09 setembro 2016

ONU - Guterres vence novamente


Na quarta votação, a liderança de António Guterres continua intocável. Esta tarde, o antigo primeiro-ministro português voltou a ser o mais votado dos candidatos ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas, recolhendo doze votos "encoraja", dois "desencoraja" e um "sem opinião", melhorando a votação obtida na ronda anterior. O eslovaco Miroslav Lajčák, com dez votos de “encorajamento”, quatro de “desencorajamento” e um de “não-opinião”, ficou em segundo lugar. Na corrida, continuam dez candidatos, depois da croata Vesna Punisic e do montenegrino Igor Luksic terem anunciado a desistência na sequência das primeiras votações.

O processo de indicação do próximo secretário-geral da ONU é moroso e difícil. O sistema utilizado para a designação prevê uma série de votações no seio do Conselho de Segurança, ao longo das quais alguns candidatos vão desistindo até haver uma candidatura que reúna um amplo consenso: são necessários pelo menos nove votos (os membros do Conselho de Segurança são quinze), mas é também preciso que haja unanimidade entre os membros permanentes: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. O processo, iniciado há meses só deverá estar concluído em outubro ou novembro.

O lugar de secretário-geral das Nações Unidas é mais alto cargo diplomático internacional. É quem tem a responsabilidade de dirigir uma entidade cujos objetivos são manter a segurança e a paz mundial, promover os direitos humanos e prover ajuda humanitária em casos de fome, desastres naturais e conflitos armados.

Após estas primeiras quatro rondas de votação, todas ganhas por António Guterres, há já duas outras agendadas: para 26 de setembro e para a primeira semana de outubro. Sabendo-se que existe uma corrente que defende que o próximo Secretário-geral deve ser uma mulher, oriunda do leste da Europa, e sabendo-se também que o voto da Rússia é necessário para a eleição, compreendemos melhor que a tarefa de António Guterres não é fácil. No entanto, os resultados que têm sido divulgados têm siso encorajadores para o português: não apenas tem sido, sucessivamente, o mais votado, como os quatro piores resultados pertencem a mulheres.

De qualquer maneira, e como já aqui disse, se aquilo que contar for apenas e só a competência para liderar a maior organização política e diplomática do Mundo, então o ex-primeiro-ministro estará sempre na linha da frente.

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