Comemorou-se ontem o 25º aniversário da Convenção dos
Direitos da Criança, adotada pela Assembleia-Geral da ONU em 1989. Um quarto de
século depois, o documento já foi ratificado por 194 países e é o tratado de
direitos humanos mais sancionado da História. Há 25 anos também se fez
História: foi a primeira vez que foram atribuídos direitos específicos às
crianças.
Este ano, o comité das Nações Unidas que monitoriza a
implementação da Convenção sublinhou o direito das crianças participarem – e
não apenas serem ouvidas – nas discussões que afetam as suas vidas e
comunidades. O Comité para os Direitos da Criança, através do Escritório do
Alto Comissariado Para os Direitos Humanos lançou o apelo: “Vamos acabar com a
conversa de “permitir” que os jovens participem – é na primeira instância, um
direito da criança (…). Quando as crianças participam nas discussões sobre os
assuntos que afetam as suas vidas, os problemas que enfrentam têm maiores
hipóteses de serem abordados significativamente se os seus pontos de vista
forem considerados”.
Apesar de haver uma tendência para a melhoria da vida das
crianças a nível mundial desde que a Convenção foi aprovada, o Comité chama a
atenção para o facto de demasiadas crianças ainda sofrerem “violações dos seus
direitos e especificamente violência, exploração, negligência, discriminação,
negação de serviços de saúde ou uma educação decente”.
Na sua mensagem oficial para o Dia Universal das Crianças, o
secretário-geral das Nações Unidas destacou que “não podemos dizer que os
direitos de todas as crianças são cumpridos quando, apesar de o nosso
progresso, cerca de 6,3 milhões de crianças menores de 5 anos de idade morreram
em 2013, principalmente devido a causas evitáveis; quando 168 milhões de crianças
com idade entre 5 a 17 estavam envolvidos em trabalho infantil em 2012; quando
11 por cento das meninas casam antes de completar 15 anos”.
Na sua rede de mais de 190 países, a UNICEF deu prioridade à
inovação e criou criando incubadoras de ideias em países como o Afeganistão,
Chile, Kosovo, Uganda e Zâmbia. O objetivo é fomentar novas maneiras de pensar,
de trabalhar e de colaborar com parceiros e fomentar o talento local na procura
de soluções que garantam às crianças os direitos a que que têm direito e que
lhe são muitas vezes negados.
Embora em Portugal não se registem, de uma forma geral,
casos graves de atentados aos direitos das crianças (embora ainda haja casos
residuais de trabalho infantil, violência, pedofilia e pornografia infantil,
por exemplo), não podemos ficar indiferentes àquilo que se passa noutros pontos
do planeta. O Mundo é hoje uma aldeia global e podemos, mesmo sem o sabermos,
vestir ou calçar artigos feitos com mão-de-obra infantil E isso aplica-se a
muitas outras mercadorias. Só quando assegurarmos que todas as crianças têm
acesso a Saúde, Educação, Igualdade e Proteção teremos uma sociedade mais
justa. E mais feliz.
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