Terminaram ontem, na Guarda, as Jornadas Parlamentares que o
Partido Socialista dedicou ao tema “Valorizar o Território, relançar a
Economia”. Durante três dias, os deputados socialistas visitaram os 14
concelhos do distrito para se inteirarem dos problemas de uma região de baixa
densidade populacional mas de extrema importância para a economia do País. Em
cima da mesa e no centro dos debates esteve o Programa Nacional para a Coesão
Territorial, com o objetivo de corrigir os desequilíbrios e as assimetrias
entre o litoral e o interior.
Logo na abertura dos trabalhos, o presidente do Partido,
Carlos César, deixou as coisas claras: “A nossa função não é a de vir defender
o Governo perante as pessoas, as empresas e as instituições, mas sim a de
defender estas perante o Governo”. E deixou a convicção de que dali sairia um
“caderno de encargos” a apresentar ao executivo de António Costa. Efetivamente,
é preciso uma política que assegure a coesão territorial, que combata as
desigualdades e que potencie as riquezas e mais-valias de todas as regiões.
Esta questão da coesão territorial é fundamental para o
Partido Socialista. O facto de as últimas três Jornadas Parlamentares terem
decorrido em Vila Real, nos Açores e na Guarda tem um elevado significado
político, quando se sabe que uma grande parte da população vive na orla
costeira. Portugal não pode continuar a perder população no interior, porque
perder população é perder tecido empresarial e económico e é perder
competitividade.
No encerramento das Jornadas Parlamentares, António Costa
afirmou que o Governo vai propor à Assembleia da República um novo pacote de
descentralização de forma que o próximo mandato autárquico se inicie já com um
novo quadro de competências dos municípios e das freguesias. O Secretário-geral
do Partido defendeu que os 40 anos das primeiras eleições autárquicas após o 25
de Abril devem ser assinalados com a aprovação de um programa de
descentralização de competências para as autarquias. “O Governo deseja que o
marco destes 40 anos do Poder Local democrático se traduza num voto de
confiança na descentralização, reconhecendo-se a importância das freguesias e
dos municípios”, afirmou António Costa.
De uma forma mais geral, António Costa fez um balanço de um
ano de governo, lembrando que o Partido Socialista devolveu ao País “algo que
tem um valor imenso: respirar um clima de tranquilidade. Havia aqueles que
diziam que para nos mantermos no euro não podia haver mudança de políticas. O
que temos provado é que tem sido possível governar cumprindo os compromissos
que assumimos com os portugueses, os compromissos que assumimos com os outros
partidos e os compromissos que temos no quadro da União Europeia", disse o
primeiro-ministro.
"Ao fim de um ano, de um desemprego de 12,6 por cento,
vamos chegar ao final do ano próximo de dez por cento, com menos 80 mil
desempregados e mais 90 mil empregos criados", disse António Costa,
acrescentando que "não perdemos as pessoas para nos encontrarmos com o
défice”.
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