22 dezembro 2016

Boas festas


Estamos a escassos dias do Natal, tempo de paz e de família. Para as crianças, esta será a época mais feliz do ano, com a impaciência natural de quem quer saber se o Pai Natal recebeu atempadamente a carta com os pedidos de prendas de quem se portou bem.

Todos nós e não apenas as crianças, desejamos prendas. As minhas, já não as peço ao Pai Natal, mas, se lhe escrevesse, eis o que pediria:

- Saúde. É o que desejo para todos e é o meu primeiro pedido. Numa sociedade envelhecida como a nossa, os cuidados de saúde são cada vez mais necessários e todos sentimos isso mesmo naqueles que nos são próximos.

- Emprego. Os números do emprego melhoraram substancialmente durante este ano, mas o desemprego, sobretudo entre os jovens, continua a ser um problema sério a que é necessário por termo. E quando falo em emprego incluo todas as pessoas que se encontram no desemprego mas também todas aquelas, e são muitas, que se encontram em situação precária.

- Inclusão. Não é admissível qualquer discriminação em função da raça, sexo, crença religiosa, ideologia política, diminuição física, origem social ou qualquer outra. Todos diferentes, todos iguais em dignidade e em direitos, tal como proclama a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Todos somos diferentes e é essa diversidade que nos enriquece enquanto sociedade.

- Ambiente. A sustentabilidade do planeta é uma responsabilidade de todos e todos devemos ter consciência disso. Reduzir, Reutilizar, Reciclar tem de ser uma preocupação comum e constante.
- Paz. A construção da paz no mundo é um processo que deveria alienar recursos de todas as grandes potências. Se calhar, nunca desde o final da guerra fria o contexto foi tão desfavorável à instauração da paz, mas os homens e as mulheres de boa vontade devem continuar a bater-se por ela.

- Equidade. Todos devem ter as mesmas oportunidades. Na escola, no trabalho, na saúde, na justiça.

Sim, eu sei – isto não são coisas que se peçam ao Pai Natal. Melhor assim: como grande parte delas depende apenas e só de nós mesmo, talvez consigamos, pelo menos, algumas. É que eu já não acredito no Pai Natal, mas ainda acredito nas pessoas. E acredito que são elas – as pessoas – que podem fazer a diferença.

Boas festas!

(Artigo publicado no jornal "O Matosinhense", de 22.dez.2016)

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