O Dia Mundial de Luta Contra a Sida, que ontem se comemorou,
destina-se a alertar as populações para a necessidade de prevenção e de
precaução contra o vírus da Sida, um vírus que ataca o sistema sanguíneo e o
sistema imunológico do doente. A efeméride pretende também lembrar todas as
vítimas que faleceram ou que estão infetadas com a doença. Este ano, o tema do
Dia Mundial de Luta Contra a Sida de 2016 foi "Aceda aos Direitos de
Equidade Agora". No ano passado, o acesso ao tratamento da Sida atingiu 15
milhões de pessoas, mas mais de 60 por cento das pessoas com VIH continuam sem
acesso à terapia anti-retroviral.
A Sida ou VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) foi
descoberta em 1981. Desde então, matou mais de 30 milhões de pessoas em todo o
mundo, sobretudo em África. O contágio pode fazer através de relações sexuais,
pelo contacto com sangue infetado ou ainda de mãe para filho, durante a
gravidez ou o parto ou ainda pela amamentação.
Segundo um estudo do Instituto Nacional de Saúde – Dr.
Ricardo Jorge apresentado esta quarta-feira, no ano passado foram
diagnosticados 990 casos em Portugal (73 por cento dos doentes são homens, têm
em média 39 anos e metade vive na região de Lisboa). O contágio fez-se
sobretudo através de relações sexuais, em 94,9 por cento dos casos, mais de
metade dos quais (54,4 por cento) a referirem transmissão heterossexual. A
transmissão decorrente de relações sexuais entre homens foi apontada em 53,8
por cento dos casos de sexo masculino. As infeções associadas ao consumo de
droga foram inferiores a cinco por cento.
À semelhança do que acontece noutros países europeus, em
Portugal continua elevada a proporção de pessoas com um diagnóstico tardio
(quando já há sintomas de Sida ou a ela associados). Para a Associação
Portuguesa para a Prevenção e Desafio à Sida SER +, a percentagem de
diagnósticos tardios é superior a 60 por cento. No entanto, segundo a
informação disponível as atitudes e comportamentos da população regista uma
evolução favorável, com mais de 70 por ceto a referir não terem dúvidas sobre
as formas de se proteger contra a SIDA e apenas 6,4 por cento a consideraram um
risco partilhar o mesmo local com uma pessoa infetada como do vírus da Sida.
Cerca de 36 por cento das pessoas dizem utilizar preservativo sempre ou maior
parte das vezes que têm relações sexuais e 84,4 porcento afirmam utilizar
sempre o preservativo em relações ocasionais.
Ontem, o Dia Mundial de Luta contra a Sida foi marcado pelo
arranque de um programa-piloto que permite aos doentes com VIH irem buscar os
medicamentos às farmácias em vez de irem obrigatoriamente a um hospital, como
acontecia até agora. O programa é da responsabilidade do Ministério da Saúde e
conta um grupo de 800 doentes voluntários que são acompanhados no Hospital
Curry Cabral, em Lisboa.
Para já, são 200 as farmácias envolvidas, mas o número
aumentará para as 300 até ao final do ano. Com este projeto, o Ministério da
Saúde e o Governo dão um passo importante para tornar mais acessível o
tratamento das pessoas infetadas com o VIH. É mais um caso em que fica provado
que para o Partido Socialista, o que conta são as pessoas.
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