05 dezembro 2016

Vamos atacar o AVC

A estatística deveria dar-nos que pensar: a cada hora que passa há três portugueses que sofrem um AVC. Uma das vítimas não sobreviverá. Outra ficará com sequelas graves permanentes. Os números não deixam dúvidas: o AVC é a primeira causa de morte e de incapacidade em Portugal.

Os dados são da Sociedade do Acidente Vascular Cerebral e mostram que o assunto é sério. O AVC abala a vida de um indivíduo, mas também da própria família e tem custos sociais e económicos elevados. Portugal é o sexto país da Europa que mais gasta com a doença vascular cerebral. Os custos, diretos e indiretos, atingem, de acordo com um relatório recente, 2,5 milhões de euros anuais.

De facto, os números são duros, mas reduzir a sua expressão depende exclusivamente de nós. Para perceber até que ponto, basta saber que os principais fatores de risco são modificáveis, ou seja: mediante controlo e tratamento, podem ter um impacto menor no risco de AVC. Por exemplo: o sedentarismo, a obesidade, a hipertensão arterial, o tabagismo ou o consumo excessivo de bebidas alcoólicas potenciam o risco de AVC. Não estamos aqui a falar de fatores que não podemos controlar, como fatores genéticos ou de hereditariedade – estamos a falar de coisas que dependem de cada indivíduo e que cada um de nós pode controlar.

Uma alimentação saudável – com teores reduzidos de sal e de açúcar – e o exercício físico regular são comportamentos que devemos adotar preventivamente contra o risco de AVC. Simultaneamente, é importante reconhecer os sintomas e sinais de alerta que devem levar à ativação dos serviços de emergência. No caso do AVC, quanto mais cedo o doente chegar ao hospital, maior é a probabilidade de sobreviver sem sequelas. Esteja atento aos três F’s: falta de força num braço, face desviada (boca ao lado) e dificuldade em falar – podem ser sinais de um AVC e a primeira coisa a fazer é ligar para o INEM. Imediatamente.

Estamos em dezembro, o Natal está quase à porta e esta é uma época em que muitos de nós cometemos alguns excessos. Mas… tenhamos cuidado para podermos continuar do lado certo da estatística.

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