixas…

É importante manter viva a questão da igualdade e da eliminação das disparidades salariais entre géneros de forma a contribuir para o crescimento do emprego, para a competitividade e para a recuperação económica. Na semana em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher, no passado dia 8, decidi chamar a atenção para este tema que deverá preocupar toda a sociedade e não apenas o sexo feminino. É necessário um esforço de todos, mulheres e homens, para que a igualdade salarial não fique mesmo para as calendas gregas.

(Artigo publicado no jornal "O Matosinhense", de 09.mar.2017)


08 março 2017

Pela eliminação das desigualdades salariais

Um projeto de resolução de que sou signatária deu esta segunda-feira entrada na Assembleia da República recomendando ao Governo que adote medidas que promovam a transparência das remunerações com vista à eliminação das desigualdades salariais entre homens e mulheres. O documento recorda as conquistas alcançadas pelas mulheres ao longo dos anos, mas lembra também que há direitos que são há muito reivindicados “e que persistem em tardar, como é o caso da diferença salarial entre homens e mulheres perante o desempenho de idênticas funções.”

Os últimos dados disponíveis indicam que os salários médios das mulheres são 16,7 por cento inferiores aos dos homens. Isso corresponde a menos 61 dias de trabalho remunerado por ano, ou seja, seria como se a deixassem de ser remuneradas partir de 1 de novembro pelo trabalho fazem até ao final do ano.

A questão das desigualdades salariais é vista como uma prioridade de ação da Comissão Europeia, conforme consta do Relatório sobre o Pilar Europeu dos Direitos Sociais que foi recentemente aprovado no Parlamento Europeu. Em janeiro, também a Alemanha aprovou um projeto de lei sobre a promoção da transparência salarial, que tem como objetivo principal colmatar as disparidades salariais injustificadas entre homens e mulheres.

Em Portugal, a questão esteve presente nos dois últimos Orçamentos de Estado, com medidas, algumas já adotadas outras apenas ainda anunciadas, que visam a eliminação das desigualdades de género. É para dar seguimento a essa política que o Projeto de Resolução agora apresentado recomenda ao Governo que “proceda a um levantamento integral das desigualdades salariais entre mulheres e homens, nos setores público e privado (…), desenvolva medidas de combate efetivo às disparidades salariais e assegure a adoção de medidas que promovam a transparência das remunerações e das práticas salariais, com vista à eliminação das desigualdades salariais entre homens e mulheres”.

Na minha opinião, é urgente acelerar o processo de eliminação das disparidades de tratamento entre homens e mulheres, assegurando a ambos os géneros condições idênticas também ao nível das remunerações.