10 outubro 2016

Donald Trump


Um mês. Na realidade, menos do que isso: a 8 de novembro os norte-americanos vão às urnas para eleger o (ou a…) sucessor(a) de Barack Obama. Dez anos depois de terem, pela primeira vez, escolhido um presidente negro, pode voltar a fazer-se História, agora com a eleição de uma mulher. A senadora Hillary Clinton é vista como favorita. Ainda ontem, voltou a ganhar o debate televisivo a Donald Trump, que perde apoios de cada vez que opina sobre qualquer assunto e que está longe ser recolher consensos, mesmo no seio do Partido Republicano. Mas os Estados Unidos são um país onde até o impossível por vezes acontece e as eleições não estão ganhas para a candidata democrata.

Donald Trump representa o que a América do Norte tem de pior. Reformulo: Donald Trump representa o que o Mundo tem de pior. A excentricidade será o seu menor defeito. O milionário faz da arrogância, do racismo, do machismo, do nacionalismo mais bacoco a sua imagem de marca. Alguns grupos sociais e comunidades étnicas são claramente hostilizadas: hispânicos e negros estão permanentemente no radar do candidato que, entre outros devaneios, propõe construir um muro na fronteira com o México para evitar a imigração ilegal.

A maneira como Trump se refere às mulheres num vídeo que foi publicado este fim-de-semana é repugnante. Ele, que nas suas próprias palavras “é uma estrela”, pode fazer o que lhe apetece. E, ele não o diz mas conclusão é óbvia, as mulheres só têm de se submeter aos seus caprichos.

Donald Trump é mau demais para ser verdade e, no entanto, não está de todo afastada a hipótese de se tornar presidente do país mais poderoso do Mundo. A sua eleição, embora improvável, constituiria uma machadada de enormes proporções nos esforços que têm sido feitos para construir uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais inclusiva e mais tolerante.

Continuarei a seguir com muita atenção a campanha norte-americana até às eleições de 8 de novembro. Espero que, nesse dia, tenhamos motivos para celebrar uma vitória de Hillary Clinton sobre Trump e possamos virar a página sobre uma ameaça que pende sobre todos nós.

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