Na quarta votação, a liderança de António Guterres continua
intocável. Esta tarde, o antigo primeiro-ministro português voltou a ser o mais
votado dos candidatos ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas,
recolhendo doze votos "encoraja", dois "desencoraja" e um
"sem opinião", melhorando a votação obtida na ronda anterior. O
eslovaco Miroslav Lajčák, com dez votos de “encorajamento”, quatro de
“desencorajamento” e um de “não-opinião”, ficou em segundo lugar. Na corrida,
continuam dez candidatos, depois da croata Vesna Punisic e do montenegrino Igor
Luksic terem anunciado a desistência na sequência das primeiras votações.
O processo de indicação do próximo secretário-geral da ONU é
moroso e difícil. O sistema utilizado para a designação prevê uma série de
votações no seio do Conselho de Segurança, ao longo das quais alguns candidatos
vão desistindo até haver uma candidatura que reúna um amplo consenso: são
necessários pelo menos nove votos (os membros do Conselho de Segurança são
quinze), mas é também preciso que haja unanimidade entre os membros
permanentes: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. O processo,
iniciado há meses só deverá estar concluído em outubro ou novembro.
O lugar de secretário-geral das Nações Unidas é mais alto cargo
diplomático internacional. É quem tem a responsabilidade de dirigir uma
entidade cujos objetivos são manter a segurança e a paz mundial, promover os
direitos humanos e prover ajuda humanitária em casos de fome, desastres
naturais e conflitos armados.
Após estas primeiras quatro rondas de votação, todas ganhas
por António Guterres, há já duas outras agendadas: para 26 de setembro e para a
primeira semana de outubro. Sabendo-se que existe uma corrente que defende que
o próximo Secretário-geral deve ser uma mulher, oriunda do leste da Europa, e sabendo-se
também que o voto da Rússia é necessário para a eleição, compreendemos melhor
que a tarefa de António Guterres não é fácil. No entanto, os resultados que têm
sido divulgados têm siso encorajadores para o português: não apenas tem sido,
sucessivamente, o mais votado, como os quatro piores resultados pertencem a
mulheres.
De qualquer maneira, e como já aqui disse, se aquilo que contar for apenas e só a
competência para liderar a maior organização política e diplomática do Mundo,
então o ex-primeiro-ministro estará sempre na linha da frente.
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