15 novembro 2016

Subfinanciamento da ULS Matosinhos


A questão do subfinanciamento da Unidade de Saúde (USL) de Matosinhos foi ontem levantada durante os trabalhos das Comissões Parlamentares da Saúde e do Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa. A sessão, que decorreu no âmbito da apreciação, na especialidade, do Orçamento de Estado para 2017, permitiu-me alertar o Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, para os problemas de subfinanciamento da USL de Matosinhos e pedir-lhe que resolva o problema.

Na minha intervenção, recordei que a Unidade de Saúde de Matosinhos tem sido considerada, quer pelas entidades que avaliam quer pela própria comunidade, como um modelo de sucesso. Essa é a realidade, sobretudo no que diz respeito à articulação entre os cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares que é uma referência quando se faz a avaliação deste tipo de modelo.

No entanto, apesar do mérito e da qualidade dos serviços que tem prestado, esta Unidade convive com um problema, que não foi criado por este governo, é algo que vem de trás, e que diz respeito ao subfinanciamento. Esta dificuldade resulta essencialmente de duas coisas: por um lado a questão do HIV. As outras unidades também não têm financiamento, mas, no caso da ULS de Matosinhos estão em causa 1.200 doentes de HIV, e disse isso mesmo ao Ministro. Por outro lado, há a questão do pagamento dos doentes provenientes do Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e Vila do Conde. 
Como se sabe, o pagamento é feito através de capitação, mas no caso dos doentes que chegam a Matosinhos provenientes daquele hospital, é pago apenas um montante equivalente a 85 por cento. Acresce que esses doentes que vêm da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde são as situações com as doenças mais caras, casos de Oncologia e de Oftalmologia, entre outras.

Na minha interpelação ao Ministro, afirmei que sabemos que o Governo está a alterar a legislação relativamente às ULS e embora saibamos também que esta não é uma questão de modelo e sim de financiamento, apelei para a necessidade de o Ministro olhar para este problema em especial. Perguntei mesmo a Adalberto Campos Fernandes admite a revisão eventual do modelo de financiamento, de modo a que a ULS de Matosinhos deixe de ter um prejuízo anual de 5,5 milhões de euros relativamente ao HIV e, relativamente ao caso do Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde 3,8 milhões de euros.

Claro que o atual Ministro já herdou este problema. Mas, acrescentei, se o pudesse resolver seria uma boa notícia para as populações, concluí.

(Clique AQUI para ver e ouvir a minha intervenção)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Quer comentar? Faça-o! Este espaço é seu, é meu, é nosso.