13 outubro 2016

Resgatar o Serviço Nacional de Saúde


O plenário da Assembleia da República debruçou-se ontem à tarde sobre o debate de atualidade agendado pelo CDS sobre aquilo que os centristas designaram por "A rutura nos serviços públicos – A fatura das agendas da esquerda". Na abertura, a deputada Cecília Meireles, acusou o atual governo de colocar os serviços de saúde em situação de rutura, o que me levou a intervir.

Na realidade, este debate não passou de uma tentativa despudorada do CDS para apagar o legado devastador que o Governo PSD / CDS deixou nos serviços públicos. É uma tentativa que não resultará. E não resulta porque, desde logo, colide com a realidade.

Todos nós estamos conscientes das dificuldades financeiras que existem no Serviço Nacional de Saúde. Infelizmente, conhecemo-las bem. Apesar disso fiz questão de recordar o que tem acontecido desde que o Partido Socialista formou Governo. São, aliás, dados que qualquer pessoa pode aferir, porque ao contrário do que aconteceu com a anterior governação, os números são agora disponibilizados, ao minuto, no portal do SNS. Antes da sua intervenção, a deputada centrista poderia ter feito o “trabalho de casa” e ter-se dado conta da evolução dos diferentes indicadores.

Na discussão de hoje, poderia ter apresentado muitos, mas levei apenas três, talvez os mais importantes para os portugueses.

- Consultas médicas: aumentámos o número de consultas de 12,3 milhões para 14,5 milhões.

- Intervenções cirúrgicas: passámos de 434 mil para 445 mil.

- Urgências: passámos de 4,08 milhões para 4,28 milhões.

Estranho que estes números não queiram dizer nada para a anterior maioria, mas isto não é propriamente a rutura dos serviços – é o aumento da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, apesar da dívida que PSD e CDS deixaram e que foi muito além do previsto.

Mas além destes indicadores, chamei também a atenção para o número de profissionais que entraram no SNS.

Médicos – mais 1.036.

Enfermeiros – mais 1.504, apesar de um concurso mal construído e impossível de ser executado deixado pelo anterior governo.

Técnicos de diagnóstico e terapêutica – mais 299.

Assistentes operacionais – mais 401.

Acham mesmo que há risco iminente de rutura nos serviços de Saúde em Portugal? – Perguntei a Cecília Meireles. E perguntei também o que diz, quando naquele período em que o anterior Governo já estava com o discurso da saída limpa, os doentes com cancro precisavam de esperar um ano por uma consulta. Isso não a preocupava?

Verdadeiramente, o que o Partido Socialista e o atual Governo estão a fazer agora é resgatar o Serviço Nacional de Saúde. Aumentámos em 826 o número de camas nos cuidados continuados e criamos respostas na saúde mental. Finalmente, depois de muitos anos, estamos a pensar na saúde dos portugueses.

Esperemos pelo final do ano e vamos comparar o nosso resultado com o resultado do PSD e do CDS. Estamos à vontade, porque pedimos meças a quem diz que fez melhor do que nós.


(Veja e ouça a minha intervenção AQUI)

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