Com a chegada do fim-de-semana talvez haja quem não tenha
dado por isso, mas estamos em outubro. O Diabo, que Pedro Passos Coelho
apocalipticamente anunciou para setembro, não apareceu. Está atrasado. Mas…
será que vem? Passos garante que sim, mas depois de tanto falhar, quem lhe dá ainda
crédito?
A situação repete-se desde há quase um ano. A 4 de outubro
de 2015, o povo português decidiu em eleições constituir uma nova maioria
parlamentar que afastasse um governo bafiento que durante quatro anos fez o
País recuar no tempo. Passos Coelho recusou acreditar que os eleitores
indicavam que havia uma alternativa ao seu próprio governo. Primeiro era a
“geringonça” que não ia durar mais do que escassas semanas; depois era António
Costa que não conseguiria aprovar o Orçamento de Estado; depois era o Orçamento
de Estado que seria chumbado por Bruxelas; depois era o desemprego que iria
aumentar; depois eram os encargos fiscais que iriam subir; depois vinham aí as
sanções por défice excessivo, depois…
O despeito fez do líder de Passos um profeta de desgraças.
Anunciou tantas que já não se percebe se apenas as vaticina – e falha no agoiro
– ou, sobretudo, se as deseja. No seu próprio partido, a contestação é
crescente. É cada vez mais evidente que a estratégia escolhida pelo líder está
destinada ao fracasso. O problema de Pedro Passos Coelho é que, apesar de todas
as suas palavras, a vida das pessoas está melhor.
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