03 março 2017

Ouvir Matosinhos

Prossegue até ao final deste mês o ciclo de sessões de reflexão “Ouvir Matosinhos” com o qual a candidatura socialista às próximas eleições autárquicas pretende auscultar a população do concelho. Julgo que é tempo de envolver as populações locais no processo autárquico e a forte afluência que se verificou nas sessões já realizadas prova que as pessoas têm ideias e querem participar na construção de um Matosinhos que seja cada mais justo, inclusivo e equilibrado.

Até à data foram realizados os encontros relativos a Matosinhos, S. Mamede de Infesta e Custóias que tiveram como denominador comum a forte participação pública que levou a lotar completamente os locais escolhidos para as sessões. Também qualitativamente as sessões foram extraordinariamente enriquecedoras porque permitiram abordar diversos problemas que afetam as populações notando-se claramente que há preocupações transversais a todas as freguesias e questões próprias a cada uma delas.

Apenas a título de exemplo, assuntos como a descentralização de competências para as autarquias, a expansão da rede do Metro do Porto e a qualidade dos transportes públicos em geral e o investimento no plano social e da saúde foram comuns às três sessões já realizadas, tal como continuar o legado de Guilherme Pinto nas áreas da cultura e da reabilitação urbana, entre outras. No campo da saúde, sobressaem as preocupações relacionadas com a prevenção de doenças como a hipertensão e a diabetes.

Por outro lado, o desemprego jovem e de longa duração e o envelhecimento da população, com a necessidade de encontrar respostas para o envelhecimento ativo e a inexistência de oferta de serviços na área dos cuidados continuados são questões que têm sido muito valorizadas pelos participantes e a que o próximo executivo municipal deverá dar solução.

A par destas preocupações comuns, há questões específicas a Matosinhos, S. Mamede de Infesta e Custóias. Na primeira sessão, na Biblioteca Florbela Espanca, debateu-se o turismo e a forma de potenciar a presença dos passageiros que chegam ao novo Terminal de Cruzeiros, tendo sido igualmente discutidas as novas plataformas digitais das smart cities. Já em S. Mamede de Infesta estiveram em cima da mesa a questão das acessibilidades, a eliminação de barreiras arquitetónicas que ainda existem e a reabilitação ou deslocalização do mercado local. A mobilidade no Largo do Souto e na Rua Cândido dos Reis, a utilização do Lugar das Docas, em Esposade, ou das Pedreiras de S. Gens marcaram a sessão realizada em Custóias onde se debateu também a política de ambiente relacionada com a limpeza urbana.

De todas estas questões e de todas as outras tomei a devida nota, consciente de que há questões que são de mais rápida solução de que outras. Apesar de eu conhecer bem o concelho e as suas necessidades, o “Ouvir Matosinhos” permitiu-me cimentar ideias e olhar para alguns problemas sob uma perspetiva diferente. Por isso acho importante este exercício de cidadania que também tem a vantagem de mobilizar o concelho na discussão sobre o que queremos para o futuro.

A próxima sessão será na próxima segunda-feira, dia 6 de março, na Casa da Juventude de Santa Cruz do Bispo. Seguem-se Senhora da Hora, Perafita, Lavra, Guifões, Leça do Balio e Leça da Palmeira. Esteja atento à minha página de Facebook e ao meu blogue pessoal para conhecer as restantes datas e locais. As sessões são abertas a todos, socialistas, independentes ou de outra cor política – no fundo, todos temos uma palavra a dizer e quero ouvir a sua. 

(Artigo publicado no "Jornal de Matosinhos", de 02.mar.2017)


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