18 outubro 2016

Açores é socialista


No domingo, o Partido Socialista venceu as eleições regionais nos Açores. Mais do que “apenas” ganhá-las, venceu-as com uma clara maioria absoluta, com 46,4 por cento dos votos e 30 deputados eleitos, num total de 57. Para os socialistas açorianos, é a sexta vitória consecutiva, quinta por maioria absoluta, coisa já muito rara nas democracias europeia. Aliás, na Europa, só Roménia (com 58,6 por cento) e Malta (com 54,5 por cento) têm maiorias absolutas com votações superiores às agora obtidas. Está de parabéns o PS – Açores e está de parabéns o seu líder, Vasco Cordeiro.

Apesar da clareza da vitória, alguns órgãos de comunicação social, talvez pressionados pela hora de fecho das redações, apresentaram os resultados eleitorais como se fossem uma derrota socialista. Nada mais falso: no balanço dos deputados eleitos, o PS/A perdeu um para a CDU nas Flores e ganhou um ao PSD na Graciosa. A diferença entre o número de socialistas eleitos agora (30) comparativamente às eleições de 2012 (tinham sido 31) tem a ver com São Jorge ter passado a eleger menos um deputado.

Mas os factos mais relevantes destas eleições, além da própria vitória por maioria absoluta, passaram aparentemente despercebidos: um dos mais significativos é o PS ter sido o único partido a eleger deputados em todas as ilhas.

Como disse, a partir de Lisboa, o Secretário-geral do PS nacional, António Costa, os resultados demonstram “o reconhecimento da excelência da governação do PS nos Açores”. A região, que foi, durante muitos anos, considerada como a mais pobre do País, deixou esse estatuto. Desde que o PS é Governo, o PIB per capita açoriano é superior às regiões continentais do Centro, Norte e Alentejo.

Outro indicador muito positivo é o índice de envelhecimento da população: os Açores são a região do País com o índice mais baixo, 80,5 por cento. No total do País, o índice é de 143,9 por cento. (O índice de envelhecimento é o número de pessoas com 65 anos ou mais por cada 100 pessoas menores de 15 anos. Ou seja: um valor inferior a 100 significa que há mais jovens do que idosos).

Da noite eleitoral de domingo pode ficar apenas um lamento: a abstenção, que é tradicionalmente elevada, continuou a subir. Com as sondagens a “preverem” a vitória socialista por maioria absoluta, é natural que muitos eleitores tenham sentido que o seu voto não faria falta. Mas faz. O direito de eleger e de ser eleito é um dos valores mais sagrados da Democracia. É um direito que tem de ser respeitado e que deve ser exercido.

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