Faleceu ontem Eduardo Pinto Soares, um dos decanos do
jornalismo regional, fundador e Diretor do “Jornal de Matosinhos”. Fica mais
pobre o jornalismo local, que perde uma das suas referências.
Não é seguramente fácil – pelo contrário – manter um jornal.
A imprensa, em geral, e a regional em particular debatem-se com desafios
importantes que já vêm de longe e que, certamente, terão tendência em
agravar-se. O fim do regime do “porte pago”, o advento das novas tecnologias de
comunicação e a quebra das receitas publicitárias são apenas algumas das causas
para uma crescente decadência da imprensa, sobretudo da regional.
Ao longo dos 36 anos de publicação do “Jornal de
Matosinhos”, Eduardo Pinto Soares foi um lutador, batendo-se pela sobrevivência
de um jornal que, também ao longo desse tempo, se acabaria por tornar como
parte integrante do património do concelho. Imagino que, face às dificuldades,
muitas terão sido as ocasiões em que o Dr. Pinto Soares teve a tentação de
deitar a toalha ao chão. Mas resistiu sempre, nunca baixou os braços e merece o
meu respeito por isso.
Fui muitas vezes crítica pela falta de pluralidade dos cronistas
do Jornal de Matosinhos, mas acredito que Eduardo Pinto Soares nunca deixou de
tentar – embora nem sempre o tenha conseguido – rodear-se de colaboradores que
assegurassem uma publicação diversificada do ponto de vista ideológico. Nesse
aspeto, concordo por inteiro com o presidente da República, Marcelo Rebelo de
Sousa que no recente Congresso dos Jornalistas, afirmou que “sem jornalismo
estável, forte e independente não há democracia sólida e de qualidade”.
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