Ontem fiz uma visita à Escola de Segunda Oportunidade de
Matosinhos, em S. Mamede de Infesta, cuja atividade tenho acompanhado com muito
interesse ao longo dos anos. Tive reuniões com professores e alunos e inteirei-me
do trabalho que a Escola tem realizado e dos seus objetivos: garantir aos
alunos as competências básicas indispensáveis à sua integração social e
ocupacional, orientando-os para o desenvolvimento de competências pessoais,
sociais e vocacionais.
A Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos dirige-se a
jovens dos 16 aos 25 anos que por algum motivo foram excluídos das ofertas
formativas disponíveis e para os quais a oferta tradicional existente em
matéria de educação e de formação profissional é pouco atrativa. Normalmente,
são jovens provenientes de contextos vulneráveis e que abandonaram os estudos
ou que estão em risco de o fazer sem terem obtido as qualificações mínimas
indispensáveis à sua integração social e ocupacional.
Trata-se de uma escola pioneira em Portugal por ter sido a
primeira a integrar a “2nd Chance Schools”, rede europeia que foi presidida
pelo ex-presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto. Ali, os jovens têm
acesso a uma experiência de formação fortemente motivacional, essencialmente
orientada para o desenvolvimento de competências pessoais, sociais e
vocacionais a partir dos seus desejos e capacidades.
O trabalho é realizado tendo a formação vocacional e a
construção de projetos de vida como papel central e combina a aquisição de
competências básicas com a formação prática em contextos de trabalho e as novas
tecnologias.
Durante a visita de ontem pude confirmar a excelência do
trabalho realizado na formação de jovens que se ganham quando poderiam
perder-se nas ruas escuras da vida. Na Escola de Segunda Oportunidade de
Matosinhos há jovens que estão a ser formados e que irão em breve integrar o
mercado de trabalho colocando ao serviço da sociedade as qualificações que
entretanto adquiriram. A qualidade e beleza dos trabalhos de carpintaria e
têxteis que me ofereceram, tal como os pratos que o grupo de culinária me
preparou, não mentem: Matosinhos e Portugal merecem que se invista na Educação
e na Formação Profissional.
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