No domingo, o Partido Socialista venceu as eleições
regionais nos Açores. Mais do que “apenas” ganhá-las, venceu-as com uma clara
maioria absoluta, com 46,4 por cento dos votos e 30 deputados eleitos, num
total de 57. Para os socialistas açorianos, é a sexta vitória consecutiva,
quinta por maioria absoluta, coisa já muito rara nas democracias europeia.
Aliás, na Europa, só Roménia (com 58,6 por cento) e Malta (com 54,5 por cento) têm
maiorias absolutas com votações superiores às agora obtidas. Está de parabéns o
PS – Açores e está de parabéns o seu líder, Vasco Cordeiro.
Apesar da clareza da vitória, alguns órgãos de comunicação
social, talvez pressionados pela hora de fecho das redações, apresentaram os
resultados eleitorais como se fossem uma derrota socialista. Nada mais falso: no
balanço dos deputados eleitos, o PS/A perdeu um para a CDU nas Flores e ganhou
um ao PSD na Graciosa. A diferença entre o número de socialistas eleitos agora
(30) comparativamente às eleições de 2012 (tinham sido 31) tem a ver com São
Jorge ter passado a eleger menos um deputado.
Mas os factos mais relevantes destas eleições, além da
própria vitória por maioria absoluta, passaram aparentemente despercebidos: um
dos mais significativos é o PS ter sido o único partido a eleger deputados em
todas as ilhas.
Como disse, a partir de Lisboa, o Secretário-geral do PS
nacional, António Costa, os resultados demonstram “o reconhecimento da
excelência da governação do PS nos Açores”. A região, que foi, durante muitos
anos, considerada como a mais pobre do País, deixou esse estatuto. Desde que o
PS é Governo, o PIB per capita
açoriano é superior às regiões continentais do Centro, Norte e Alentejo.
Outro
indicador muito positivo é o índice de envelhecimento da população: os Açores
são a região do País com o índice mais baixo, 80,5 por cento. No total do País,
o índice é de 143,9 por cento. (O índice de envelhecimento é o número de
pessoas com 65 anos ou mais por cada 100 pessoas menores de 15 anos. Ou seja: um
valor inferior a 100 significa que há mais jovens do que idosos).
Da noite eleitoral de domingo pode ficar apenas um lamento:
a abstenção, que é tradicionalmente elevada, continuou a subir. Com as
sondagens a “preverem” a vitória socialista por maioria absoluta, é natural que
muitos eleitores tenham sentido que o seu voto não faria falta. Mas faz. O
direito de eleger e de ser eleito é um dos valores mais sagrados da Democracia.
É um direito que tem de ser respeitado e que deve ser exercido.
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