A Assembleia da República aprovou esta tarde por unanimidade uma saudação ao
Dia Mundial da População, que eu subscrevi. O documento reafirma a importância
do acesso universal a programas e cuidados de educação e saúde sexual e
reprodutiva na construção de um mundo mais justo, mais solidário e
desenvolvido. Um mundo que inclui todos e não esquece ninguém, porque todas as
pessoas contam.
O Dia Mundial da População, a 11 de julho, celebra-se desde
1989. O objetivo é sensibilizar e alertar a comunidade internacional para a importância
das temáticas populacionais serem enquadradas nas políticas de desenvolvimento,
assim como para a necessidade de encontrar soluções para estas questões.
A população mundial mais do que triplicou nos últimos 60
anos, passando para mais de sete milhões de pessoas. Estes números abrem novos
paradigmas e colocam maiores desafios para que os objetivos de desenvolvimento
acordados internacionalmente sejam alcançados e possam ser cumpridos princípios
e direitos universais, nomeadamente ao nível da saúde, da educação, da justiça,
do ambiente e da sustentabilidade.
As Nações Unidas decidiram que este ano o dia seria dedicado
ao “Acesso Universal aos Serviços de Saúde Reprodutiva”. Pretende-se desta
maneira salientar a importância que a saúde reprodutiva desempenha na criação
de um mundo justo, equitativo e desenvolvido, sobretudo para a possibilidade
das jovens mulheres construírem um futuro próprio. O Secretário-geral da ONU,
Ban Ki-moon, afirmou a propósito que “a saúde reprodutiva é uma parte indispensável
da equação do desenvolvimento. Mulheres e jovens que se encontram de boa saúde
e que têm o poder e os meios para tomar as suas próprias decisões sobre quantos
filhos desejam ter, e quando os ter, estão em melhores condições para
contribuir para o desenvolvimento das suas sociedades”.
Apesar de todos os esforços, continua a existir um deficit no acesso das mulheres e jovens
à saúde e educação em muitos países, principalmente nos países em
desenvolvimento. A gravidez na adolescência continua a atingir proporções
preocupantes na maior parte do mundo, onde mais de 200 milhões de mulheres e
adolescentes não dispõem de métodos contracetivos e de planeamento familiar.
Todos os anos verificam-se 79 mil mortes maternas e 1 milhão e 100 mil mortes
infantis, que poderíamos prevenir ou inverter.
De acordo com dados dos UNFPA – Fundo das Nações Unidas
para a População, há ainda a considerar cerca de 1,8 mil milhões de jovens que
estão a entrar em idade reprodutiva, muitas das quais sem conhecimentos ou sem
acesso aos cuidados de saúde necessários e adequados. A falta de acesso à saúde
sexual e reprodutiva é a principal causa de morte de adolescentes na faixa
etária dos dez aos 19 nos países em desenvolvimento. A taxa de incidência de
infeções sexualmente transmissíveis é maior entre os 15 e os 24 anos.
Investir nos direitos humanos de todos – sem deixar ninguém
para trás –, investir no acesso universal aos programas e cuidados de educação e
saúde sexual e reprodutiva é fazer um investimento crucial em sociedades
saudáveis, produtivas e num futuro mais sustentável.
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