Grande parte do trabalho de um político faz-se escutando a
população, as suas reivindicações e anseios. É conversando com as pessoas e
ouvindo as suas preocupações que o político pode aspirar a melhorar a vida da
comunidade. Quem exerce funções públicas está sempre na mira dos cidadãos: o
vereador municipal é questionado sobre o candeeiro de rua que tem a lâmpada
fundida ou sobre o buraco no asfalto; em Lisboa, o deputado é confrontado com
essas questões, sob as quais não tem jurisdição e também com coisas menos
prosaicas e cuja resolução é mais demorada.
Ao longo da minha vida ao serviço da causa pública, nunca
fugi ao contacto com a população. Pelo contrário, promovo esse contacto. Sempre
tentei manter uma participação regular nas iniciativas que as instituições
locais organizam, o que me proporciona uma constante relação com as pessoas. O
meu gabinete na Assembleia da República está sempre aberto, mas não me limito a
esperar que as pessoas me visitem. Privilegio a presença no terreno e o
contacto direto com as pessoas.
Esta forma de estar, menos passiva e mais ativa, permite-me,
muitas vezes, tomar a dianteira e marcar a agenda. Muito antes de as coisas
aparecerem nas redes sociais ou mesmo nos jornais, já eu tomei conhecimento delas
e, em muitos casos, procuro soluções que resultem na melhoria das condições de
vida das pessoas.
Claro que não sou caso único. Muitos dos políticos que
conheço são assim. Muitas pessoas que comentam nas redes sociais ou à mesa do
café não o fariam se conhecessem o trabalho sério que é feito nestas
circunstâncias. Quando os comentários são feitos de forma anónima, de má-fé e
de forma mal-intencionada, o político tem tendência a não lhes ligar. Quando o
pretenso desaforo tem origem em contas de Facebook com perfis ostensivamente
falsos, então o político não lhes dá atenção, porque tem mais com que se
preocupar. São incomparavelmente mais elevados os seus propósitos do que o
nível infelizmente demasiado baixo seus supostos adversários.
(Artigo publicado no jornal "Notícias Matosinhos", 02.set.2016).
Boa tarde.
ResponderEliminarEstou Totalmente de acordo com este texto.
Partilho eu também, a sua preocupação.