04 fevereiro 2017

Naufrágio nas Astúrias

Fico sempre emocionada quando ouço notícias de que um barco de pesca naufragou. Esta tarde voltou a acontecer, quando soube do acidente que envolveu um barco espanhol e os seus doze tripulantes, entre os quais havia portugueses. Não fujo à regra de pensar que entre as vítimas pode estar alguém conhecida – com o número de pessoas de Matosinhos que está ligada à pesca e ao mar, a probabilidade é sempre elevada…

Desta vez, felizmente, não há vítimas mortais a lamentar. Portugueses (das Caxinas, ao que parece) e restante tripulação foram resgatados a tempo. Mas este naufrágio – mais um – reforça em mim a convicção de que é necessário continuar a trabalhar para melhorar as condições de trabalho dos pescadores, sobretudo as que têm a ver especificamente com a segurança.

O Governo de Portugal tem feito um trabalho extraordinário ao nível das pescas e de toda a atividade marítima. Negociaram-se quotas de pesca mais favoráveis, está a ser feito um grande investimento na recolha e tratamento de informação de caráter científico e na formação.

E quanto à segurança? No final do ano passado, a ministra do Mar, Ana Paulo Vitorino, inaugurou a Estação Leça/Leixões do Sistema ‘Costa Segura’, projeto promovido pela Autoridade Marítima Nacional. Trata-se de um contributo muito importante para a segurança porque faz o seguimento da navegação numa área restrita e acompanha navios que poderão estar em dificuldade (com avarias ou arribadas forçadas). Este equipamento tem uma importância vital também nas ações de busca e salvamento.

Chega? Não – tudo o que se fizer é pouco para garantir a segurança de quem faz do mar o seu ganha-pão. E por isso insisto em que é preciso dar seguimento a um trabalho que melhore as condições de trabalho dos pescadores. Essa deve ser uma preocupação do Governo central, dos armadores, das associações de pescadores e, claro, também das autarquias que têm comunidades piscatórias como é o caso de Matosinhos.

A minha emoção não é comparável – não poderá ser nunca – à que sentirão as pessoas que têm familiares a trabalhar no mar quando ouvem notícias como a de hoje. Mas, em qualquer circunstância, a minha solidariedade é total. 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Quer comentar? Faça-o! Este espaço é seu, é meu, é nosso.