O Serviço Nacional de Saúde (SNS) completou na semana
passada 37 anos. A efeméride foi comemorada em Coimbra, com a pompa e
circunstância que merece uma das mais importantes conquistas do Portugal
Democrático. O primeiro-ministro, António Costa e o ministro da Saúde, António
Costa e Adalberto Campos Fernandes, inauguraram um busto de António Arnaut,
numa justa e oportuna homenagem ao pai do SNS.
O tributo a António Arnaut não resulta do acaso. É que a
Saúde e a defesa do SNS está no cerne das preocupações do Partido Socialista e
o Governo assumiu claramente a sua determinação de garantir o acesso a uma vida
digna e o pleno direito à Saúde a todos os portugueses. A exemplo de outros,
este é um compromisso que queremos honrar.
Apesar dos ataques que sofreu ao longo dos tempos – todos
nos lembramos de que os quatro anos de governo Passos / Portas foram
particularmente difíceis – a verdade é que o SNS é um serviço público de
elevadíssima qualidade. A redução da taxa de mortalidade infantil e o aumento
da esperança de vida são apenas dois exemplos de conquistas alcançadas nos
últimos anos. A erradicação do sarampo e da rubéola, anunciada nos últimos dias
pela Organização Mundial da Saúde, são outros excelentes exemplos. Aliás, a
comunicação social noticiou na ocasião que Portugal tem sete doenças eliminadas
(malária, varíola, e paralisia infantil estão também erradicadas, enquanto a
difteria e a raiva humana também já não circulam) colocando-o na lista dos
melhores a nível mundial.
Foi o próprio diretor-geral da Saúde, Francisco George a
admitir que “temos uma saúde pública muito avançada e é por isso que temos dos
melhores resultados de mortalidade infantil”. E acrescentou que este “é um
prémio que distingue o Serviço Nacional de Saúde”.
Claro que nada disto seria possível se não houvesse um
conjunto de profissionais competentes e dedicados. Foram eles, muitas vezes,
que asseguraram a qualidade do serviço, quando as políticas falharam e é justo
reconhecê-lo. Garantir melhores condições de trabalho para estes profissionais
é também defender o Serviço Nacional de Saúde.
Desde que o PS chegou ao Governo foram tomadas uma série de
medidas com o objetivo de colocar o cidadão no centro do sistema. A intenção é
fazer com que os portugueses se reencontrem com o SNS reduzindo as
desigualdades entre os cidadãos no acesso à saúde. Desse ponto de vista, foi
importante a redução (em quase um quarto) do valor das taxas moderadoras, tal
como a contratação de mais médicos de família ou a criação do portal SNS.
Foi este Governo do PS que adotou o princípio da liberdade
de escolha segundo o qual cada utente pode escolher o hospital em que pretende
ser atendido, o que garante a mais pronta resposta a quem dela necessita,
independentemente do seu local de residência. Foi também este governo que
aumentou e melhorou a rede de cuidados de saúde primários e, também, os
cuidados continuados, o que é particularmente importante num país como Portugal
que tem ganho esperança de vida.
Fazer o que o PS tem feito é desenvolver o SNS e, coisa
importante, tudo numa afirmação do serviço público perante o privado, a
exemplo, aliás, do que se passa na Educação. As pessoas têm de estar primeiro.
Como disse há dias António Costa, “só assim faz sentido governar”.
(Artigo publicado no "Jornal de Matosinhos", 30.set.2016)
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