A economia portuguesa foi a que mais cresceu na Europa
durante o terceiro trimestre do ano. Não sou eu quem o diz – é o Eurostat e o
INE confirma: o produto interno bruto português avançou 1,6 por cento
comparativamente ao mesmo período do ano passado. Em cadeia, a economia cresceu
0,8 por cento.
São boas notícias para Portugal. Até Pedro Passos Coelho, o
(ainda) líder da Oposição, depois de engolir em seco, veio dizer que “não
podemos senão mostrar satisfação quando as coisas correm melhor do que o
previsto”. Nada mau, para quem andou a proclamar a vinda do Diabo...
Os números provam que afinal o Governo e o Partido
Socialista tinham razão quando reclamavam que havia alternativa à política de
austeridade imposta pela dupla Passos / Portas. É verdade que os resultados têm
sido lentos, mas são profundamente encorajadores. Aliás, isso repercute-se nas
sondagens: o PS, que continua a crescer, já vale tanto (37 por cento) como o
PSD e o CDS juntos, que continuam em queda. E a popularidade de António Costa
vem logo a seguir à de Marcelo Rebelo de Sousa, com um saldo positivo de 31
pontos (dados da Eurosondagem publicados no Expresso).
Depois de um primeiro momento em que a atual solução
governativa suscitou estranheza em algumas pessoas, as dúvidas deram lugar ao
otimismo. Sim, Portugal está a crescer e até os nossos parceiros europeus o
reconhecem. Repare-se: o ano passou sem a necessidade de qualquer orçamento
retificativo (o que é inédito nos últimos anos) e vamos fechar 2016 com o
melhor défice do país nos últimos 42 anos. Portugal evitou as sanções europeias
por incumprimento (défice excessivo, da responsabilidade do anterior governo), e
o orçamento para 2017 também passou no crivo de Bruxelas, que não pediu,
quaisquer medidas adicionais para garantir o cumprimento da política europeia.
O próximo ano traz novos desafios e o primeiro é continuar a
crescer num contexto em que é difícil prever o que acontecerá em termos de
comércio internacional. Que consequências terão quer o resultado das eleições
nos Estados Unidos quer o Brexit? De que forma afetarão Portugal?
Independentemente dessas incógnitas e das dificuldades que continuarão a ser
muitas, cumpre-nos continuar a trabalhar. É preciso acelerar o acesso aos
fundos europeus e, com eles, dinamizar as empresas, criar emprego, combater a
precariedade. Essa é a luta que temos de continuar a travar, tendo presente que
as populações têm de estar no centro das nossas preocupações.
(Artigo publicado no jornal "O Matosinhense", 24.nov.2016)
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