A estatística deveria dar-nos que pensar: a cada hora que
passa há três portugueses que sofrem um AVC. Uma das vítimas não sobreviverá.
Outra ficará com sequelas graves permanentes. Os números não deixam dúvidas: o
AVC é a primeira causa de morte e de incapacidade em Portugal.
Os dados são da Sociedade do Acidente Vascular Cerebral e
mostram que o assunto é sério. O AVC abala a vida de um indivíduo, mas também
da própria família e tem custos sociais e económicos elevados. Portugal é o sexto
país da Europa que mais gasta com a doença vascular cerebral. Os custos,
diretos e indiretos, atingem, de acordo com um relatório recente, 2,5 milhões
de euros anuais.
De facto, os números são duros, mas reduzir a sua expressão
depende exclusivamente de nós. Para perceber até que ponto, basta saber que os
principais fatores de risco são modificáveis, ou seja: mediante controlo e
tratamento, podem ter um impacto menor no risco de AVC. Por exemplo: o
sedentarismo, a obesidade, a hipertensão arterial, o tabagismo ou o consumo
excessivo de bebidas alcoólicas potenciam o risco de AVC. Não estamos aqui a
falar de fatores que não podemos controlar, como fatores genéticos ou de
hereditariedade – estamos a falar de coisas que dependem de cada indivíduo e
que cada um de nós pode controlar.
Uma alimentação saudável – com teores reduzidos de sal e de
açúcar – e o exercício físico regular são comportamentos que devemos adotar
preventivamente contra o risco de AVC. Simultaneamente, é importante reconhecer
os sintomas e sinais de alerta que devem levar à ativação dos serviços de
emergência. No caso do AVC, quanto mais cedo o doente chegar ao hospital, maior
é a probabilidade de sobreviver sem sequelas. Esteja atento aos três F’s: falta
de força num braço, face desviada (boca ao lado) e dificuldade em falar – podem
ser sinais de um AVC e a primeira coisa a fazer é ligar para o INEM.
Imediatamente.
Estamos em dezembro, o Natal está quase à porta e esta é uma
época em que muitos de nós cometemos alguns excessos. Mas… tenhamos cuidado
para podermos continuar do lado certo da estatística.
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