Um projeto de resolução de que sou signatária deu esta
segunda-feira entrada na Assembleia da República recomendando ao Governo que
adote medidas que promovam a transparência das remunerações com vista à
eliminação das desigualdades salariais entre homens e mulheres. O documento recorda
as conquistas alcançadas pelas mulheres ao longo dos anos, mas lembra também
que há direitos que são há muito reivindicados “e que persistem em tardar, como
é o caso da diferença salarial entre homens e mulheres perante o desempenho de
idênticas funções.”
Os últimos dados disponíveis indicam que os salários médios
das mulheres são 16,7 por cento inferiores aos dos homens. Isso corresponde a
menos 61 dias de trabalho remunerado por ano, ou seja, seria como se a deixassem
de ser remuneradas partir de 1 de novembro pelo trabalho fazem até ao final do
ano.
A questão das desigualdades salariais é vista como uma
prioridade de ação da Comissão Europeia, conforme consta do Relatório sobre o
Pilar Europeu dos Direitos Sociais que foi recentemente aprovado no Parlamento
Europeu. Em janeiro, também a Alemanha aprovou um projeto de lei sobre a
promoção da transparência salarial, que tem como objetivo principal colmatar as
disparidades salariais injustificadas entre homens e mulheres.
Em Portugal, a questão esteve presente nos dois últimos
Orçamentos de Estado, com medidas, algumas já adotadas outras apenas ainda
anunciadas, que visam a eliminação das desigualdades de género. É para dar
seguimento a essa política que o Projeto de Resolução agora apresentado
recomenda ao Governo que “proceda a um levantamento integral das desigualdades
salariais entre mulheres e homens, nos setores público e privado (…),
desenvolva medidas de combate efetivo às disparidades salariais e assegure a
adoção de medidas que promovam a transparência das remunerações e das práticas
salariais, com vista à eliminação das desigualdades salariais entre homens e
mulheres”.
Na minha opinião, é urgente acelerar o processo de
eliminação das disparidades de tratamento entre homens e mulheres, assegurando
a ambos os géneros condições idênticas também ao nível das remunerações.
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