12 outubro 2016

A Lei e as meninas virgens


Tornou-se viral o vídeo em que, na manifestação de segunda-feira passada, em Lisboa, contra a Uber e a Cabify, um homem afirmou que “as leis são como as meninas virgens, são para ser violadas”.

É absolutamente irrelevante que a afirmação tenha sido proferida por um taxista. Tal como é irrelevante que a afirmação possa ter sido feita num momento de maior tensão, que os houve durante a manhã e à tarde também. É irrelevante igualmente que não seja aquele o discurso da classe dos taxistas, que acredito não se reveem naquelas declarações mesmo se nem a ANTRAL nem a Federação do Táxi as condenaram – ao contrário do que deveriam ter feito, de imediato e de forma veemente.

Aquilo que não é irrelevante é o discurso em si. Que em pleno século XXI haja pessoas capazes de afirmar uma barbaridade destas é inaceitável e deve fazer-nos pensar no quanto temos ainda que fazer, Mulheres e Homens, para erradicar pensamentos, palavras e atos que pura e simplesmente não são dignos de uma sociedade civilizada.

Podemos questionar-nos sobre o que fazer, mas não podemos desistir de informar os jovens. E empoderar as meninas para que sejam capazes de defender os seus direitos e garantir o acesso à saúde sexual e reprodutiva. Sim, temos ainda um longo caminho para percorrer.

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