Terminou ontem o congresso da JS que durante três dias levou
os jovens socialistas à Póvoa de Varzim. Dos trabalhos resultou a aprovação da
moção ““Do Lado Certo da História – Por um Futuro com Direitos”, cujo primeiro
subscritor, Ivan Gonçalves, de Setúbal, foi eleito secretário-geral. O novo
líder sucede a João Torres. Ambos são meus colegas na Assembleia da República e
dois dos mais promissores deputados do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.
A moção global de estratégia faz a defesa do Estado Social e
da redistribuição da riqueza, reconhecendo que Portugal é hoje um dos países
mais desiguais da União Europeia, situação para que foi atirado pela crise
mundial. As desigualdades são particularmente sentidas por milhares de adultos,
crianças, jovens e idosos que se encontram hoje em situações economicamente
mais vulneráveis. No entanto, adianta o documento, são as novas gerações as
mais afetadas pelos baixos salários, desemprego e precariedade que caracterizam
o mercado de trabalho em Portugal e são responsáveis por que muitos jovens
tenham optado por deixar Portugal. “Por isso, a JS defende medidas que permitam
e promovam o regresso dos jovens portugueses ao seu país”, lê-se no documento.
Na sua moção, Ivan Gonçalves defende o combate à
precariedade e promoção do trabalho digno. Neste campo, os jovens socialistas
consideram que “dar uma adequada resposta às reivindicações legítimas dos
trabalhadores portugueses não é uma opção, mas sim uma exigência”.
No encerramento dos trabalhos, o secretário-geral do Partido
Socialista afinou pelo mesmo diapasão, afirmando que “o emprego é o grande
objetivo da nossa política económica”. António Costa fez um balanço positivo do
primeiro ano de governo. “Cumprimos o que nos comprometemos em matéria de
reposição de rendimentos, vamos cumprir em matéria de redução do défice,
estamos a cumprir o que nos comprometemos em matéria de criação de postos de
trabalho e em redução do desemprego. E é com particular satisfação que registo
que o estrato etário onde o desemprego mais baixou foi entre o desemprego
jovem”, afirmou.
O secretário-geral e primeiro-ministro defendeu também que
quer combater o envelhecimento dos centros urbanos e que quer ver os centros
das cidades habitados e de preferência por jovens. “É necessário dar prioridade
à reabilitação mas também dar prioridade à criação de mecanismos de
arrendamento acessível para que seja possível às novas gerações tomarem conta
das nossas cidades”, disse António Costa.
“É fundamental que os jovens tomem conta das nossas cidades
e essa tem de ser uma das grandes prioridades do PS nas políticas nacionais e
nas políticas autárquicas nas próximas eleições de 2017”, acrescentou o
primeiro-ministro que prometeu dar prioridade à reabilitação urbana e a
mecanismos de arrendamento que tornem a habitação urbana acessível às novas
gerações.
Do congresso da JS resulta claro que os jovens estão no
centro das preocupações do Partido Socialista, tal como tenho muitas vezes
referido neste blogue. Mas fica claro também que a passagem de testemunho entre
João Torres e Ivan Gonçalves tem tudo para dar certo. João Torres foi um líder
extraordinário e tenho a certeza de que Ivan Gonçalves também o vai ser. Saúdo
também a eleição de Hugo Alexandre Trindade, líder da JS Matosinhos, que
passará, por inerência, a fazer parte da Comissão Nacional do PS.
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