12 dezembro 2016

Um português no topo do Mundo

É daqui a pouco, ao início da tarde, que um português vai chegar oficialmente ao topo do mundo. O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, já estão em Nova Iorque onde António Guterres vai ser empossado no cargo de Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. É o mais alto cargo alguma vez ocupado por um cidadão português.

António Guterres, que durante dez anos foi o alto comissário das Nações Unidas para os refugiados vai fazer o juramento sobre a Carta das Nações Unidas antes de anuncir as linhas mestras com que pretende reger o mandato de cinco anos para que foi eleito. Prevê-se que o novo secretário-geral aponte respostas e avance soluções para várias das crises globais que o planeta enfrenta. 
Oficialmente, o mandato começa apenas a 1 de janeiro, mas Guterres já teve reuniões com os líderes dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia).

O que espera António Guterres é um trabalho colossal. A implantação por todos os países do Mundo dos dezassete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável não é, longe disso, um dado adquirido. Quando sabemos que “acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares” e “acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”, são os dois primeiros desses objetivos damo-nos facilmente conta do enorme desafio que Guterres terá pela frente.

Acresce que o contexto sociopolítico não é o mais favorável, com o surgimento de uma onda crescente de populismo e de nacionalismo sem precedentes nas últimas décadas. O comprometimento de todas as nações do mundo, que é necessário em questões como a defesa do meio ambiente, por exemplo através da aplicação do Acordo de Paris, é hoje posto em causa pelo presidente eleito dos Estados Unidos.

Entretanto, o drama dos migrantes parece não ter fim à vista. São milhões de pessoas (muitas mulheres e muitas crianças, que continuam a ser as mais carenciadas) que procuram a sobrevivência e para as quais o Mundo (já não é apenas uma causa europeia…) encontre respostas.

Não, não será fácil o trabalho de António Guterres. Resta-me a certeza de que é ele a pessoa mais competente, séria e empenhada na procura de soluções para estes problemas. E só isso já é motivo de orgulho e de satisfação. 

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