Ontem à tarde, durante a sessão plenária da Assembleia da
República, fiz um pedido de esclarecimento no seguimento de uma intervenção feita
pela deputada do CDS Isabel Galriça Neto que defendeu o reforço dos cuidados
paliativos.
Dirigindo-me à
deputada centrista, afirmei que a bancada do Partido Socialista acha
absolutamente pertinente que a questão dos cuidados paliativos seja trazida à
discussão na Assembleia. Todos nós sabemos da importância que esses cuidados
têm no Serviço Nacional de Saúde e nos cuidados de saúde atualmente, sobretudo
devido ao envelhecimento da população. Dizendo que estamos neste momento
disponíveis para discutir esse assunto, recordei que, ainda mais importante do
que isso, também estivemos muito disponíveis para por em prática as medidas que
o Governo anterior defendeu e anunciou mas que, verdadeiramente, não
concretizou. Na realidade, o anterior Executivo não criou a Comissão Nacional
dos Cuidados Paliativos, nem os coordenadores regionais, nem o Plano Estratégico
para o Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos do Biénio 2017/2018, nem fez a
abertura da primeira unidade de cuidados paliativos pediátricos (em
Matosinhos). Todas estas são marcas do Partido Socialista e deste Governo. Portanto,
em matéria de cuidados paliativos o PS está muito à vontade para discutir – não
só pelas propostas do futuro, mas também pelo trabalho que já temos realizado
nesta área.
Continuando, reconheci que há uma proximidade das nossas
posições relativamente à questão dos cuidados paliativos. Porém, acrescentei
que queria também deixar claro que não nos parece recomendável que, ao abordar este
assunto no dia em que se discutia uma petição que trata de questões distintas, se
tente, tal como transpareceu da intervenção da Senhora Deputada, fazer alguma
ligação entre o reforço dos cuidados paliativos e as questões da morte
assistida. No Partido Socialista, nós defendemos a necessidade de reforçar essa
rede, mas não a confundimos com a discussão em torno da despenalização da
eutanásia ou da morte assistida.
Independentemente da vontade pessoal de cada um dos
deputados da bancada socialista, que terão a possibilidade de fazer a sua
própria opção, entendemos que é preciso tornar claros os conceitos que estão em
causa. O pior serviço que poderíamos prestar ao país era, através da declaração
política do CDS, confundirmos as pessoas e a opinião pública. E conclui pedindo
à Deputada Isabel Galriça Neto que nos esclareça se entende que as medidas que enunciei
– e que já estão postas em prática – contribuíram ou não para alcançar os
objetivos que a Senhora Deputada tinha defendido.
O meu pedido ficou sem resposta.
(Veja e ouça o meu pedido de esclarecimento clicando AQUI)
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