O orçamento municipal de Matosinhos para 2017 foi aprovado na semana passada, situando-se agora nos 112,2 milhões, mais um milhão do que o valor previsto para o ano em curso. Mesmo sem contar com as verbas provenientes do quadro comunitário, que não foram ainda contabilizadas, é uma das maiores dotações orçamentais entre os municípios portugueses.
Da leitura do documento podem tirar-se várias conclusões.
Uma das primeiras é que mais de metade do orçamento é destinado a funções
sociais, sobretudo para habitação e serviços coletivos. Na realidade, são cerca
de 67 milhões de euros qua a autarquia prevê para estas áreas, que incluem também
a cultura e a educação.
Trata-se de um orçamento equilibrado, que tem em conta as
reais necessidades do concelho e que coloca as pessoas no centro das políticas.
Valorizo particularmente o investimento na Educação, setor em que Matosinhos é
um concelho modelo. A Autarquia dotou-se de uma política que passa pelo
custeamento das refeições dos alunos carenciados, criou programas de combate ao
abandono escolar, incentiva o sucesso escolar e isso é verdadeiramente de
saudar.
Noutra ordem de ideias, a reabilitação urbana vai continuar
a ser uma prioridade. Na baixa de Matosinhos, por exemplo, a requalificação da
rua Heróis de França e da avenida Serpa Pinto vai finalmente avançar e aquelas
artérias vão ficar mais atrativas quer para os matosinhenses, quer para os
turistas que procuram os restaurantes desta zona da cidade. Está igualmente
prevista a requalificação do vale do Leça.
Paralelamente a estes investimentos, a Câmara vai dar
continuidade à sua política cultural. Faz todo o sentido que assim seja, depois
da dinâmica que foi criada com a Capital Cultural do Eixo Atlântico. Algo
estaria mal se aquilo que foi construído nesta área se perdesse e para o futuro
ficasse apenas a comemoração de uma efeméride. Felizmente, a autarquia vai prosseguir
a animação cultural da cidade. Ao mesmo tempo, reforça a aposta no Design. Depois
da abertura da Casa do Design, um junho passado, Matosinhos vai candidatar-se a
cidade criativa da UNESCO nesta área.
Tudo isto é feito de forma integrada: habitação, ensino,
cultura, são prioridades que a Câmara definiu para o concelho. E fá-lo com um
Orçamento equilibrado, investindo estrategicamente enquanto consegue baixar a
taxa de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) fixando-o em 0,425 por cento, uma
redução que os matosinhenses agradecem. Por outro lado, a taxa da derrama mantêm-se
nos 1,5 por cento. Novidade, é a isenção de pagamento para as micro e pequenas
empresas que tenham menos de 150 mil euros como volume de negócios, sinal de
que a Autarquia está atenta ao tecido empresarial do concelho e valoriza a
criação de emprego. São precisas mais políticas de apoio às empresas, políticas
que permitam atrair novos investidores, nomeadamente na área das novas
tecnologias, em que Matosinhos começa a dar cartas.
Importante, mais do que tudo, é assegurar o desenvolvimento
de todo o concelho, combater a pobreza e as desigualdades sociais e fazê-lo de
forma sustentada, até do ponto de vista ambiental. Matosinhos tem de encarar os
desafios que a aplicação do Acordo de Paris coloca às autarquias como uma
oportunidade para dar passos decisivos nesta área. É essencial melhorar a política
ambiental de maneira a, também nesta área, sermos um concelho onde a qualidade
de vida seja determinante na atração de empresas e famílias. O mesmo se aplica,
aliás, na área da Saúde, com as novas competências que podem ser delegadas nas
autarquias.
(Artigo publicado no "Jornal de Matosinhos", 11.nov.2016)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Quer comentar? Faça-o! Este espaço é seu, é meu, é nosso.