Tornou-se viral o vídeo em que, na manifestação de
segunda-feira passada, em Lisboa, contra a Uber e a Cabify, um homem afirmou
que “as leis são como as meninas virgens, são para ser violadas”.
É absolutamente irrelevante que a afirmação tenha sido
proferida por um taxista. Tal como é irrelevante que a afirmação possa ter sido
feita num momento de maior tensão, que os houve durante a manhã e à tarde
também. É irrelevante igualmente que não seja aquele o discurso da classe dos taxistas,
que acredito não se reveem naquelas declarações mesmo se nem a ANTRAL nem a
Federação do Táxi as condenaram – ao contrário do que deveriam ter feito, de
imediato e de forma veemente.
Aquilo que não é irrelevante é o discurso em si. Que em
pleno século XXI haja pessoas capazes de afirmar uma barbaridade destas é
inaceitável e deve fazer-nos pensar no quanto temos ainda que fazer, Mulheres e
Homens, para erradicar pensamentos, palavras e atos que pura e simplesmente não
são dignos de uma sociedade civilizada.
Podemos questionar-nos sobre o que fazer, mas não podemos
desistir de informar os jovens. E empoderar as meninas para que sejam capazes
de defender os seus direitos e garantir o acesso à saúde sexual e reprodutiva.
Sim, temos ainda um longo caminho para percorrer.
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