Os alunos portugueses conseguiram bons resultados num
megaestudo internacional que avalia a literacia em Ciências, Leitura e
Matemática. É a primeira vez desde que a avaliação é feita, em 2000, que
Portugal obtém melhores notas do que a média dos países da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), promotora do estudo. Os
resultados são determinados pelo Programa Internacional para a Avaliação dos
Estudantes, PISA, no acrónimo em inglês (Programme
for International Student Assessment). O estudo contou com a participação
de meio milhão de alunos, 7325 dos quais portugueses.
São boas notícias para o ensino em Portugal. De acordo com o
Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), a quem coube a coordenação do estudo no
nosso país, Portugal teve resultados “significativamente superiores” aos da
média da OCDE a Ciências e a Leitura. Nestas áreas Portugal recolheu mais oito
e cinco pontos respetivamente. A Matemática, a diferença não foi considerada significativa
mas situou-se ainda assim (dois pontos) acima da média da OCDE.
Os testes do PISA não avaliam os conteúdos lecionados mas
sim em que medida é que os alunos de 15 anos (independentemente do ano de
escolaridade que frequentam) estão aptos para aplicarem os seus conhecimentos
na resolução dos problemas do dia-a-dia. No estudo é pesada a globalização da
economia porque, defende a OCDE, “apesar de serem oriundos de sistemas
educativos diferentes, quando os alunos chegarem à idade adulta irão competir
pela mesma oferta de emprego”.
Nas áreas avaliadas (literacia científica, em leitura e em
matemática), Singapura aparece no topo do ranking.
Hong Kong assegura o segundo lugar em leitura e em Matemática e o Japão em
Ciências. O Canadá é o único país não-asiático nos três primeiro lugares (é
terceiro, em leitura) e a Finlândia o melhor europeu.
Penso nos bons resultados de Portugal e associo-os a
Matosinhos, que integra, desde abril, a Associação Internacional de Cidades
Educadoras. São cidades que determinaram uma política de investimento na
educação para que as pessoas sejam cada vez mais capazes de exprimir, afirmar e
desenvolver o seu potencial humano, tal como a sua singularidade, a sua
criatividade e a sua responsabilidade. O estatuto que Matosinhos atingiu nesta
área orgulha-me muito porque entendo que as autarquias devem proporcionar aos
seus habitantes os meios e oportunidades de formação, entretenimento e
desenvolvimento pessoal, tendo em conta as suas necessidades particulares. Ou
seja – também ao nível da educação devemos ser inclusivos de forma a reduzir as
desigualdades socioeconómicas que se manifestam na nossa sociedade.
Matosinhos e o país precisam de continuar a investir na
qualidade do ensino e das aprendizagens. A melhoria contínua que se regista nos
resultados alcançados pelos alunos portugueses tem de prosseguir. De nada
valerá ter chegado até aqui se daqui não passarmos…
Entroncando na política de educação, há que trabalhar para
que, uma vez concluída a formação académica dos jovens, eles encontrem no nosso
país condições de vida dignas que desencorajem a emigração. Tenho-o dito e não
me cansarei de repetir: não podemos permitir-nos continuar a exportar
licenciados e doutorados que, por ausência de condições socioeconómicas não
ficam em Portugal.
É uma situação de que deve merecer toda a nossa atenção,
porque os jovens são o futuro do País.
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