O plenário da Assembleia da República debruçou-se ontem à tarde
sobre o debate de atualidade agendado pelo CDS sobre aquilo que os centristas
designaram por "A rutura nos serviços públicos – A fatura das agendas da esquerda".
Na abertura, a deputada Cecília Meireles, acusou o atual governo de colocar os
serviços de saúde em situação de rutura, o que me levou a intervir.
Na realidade, este debate não passou de uma tentativa
despudorada do CDS para apagar o legado devastador que o Governo PSD / CDS
deixou nos serviços públicos. É uma tentativa que não resultará. E não resulta
porque, desde logo, colide com a realidade.
Todos nós estamos conscientes das dificuldades financeiras
que existem no Serviço Nacional de Saúde. Infelizmente, conhecemo-las bem.
Apesar disso fiz questão de recordar o que tem acontecido desde que o Partido
Socialista formou Governo. São, aliás, dados que qualquer pessoa pode aferir,
porque ao contrário do que aconteceu com a anterior governação, os números são
agora disponibilizados, ao minuto, no portal do SNS. Antes da sua intervenção,
a deputada centrista poderia ter feito o “trabalho de casa” e ter-se dado conta
da evolução dos diferentes indicadores.
Na discussão de hoje, poderia ter apresentado muitos, mas
levei apenas três, talvez os mais importantes para os portugueses.
- Consultas médicas: aumentámos o número de consultas de
12,3 milhões para 14,5 milhões.
- Intervenções cirúrgicas: passámos de 434 mil para 445 mil.
- Urgências: passámos de 4,08 milhões para 4,28 milhões.
Estranho que estes números não queiram dizer nada para a
anterior maioria, mas isto não é propriamente a rutura dos serviços – é o
aumento da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, apesar da
dívida que PSD e CDS deixaram e que foi muito além do previsto.
Mas além destes indicadores, chamei também a atenção para o
número de profissionais que entraram no SNS.
Médicos – mais 1.036.
Enfermeiros – mais 1.504, apesar de um concurso mal
construído e impossível de ser executado deixado pelo anterior governo.
Técnicos de diagnóstico e terapêutica – mais 299.
Assistentes operacionais – mais 401.
Acham mesmo que há risco iminente de rutura nos serviços de
Saúde em Portugal? – Perguntei a Cecília Meireles. E perguntei também o que
diz, quando naquele período em que o anterior Governo já estava com o discurso
da saída limpa, os doentes com cancro precisavam de esperar um ano por uma
consulta. Isso não a preocupava?
Verdadeiramente, o que o Partido Socialista e o atual
Governo estão a fazer agora é resgatar o Serviço Nacional de Saúde. Aumentámos
em 826 o número de camas nos cuidados continuados e criamos respostas na saúde
mental. Finalmente, depois de muitos anos, estamos a pensar na saúde dos
portugueses.
Esperemos pelo final do ano e vamos comparar o nosso
resultado com o resultado do PSD e do CDS. Estamos à vontade, porque pedimos
meças a quem diz que fez melhor do que nós.
(Veja e ouça a minha intervenção AQUI)
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