Matosinhos viveu ontem mais um momento da impressionante
devoção das suas gentes durante a procissão do Mártir S. Sebastião, padroeiro
dos pescadores. Durante horas, sob um calor abrasador, os fiéis percorreram as
ruas da cidade para agradecer a proteção dos santos, cumprir promessas e
renovar a sua fé. A bênção do mar foi, como sempre, um dos momentos altos das
comemorações.
As festas em honra do Mártir S. Sebastião começaram na
sexta-feira com a inauguração das iluminações elétricas e um espetáculo musical
e prosseguiram no sábado com festival folclórico em que participaram vários ranchos
do concelho e outros grupos convidados. A concentração fez-se na Casa Museu, junto
à Capela da Misericórdia, seguindo depois até à Capela do Santo Padroeiro (Casa
dos Pescadores) à Lota do Pescado.
A parte mais solene das festas foi no domingo. Da parte da
manhã, houve missa na Igreja Matriz, a grande instrumental acompanhada pelo
Coro Paroquial de Matosinhos. À tarde saiu uma majestosa procissão que
percorreu as principais ruas e avenidas da cidade e a bênção ao mar foi feita,
como habitualmente, na Lota do Pescado.
O fervor que ontem se viveu em Matosinhos não se conta,
porque não há palavras capazes de descrever a devoção dos fiéis ao seu santo
padroeiro. Matosinhos e, sobretudo, os seus pescadores sempre tiveram uma
relação muito especial com o mar e com a fé. É ao mar que vão buscar o sustento
para si e para os seus e confiam no seu padroeiro a quem pedem proteção e boas
safras. Quem fica em terra, muitas vezes de coração apertado, pede que os seus
familiares voltem sãos e salvos. Durante um ano inteiro fazem-se promessas que
agora se cumprem.
Ontem, voltei a ficar comovida com a relação dos
matosinhenses com o seu padroeiro. Matosinhos não é apenas terra de horizonte
de mar. É também terra de fé.
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